Lescimania

A leishmaniose visceral (LV) é uma doença infecciosa, parasitária, crônica e sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia e anemia, dentre outras manifestações. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos (BRASIL, 2005). Segundo a Organização Mundial de Saúde, a LV é uma doença negligenciada, ou seja, associada às precárias condições de vida e de iniqüidades em saúde, sendo esta, uma doença de notificação compulsória no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), segundo Brasil (2003).

O agente etiológico desta doença é o protozoário do gênero Leishmania. Nas Américas, a Leishmania chagasi é a espécie comumente encontrada laboratorialmente. Este parasita é encontrado no tubo digestivo de insetos vetor denominados flebotomíneos, conhecidos popularmente como mosquito palha, tatuquiras, birigui, entre outros. No Brasil, duas espécies, até o momento, estão relacionadas com a transmissão da doença, que são o Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi (BRASIL, 2010).

Devido à incidência e alta letalidade da leishmaniose visceral, principalmente em indivíduos não tratados e crianças desnutridas, vêm se tornando uma das doenças mais importantes da atualidade. Na América Latina, a doença já foi descrita em pelo menos 12 países, sendo que 90% dos casos ocorrem no Brasil. A doença tem apresentado mudanças importantes no padrão de transmissão, inicialmente predominado pelas características de ambientes rurais e periurbanas. Atualmente, no Brasil a LV está registrada em 19 das 27 Unidades da Federação, com aproximadamente 1.600 municípios apresentando transmissão autóctone (MS, 2003). No Estado do Pará já foram registrados mais de 2.000 casos nos últimos 7 anos, segundo dados consultados no SINAN (2014), ficando entre as seis unidades federativas com maior número de casos.

Levando em consideração que a incidência da Leishmaniose Visceral é condicionada as características ecológicas dos vetores, o estudo da sua distribuição no espaço e no tempo se faz necessário. Assim sendo a área da epidemiologia que se ocupa do estudo quantitativo da distribuição das doenças, bem como de serviços saúde, que considera a referência geográfica

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