Sensação E Percepção

Sensação e percepção

A sensação é um processo fisiológico de ligação do corpo com o meio através dos órgãos sensoriais (Olfato, visão, paladar, tato e audição), sendo tato, visão e audição processos físicos, e paladar e olfato processos químicos, pelos processos de bottom- up (estimulo inferior ascendente/ captação e conclusão) e top-down (estímulo superior descendente/ processamento e ação) os estímulos do meio são captados pelos órgãos sensoriais por uma corrente elétrica, que corre nossos nervos até o centro de decodificação no cérebro, Realiza-se pela ação de um estímulo específico sobre um receptor que é apropriado para recebê-lo. Assim, por exemplo, os olhos recebem estímulos luminosos, os ouvidos estímulos sonoros, etc. Os órgãos sensoriais recebem e transmitem mensagens bioquímicas em um processo salta tório (sinapse) interpretado na medula espinal e encéfalo, que geram uma resposta motora ou glandular, porém esses processos podem sofrer alterações, dependendo das experiências, expectativas, motivações e estado de alerta. A sensação gera uma série de interpretações e organizações que chamamos de "percepção”, que é uma configuração desses elementos que a nossa mente integra nas nossas experiências passadas filtrando - os, através dos fatores de significação que a linguagem e as referências culturais de cada um já criaram. A percepção de um todo, ou seja, a imagem que percebemos de um meio como um todo, tem o nome de Gestalt que seria o agrupamento de figura e fundo, nossa percepção é organizada em proximidade, semelhança continuidade e conectividade, também percebemos nosso espaço físico, ou seja, o lugar em que estamos, ex : A percepção de profundidade, percepção de movimento, e a constância( distancia, forma cor e tamanho). Então podemos dizer que a percepção é uma construção individual através da captação dos órgãos sensoriais e nossas experiências já vividas que constrói uma visão da realidade, e para cada pessoa um mesmo objeto pode ter significados diferentes. Cito um exemplo de um cidadão americano que precisou tomar um táxi em Paris, e mostra a seletividade da nossa percepção:

“Eu moro em Gaches (ele queria dizer Garches), nos arredores de Paris e Muitíssimas vezes tenho de voltar para casa de táxi; ordeno, então, ao condutor: ‘Gaches’, mas ele não compreende”. Repito-lhe em todos os tons, Virando a pronúncia: Gaches, Gâches, Giches, Gêches, Gueches, Guches, Gûches, Guiches, Gaiches... Leva muito tempo a compreender... Muitas vezes preciso de mostrar-lhe Gaches no mapa...; enfim, quando o condutor acaba por me Compreender, responde peremptoriamente (é o americano que fala): "Ah! Gaches! Porque não disse mais cedo?”. Ora é certo que o condutor disse Garches e não Gaches, mas o americano não ouviu o 'r' e, portanto, não percebe a diferença entre Garches e Gaches, uma vez que subestima, despreza e anula o 'r' de Garches.

(Jean Fourastié, Ideias para o Progresso Social e Científico, Livros do Brasil, pág. 139.).

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