Veículo aéreo não tripulado
Tese: Veículo aéreo não tripulado. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 24/2/2015 • Tese • 1.485 Palavras (6 Páginas) • 241 Visualizações
Um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) ou Veículo Aéreo Remotamente Pilotado (VARP), também chamado UAV (do inglês Unmanned Aerial Vehicle) e mais conhecido como drone (zangão, em inglês), é todo e qualquer tipo de aeronave que não necessita de pilotos embarcados para ser guiada. Esses aviões são controlados a distância por meios eletrônicos e computacionais, sob a supervisão e governo humanos, ou sem a sua intervenção, por meio de Controladores Lógicos Programáveis (CLP).
Índice [esconder]
1 História
2 Uso civil
3 Lusofonia
3.1 Brasil
3.2 Portugal
4 Ver também
5 Referências
6 Ligações externas
História[editar | editar código-fonte]
Os VANTs ou drones foram idealizados para fins militares. Inspirados nas bombas voadoras alemãs, do tipo V-1, e nos inofensivos aeromodelos rádio-controlados, estas máquinas voadoras de última geração foram concebidas, projetadas e construídas para serem usadas em missões muito perigosas para serem executadas por seres humanos, nas áreas de inteligência militar, apoio e controle de tiro de artilharia, apoio aéreo a tropas de infantaria e cavalaria no campo de batalha, controle de mísseis de cruzeiro, atividades de patrulhamento urbano, costeiro, ambiental e de fronteiras, atividades de busca e resgate, entre outras. Eles são muitas vezes preferidos para missões que são "maçantes ou perigosas" 1 para aviões tripulados como policiamento e combate a incêndios, e com a segurança não militar, como a vigilância de dutos.
Atualmente, o desenvolvimento de pesquisas e fabricação de VANT são realizadas e estimuladas, principalmente, por militares estadunidenses, pelas Forças Armadas de Israel. Os drones são há vários anos um dos principais instrumentos da estratégia militar dos Estados Unidos, mas 51 Estados já possuem esta tecnologia.2
Grupo de drones durante demonstração,em 2005.
General Atomics MQ-1 Predator da Força Aérea dos Estados Unidos
Segundo relatórios do Bureau of Investigative Journalism (BIJ), sediado em Londres, entre 2.629 e 3.461 pessoas foram mortas desde 2004 no Paquistão, por ataques de drones da CIA e DoD. Entre as vítimas, calcula-se que 475 a 891 eram civis.2 Nas últimas décadas, os drones foram usados sobretudo no Kosovo, no Tchad, e também nos ataques americanos ao Paquistão e contra a pirataria marítima.3 .
Estima-se que de 2008 a 2012, os Estados Unidos já realizaram 145 ataques na Líbia, 48 no Iraque e mais de 1.000 no Afeganistão utilizando drones. Os militares britânicos a partir de julho de 2013 lançaram ao Afeganistão 299 drones em suas ofensivas.4
Em 24 de janeiro de 2012, a Organização das Nações Unidas lançou um projeto denominado Naming the Dead ("Dando nome aos Mortos"), com a finalidade de investigar a morte de civis e militantes por 25 ataques de drones americanos no Paquistão, no Iêmen, na Somália, no Afeganistão e nos Territórios Palestinos.5 6 7 A investigação é uma resposta a denúncias sobre a morte de civis, inclusive crianças, durante ataques de drones no Iêmen.8 "O aumento exponencial do uso da tecnologia dos drones em diversas situações representa um verdadeiro desafio para o direito internacional atual", declarou Ben Emmerson, relator especial da ONU sobre a proteção dos direitos humanos no combate ao terrorismo. Segundo dados oficiais, os drones Predator e Reaper dispararam 506 mísseis em 2012, no Afeganistão, contra 294 em 2011 - um aumento de 72% - embora o total de ataques aéreos americanos tenha diminuído 25%, no mesmo período.2
Em 12 de dezembro de 2013, 16 civis foram mortos e 10 ficaram feridos em um ataque no Lemen na província de Al- Baida, onde foram confundidos com membros da Al-Qaeda quando participavam de duas procissões de casamento separadamente.9
Uso civil[editar | editar código-fonte]
Drone pequeno em voo.
Além do uso militar, os drones estão sendo utilizados por civis, abaixo algumas características e aplicações de uso civis, como por fotógrafos e cinegrafistas em festas de aniversários, casamentos e eventos em gerais, porque capta melhores ângulos para fotos e filmagens mantendo a câmera estável por mais tempo facilitando a produção de vídeo, além de também ser usado por emissoras de TV's diminuindo o custo em suas filmagens aéreas, pois hoje ainda utiliza-se helicóptero.10 11 A tecnologia pode ser utilizada em resgates em locais de difíceis acessos, áreas de desastres (alagamentos, desmoronamentos, desabamento, incêndios, construções interditadas, etc), pois tais dispositivos transmitem imagens/vídeos em tempo real contribuindo assim com as equipes de resgates, além dos drones também para monitorar pessoas, evitar ataques e casos de vandalismo. Está em testes a utilização dos VANT's para entrega de mercadorias e encomendas. Uma das empresas que está testando esta possibilidade é a Amazon.12 Outro possível forma de utilizar drones é na agricultura13 para identificar rapidamente pragas, falhas no plantio, saturação hídrica do solo e outros problemas que acontecem nas lavouras.14
Lusofonia[editar | editar código-fonte]
Brasil[editar | editar código-fonte]
O primeiro VANT de que se tem registro no Brasil foi o BQM1BR, fabricado pela extinta CBT (Companhia Brasileira de Tratores), de propulsão a jato. Esse protótipo serviria como alvo aéreo e realizou um voo em 1983.
Outro VANT de que se tem conhecimento é o Gralha Azul, produzido pela Embravant. A aeronave possui mais de 4 metros de envergadura, com autonomia para até 3 horas de voo. Os dois primeiros protótipos do Gralha Azul realizaram vários ensaios em voo, operando com rádio-controle.
VT-15 during flight at Batalhão de Aviação do Exército - Taubaté
Horus FT-100 em vôo de produção
Elbit Hermes 450 da Força Aérea do Brasil.
Em 1996, o CenPRA (Centro de Pesquisas Renato Archer) iniciou o Projeto Aurora, com o objetivo de desenvolver VANT's. Seriam dirigíveis usados em diversas áreas: segurança pública, monitoramento ambiental e de trânsito, levantamentos agrícolas, telecomunicações, etc.15 As forças armadas brasileiras pretendem utilizar dirigíveis híbridos na vigilância das fronteiras e do mar territorial, para garantir a segurança da Amazônia Verde e da Amazônia Azul.16 17
A partir do ano 2000, os VANTs para uso civil começaram a ganhar força no mercado. Foi quando surgiu o Projeto Arara (Aeronave de Reconhecimento Autônoma e Remotamente Assistida), desenvolvido numa parceria do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), especialmente para utilização em agricultura de precisão. O projeto deu origem, em abril de 2005, ao primeiro VANT de asa fixa desenvolvido com tecnologia 100% brasileira, cujo desenho industrial foi patenteado pela EMBRAPA. A empresa AGX faz uso deste modelo e continua desenvolvendo novos VANTs para o setor elétrico, de meio ambiente, segurança pública e defesa.
Em abril de 2007, durante a LAAD, realizada no Rio de Janeiro, a empresa Flight Technologies lançou, em cooperação com o Centro de Estudos Aeronáuticos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por intermédio de sua então controlada, Flight Solutions, o VANT Tático FS-01 Watchdog.18 Entre 2008 e 2010, a empresa, em conjunto com o Centro Tecnológico do Exército, desenvolveu uma variante do FS-01 para atender aos requisitos VT-15 do Exército Brasileiro.18
Alguns anos depois, em 2009, a Flight Technologies deu início ao desenvolvimento do Horus FT-100, por intermédio de um contrato de desenvolvimento da FINEP), sob um protocolo de intenções com o Exército Brasileiro. O FlightTech Horus FT-100 é um veículo aéreo não tripulado (VANT) de monitoramento desenhado pela empresa para atender, inicialmente, requisitos do Exército Brasileiro. 19 Em 2013, o Centro Estadual de Administração de DESASTRES – CestAD do Departamento Geral de Defesa Civil – DGDEC, realizou missão de caráter civil com o Horus FT 100, na cidade de Duque de Caxias/RJ. Foi a primeira vez que um VANT foi utilizado para levantamento de áreas atingidas por desastres naturais no Brasil.20
Em 2009 deu-se início ao projeto VANT-SAR entre as empresas AGX, Aeroalcool e Orbisat, financiado pela FINEP)21 . Em 2010 iniciou-se o projeto da aeronave Tiriba, a cargo da AGX, que, no final de 2011, resultou na primeira aeronave de propulsão elétrica com tecnologia 100% nacional, para aplicações em imageamento aéreo e aerofotogrametria22 .
Em 2012, a Flight Technologies venceu a licitação da aeronáutica para desenvolver um VANT de decolagem e pouso automático (DPA-VANT), com investimento previsto de 4,5 milhões de reais em dois anos. O valor será coberto integralmente pela Finep. O projeto está sendo gerenciado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial e conta com o apoio do Ministério da Defesa e a participação do Centro Tecnológico do Exército e do Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM). A Flight é uma empresa brasileira, localizada no Parque Tecnológico de São José dos Campos, e atua no mercado de defesa e segurança aeronáutica.23
Em Santa Maria (Rio Grande do Sul), a FAB passou a montar VANTs produzidos pela AEL, subsidiária da Elbit Systems, a maior empresa privada fabricante de produtos de defesa de Israel.24 Esses VANT são parte de um acordo de 48 milhões de reais firmado com o Brasil em 2010 e serão usados em operações ao longo da fronteira e durante grandes eventos como a Copa das Confederações, em 2013, a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas de 2016. Segundo o Stockholm International Peace Research Institute, durante o mandato do ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim, o Brasil se tornou um dos maiores importadores de armas e de tecnologia militar israelenses.25 Em meados de 2012, a polícia federal brasileira possui 15 drones vigiando a fronteira do país.26
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