Radiação ionizante
Projeto de pesquisa: Radiação ionizante. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: thata1999 • 18/11/2014 • Projeto de pesquisa • 8.387 Palavras (34 Páginas) • 356 Visualizações
INTRODUÇÃO
No dia 08 de novembro de 1895, Wilhelm Conrad Roentgen (1845-1923), professor de Física Teórica da Universidade de Würzburg, descobriu os raios X. Enquanto Roentgen investigava os raios catódicos em ampolas de gases a baixa pressão, notou que uma tela fluorescente brilhava nas proximidades, mesmo do lado de fora da ampola e com um anteparo entre as mesmas. Esta descoberta inédita recebeu o nome de “raio X”.
Físico, não médico, Roentgen consumiu sete semanas de intenso trabalho para redigir o célebre relatório “Sobre uma nova espécie de radiação”, publicado no Boletim da Sociedade Físico-Médica de Würzburg em 23 de janeiro do ano seguinte.
Roentgen, interpondo sua mão entre o tubo emissor e o écran fluorescente, observou seus próprios ossos vivos. Dias mais tarde “fotografou” a mão da Sra. Roentgen: esta foi a primeira radiografia.
Após a publicação de seus resultados, vários pesquisadores lançaram-se às investigações e em três meses as aplicações médicas foram anunciadas.
Em março de 1896, ano seguinte da descoberta do raio X, o físico francês Antoine Henri Becquerel (1852-1908), verificou que sais de urânio emitiam radiações capazes de produzir sombras de objetos metálicos sobre chapas fotográficas, envoltas em papel preto. O que mais impressionou foi a espontaneidade das emissões. A esta radiação, Becquerel denominou “radiação penetrante”.
Dois anos após esta descoberta, o casal Curie, Pierre e Marie, já anunciava mais duas espécies que também emitiam radiações penetrantes: o Polônio e o Rádio.
Deve-se ao casal Curie, a denominação de Radioatividade à propriedade que a substância apresenta de emitir as tais radiações penetrantes e mais ainda, a verificação experimental de que a radioatividade independe das condições físico-químicas da substância.
Convém lembrar que na ocasião, não havia qualquer preocupação sobre os danos da radiação à saúde e por isso, não havia qualquer cuidado com a proteção radiológica. Esta preocupação surgiu muitos anos depois, após a verificação de suas lamentáveis consequências.
Além dessas fontes de radiação descobertas pelo homem, sabe-se que os seres humanos também estão expostos à radiação natural ao longo de toda sua existência. Estas fontes de radiação natural são encontradas no cosmo (radiação cósmica), no solo, nos alimentos e no ar. Além disso, existem algumas fontes de radiação internas ao corpo humano, como por exemplo, o potássio-40 e o carbono-14.
Até a presente data, não existe evidência nenhuma de que as doses de radiação natural sejam danosas ao homem, mesmo nas regiões em que a radioatividade natural é considerada alta. Podemos afirmar que a humanidade e o seu meio ambiente é capaz de suportar a irradiação natural que vem recebendo há centenas de milhares de anos sem sofrer maiores consequências.
Nos tempos atuais, com o amplo emprego das radiações ionizantes nos mais variados setores e com a crescente produção de radionuclídeos por processos artificiais têm-se consequentemente, um risco potencial à saúde do homem se estes forem indevidamente utilizados.
Para que o homem possa usufruir dos benefícios advindos da energia nuclear, sem sofrer nenhum tipo de dano à sua saúde, surge a necessidade da Proteção Radiológica. Existem normas de trabalho, procedimentos específicos e valores limites de dose de radiação que podem ser recebidas pelos indivíduos sem que isto lhes cause danos.
A principal finalidade da proteção radiológica é proteger a pessoa e seu ambiente dos efeitos nocivos das radiações ionizantes e das substâncias radioativas. Ao mesmo tempo, deve possibilitar a raça humana de desfrutar de todos os benefícios que podem advir do uso da energia atômica.
Existe uma preocupação, em termos globais, visando minimizar os níveis de radiação em toda biosfera, pois nada mais somos que guardiões temporários da essência humana, devendo passá-la a gerações futuras com o máximo de preservação.
A proteção radiológica considera que, se dermos proteção suficiente à pessoa, também o seu ambiente estará protegido, uma vez que existe uma interação entre ambos.
A proteção radiológica à pessoa pode ser dividida em duas grandes partes: proteção ao trabalhador, isto é, aquele indivíduo cujas atividades envolvam radiações ionizantes e materiais radioativos, e indivíduos do público ou população em geral, isto é, aquele grupo de indivíduos que não está envolvido diretamente em atividades com radiações ionizantes ou materiais radioativos, mas que pode vir a sofrer as consequências delas por viver próximo às instalações radioativas ou nucleares.
Desta maneira, a principal finalidade da radioproteção ocupacional é a obtenção e manutenção de condições de trabalho aceitáveis, seguras e satisfatórias, enquanto que a principal finalidade da radioproteção do indivíduo do público é controlar a radiação ionizante e a liberação de material radioativo no ambiente, de forma que não ocorra nenhum risco adicional aos indivíduos além daqueles que já se apresentam em sua vida.
Pela importância do exposto acima, é apresentada a física das radiações, efeitos biológicos das radiações ionizantes, limites de doses e também a legislação do nosso país com relação ao assunto.
Neste trabalho é incluído também um estudo da situação encontrada em parte do serviço radiológico: condições das instalações, condições dos equipamentos, conduta profissional, aspectos relativos à Higiene e Medicina do Trabalho, e aspectos legislativos.
DESENVOLVIMENTO
1.1 Radiação Ionizante
Radiação cuja energia é superior à energia de ligação dos elétrons de um átomo com o seu núcleo; radiações cuja energia é suficiente para arrancar elétrons de seus orbitais.
A interação das radiações ionizantes com a matéria é um processo que se passa em nível atômico. Ao atravessarem um material, estas radiações transferem energia para as partículas que forem encontradas em sua trajetória. Caso a energia transferida seja superior à energia de ligação do elétron com o restante da estrutura atômica, este é ejetado de sua órbita. O átomo é momentaneamente transformado em um íon positivo. O elétron arrancado (íon negativo) desloca-se no meio, impulsionado pela energia cinética adquirida neste processo. Esta energia é dissipada através da interação do elétron com elétrons e núcleos
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