UTILIZAÇÃO DA TORTA DE ETE EM PRÉ MOLDADOS DE CONCRETO
Artigos Científicos: UTILIZAÇÃO DA TORTA DE ETE EM PRÉ MOLDADOS DE CONCRETO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lucassilcunha • 8/5/2013 • 3.392 Palavras (14 Páginas) • 987 Visualizações
RESUMO
A prática sustentável pode ser entendida como o desenvolvimento que procura suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades. A responsabilidade ambiental deve ser universal, porém, a maior parte dessa fica a cargo dos empresários industriais, tendo em vista que as indústrias são as que mais agridem o meio ambiente. Dessa forma, com o intuito de reduzir custos e melhorar sua visão com relação ao consumidor, empresas têm se aprimorado em técnicas para trazer um melhor benefício tanto para elas quanto para a sociedade.
Assim, a utilização de Torta de ETE (Estação de Tratamento de Efluentes) em pré-moldados de concreto tem se mostrado uma boa aliada na busca do desenvolvimento sustentável. A torta é um resíduo sólido não inerte da Estação de Tratamento de Efluentes e é composta basicamente por óxido de cal, sílica, alumínio e ferro.
Portanto, a incorporação desse produto na fabricação de pré-moldados de concreto com destino a construção civil, desde que sejam seguidos corretamente os critérios estabelecidos pelas normas vigentes, resulta em um produto final com características adequadas para o seu emprego. Este vem se mostrando viável, pois, minimiza os custos da fabricação devido a utilização do resíduo da matéria-prima secundária, além de ajudar a resolver os problemas ambientais.
PALAVRAS CHAVE: Torta de ETE, Estação de Tratamento de Efluentes, pré-moldados de concreto, responsabilidade ambiental, composição.
1 INTRODUÇÃO
A concepção de desenvolvimento sustentável pode ser compreendida como a complexa coexistência de três processos: o desenvolvimento tecnológico, a manutenção das condições ambientais adequadas para a existência das diferentes formas de vida do planeta, e a garantia de continuidade em tempos futuros, tanto de uma cultura de desenvolvimento sócio-econômico, como das condições ambientais necessárias à continuidade da vida. Infelizmente, o terceiro componente desta proposta trata de um tempo futuro, e por vezes o equilíbrio imediatista do homem tende a retardar atitudes de preparo do futuro em detrimento de outras que tragam resultados num curto prazo (SANTOS, 2003).
Com base nesta perspectiva, no aumento crescente da concorrência e na contextualização de uma legislação inflexível, empresários industriais visam a diminuição nos impactos ambientais, com o intuito de reduzir custos e melhorar sua visão com relação ao mercado consumidor (FERNANDES; OLIVEIRA; HOTZA, 2003).
Com a atenuação de resíduos sólidos provenientes da atividade industrial, o beneficiamento da qualidade ambiental seria garantido. Acredita-se que a geração de resíduos tende a decrescer na maioria dos países, pois a conscientização de que o par ordenado: custos x geração de resíduos estão intimamente correlacionados é cada vez mais popular. Deve-se também levar em conta que a deposição e o tratamento adequados são dispendiosos e exigem trabalho. O ideal é operar preventivamente, modificando o processo de produção e objetivando a geração de tecnologias menos degradantes (FERNANDES; OLIVEIRA; HOTZA, 2003).
Ainda de acordo com os autores, para tratar os efluentes oriundos de processos nas indústrias, são utilizadas Estações de Tratamento de Efluentes (ETE) que produzem subprodutos, como o lodo. Sua disposição não é barata, e se esta for feita indevidamente poderá alterar as características ambientais de uma região. Em consequência da pouca disponibilidade de condições adequadas e dos elevados gastos para a destituição definitiva do lodo, este acaba por ser colocado em lugares inapropriados, estimulando perdas na produção e agravando os impactos ambientais.
Segundo Fernandes, Oliveira e Hotza (2003), as indústrias, em geral, em seus processos de preparação dos produtos finais geram emissões, efluentes e resíduos, desencadeando consigo a necessidade de se investir em equipamentos para tratá-los de forma apropriada. O lodo resultante é prensado em filtro-prensa e compactado em blocos, que são denominados como tortas de lodo ou somente tortas.
Portanto, analisar e buscar novas opções de reaproveitamento auxilia no crescimento de uma realidade em que impere a reutilização de resíduos, minimizando os custos industriais e a agressões ambientais (FERNANDES; OLIVEIRA; HOTZA, 2003).
Tem-se como objetivo principal pesquisar o uso da torta de ETE das indústrias em geral na produção de pré-moldados de concreto, diminuindo o envio de rejeitos industriais para aterros, reduzindo também a geração de impactos ambientais negativos.
2 ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES (ETE)
As Estações de Tratamento de Efluentes (ETE) são implantadas para a administração de efluentes originados no decorrer dos processos industriais. Os lodos são os subprodutos gerados, podendo ser classificados como perigosos ou não perigosos. Sua disposição é cara e pode afetar as características ambientais da região caso seja descartado indevidamente (FERNANDES; OLIVEIRA; HOTZA, 2003).
Os sistemas de tratamento de efluentes são baseados na transformação dos poluentes dissolvidos e em suspensão em gases inertes e ou sólidos sedimentáveis para a posterior separação das fases sólida/líquida. Sendo assim, se não houver a formação de gases inertes ou lodo estável, não pode ser considerado que houve tratamento. Para a obtenção da torta obtida durante o tratamento de resíduos sólidos, a principal operação unitária é a filtração, definida como o processo da passagem de uma mistura sólido – líquido através de um meio poroso (filtro), que retém os sólidos em suspensão conforme a capacidade do filtro e permite a passagem da fase líquida (GIORDANO, 1999).
Os processos de tratamento a serem adotados, as suas formas construtivas e os materiais a serem empregados são considerados a partir dos seguintes fatores: a legislação ambiental regional; o clima; a cultura local; os custos de investimento; os custos operacionais; a quantidade e a qualidade do lodo gerado na estação de tratamento de efluentes industriais; a qualidade do efluente tratado; a segurança operacional relativa aos vazamentos de produtos químicos utilizados ou dos efluentes; explosões; geração de odor; a interação com a vizinhança; confiabilidade para atendimento à legislação ambiental; possibilidade de reuso dos efluentes tratados (GIORDANO,1999).
Ainda de acordo com o autor, os sistemas de tratamento devem ser utilizados
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