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Portugues Mito

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Por:   •  5/4/2014  •  Tese  •  881 Palavras (4 Páginas)  •  195 Visualizações

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Mito n° 1

“A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”

O primeiro mito apontado por Marcos Bagno é introduzido pelo título: “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”, o que o autor classifica como “o maior e mais sério dos mitos” e como “(pre) conceito irreal”.

Bagno argumenta que este mito é prejudicial à educação porque retira a variabilidade linguística do que é ensinado nas escolas e passa a idéia da existência de uma única língua comum a todos os brasileiros, não se levando em consideração os múltiplos fatores inerentes a cada grupo da população.

Ainda, segundo o autor, o alto grau de variabilidade e diversidade linguística no Brasil tem como uma de suas causas a injustiça social, geradora de um abismo linguístico entre a norma padrão e não-padrão (presente na maioria dos brasileiros). Assim, se este mito for tido como verdade, haveria, como os sem-terra, os sem-língua, a grande maioria dos brasileiros que não tem acesso à “norma culta da língua, aquela norma literária, culta, empregada pelos escritores e jornalistas, pelas instituições oficiais, pe¬los órgãos do poder.”

As próprias mensagens enviadas pelo governo são dirigidas à massa em norma culta, o que dificulta sua compreensão pouco habilitada ao reconhecimento das formas de prestígio da língua, excluindo-os, inclusive do acesso das “benesses” públicas. E isto fica evidenciado, também, na própria Constituição que, apesar de igualar todos perante a lei, não os iguá-la quanto à sua legibilidade, constituindo essa mais uma pista da necessidade não de a Constituição ser escrita em língua não-padrão, mas a de que todos os brasileiros tenham o mesmo acesso à norma culta que têm as classes privilegiadas economicamente.

Apesar de a grande parcela dos brasileiros falar o português, não se pode dizer que haja uma “homogeneidade linguística”, pois há uma imensa diversidade linguística presente na língua. A escola e as instituições voltadas à educação precisam desmistificar o conceito de “unidade”, para “melhor planejarem suas políticas de ação junto à população amplamente marginalizada”, que traz para a sala de aula uma bagagem linguística que difere da que, naquele ambiente, será ensinada. É como se o aluno fosse aprender a língua estrangeira de sua própria língua.

Marcos Bagno finaliza o primeiro mito citando o PCN (Parâmetro Curriculares Nacionais) de 1998, onde se lê, entre outra coisa, o seguinte: “A variação é constitutiva das línguas humanas, ocorrendo em todos os níveis. Ela sempre existiu e sempre existirá, indepen¬dentemente de qualquer ação normativa”.

Mito n° 2

“Brasileiro não sabe português / Só em Portugal se fala bem português”

A grande mitificação que confere ao português de Portugal “superioridade” em relação ao “português brasileiro” tem raízes histórias, pois ainda temos o complexo de termos sido colonizados por um país tido como “civilizado”, ideo¬logia, aponta Bagno, “impregnada em nossa cultura há muito tempo”.

No curso da história, com exemplos citados pelo autor, várias declarações se basearam em “posturas preconceituosas — perpetua¬das ao longo dos séculos pela desinformação ou má informação — do que em análises científicas acuradas dos fatos linguísticos”. Houve até quem profetizasse,

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