Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai)

Senai

Em 1942 é criado o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) com o intuito de organizar e administrar nacionalmente escolas de Aprendizagem para industriários. Essa instituição surge através de um decreto-lei, que atribui a uma entidade de classe, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a função de geri-la.

Um dos fatores que apressa o seu surgimento, contribuindo para sua rápida implantação nós dois maiores centros industriais, especialmente em São Paulo, é a evolução da segunda guerra mundial. Até esse momento, a existência de instituições especializadas na adequação, qualificação, da força de trabalho aos fatores materiais do processo produtivo é extremamente limitada. Para as funções que exigissem operários mais qualificados, assim como as de comando e técnicas, procuravam-se suprir a demanda através da importação da força de trabalho portadora das qualificações requeridas.

O esgotamento dessa possibilidade com a eclosão e generalização do conflito mundial, vai fazer com que seja mais rápido o desenvolvimento.

O senai vai surgir como principal instrumento de atuação coletiva do empresariado, sob o comando da sua fração dominante, que é também sua principal beneficiária no processo de adequação da força de trabalho coletiva às necessidades da produção. Instrumento este que estará diretamente subordinado à racionalidade econômica e empresarial capitalista. O desenvolvimento da produção capitalista traz consigo novas necessidades objetivas da produção, que geram, por sua vez, necessidades novas que o operário necessita satisfazer para se reproduzir enquanto força de trabalho.

O aumento do ritmo de trabalho, manuseio de um maior número de máquinas e etc; Passam a exigir maior especialização e maiores necessidades para a reconstituição e reprodução da força de trabalho, como a diminuição da jornada de trabalho, férias e etc. o crescimento de valor na força de trabalho gera, por sua vez, a necessidade de conservar adiantamentos realizados com esse fim. O desgaste da força de trabalho produzida deve ser controlado, momento em que a saúde se transforma em uma necessidade social, a fim de diminuir os custos de produção.

O senai foi implantado claramente, como elemento constitutivo desse processo de aprofundamento do capitalismo é submetido a uma nova racionalidade.

Os empresários confiará aos verdadeiros educadores a tarefa de aprimoramento dos atributos moraria e cívicos da juventude operária. Estes deveram, juntamente com a qualificação técnica, tentar colocar os requisitos psicossociais necessárias à reprodução da ordem capitalista industrial. O assistente social apesar de um pequeno número, terá um lugar de destaque.

Uma pesquisa realizada aponta para vários motivos, segundo seus realizadores, que tornam necessária a rápida implantação de serviços sociais, junto às atividades de qualificação da força de trabalho juvenil. Visando explicitamente verificar “os principais fatores de desajustes, os motivos preponderantes de entrave ao bom andamento escolar e aí desenvolvimento normal da aprendizagem industrial”. Essa pesquisa procura retratar o perfil e as condições de existência do proletariado juvenil.  

O primeiro aspecto refere-se à alimentação, “O operário se alimenta poucos mal, e os alunos do Senai, menores e adultos, estão longe de atingir um padrão recomendável de robustez orgânica, tendo em vista as tarefas que precisam desempenhar na indústria”. A conclusão será de que, em função da alimentação insuficiente e das péssimas condições de conservação com que os alimentos são mantidos até o horário normal de refeição. Temos também a situação médico-dentária, verifica-se que o item moléstia é responsável por 299 das faltas escolares, sendo indispensável remover elemento tão elevado de perturbação.