Wetlands
Tese: Wetlands. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Patryck • 4/4/2013 • Tese • 3.159 Palavras (13 Páginas) • 483 Visualizações
RESUMO
O modelo de dimensionamento de wetland de fluxo vertical, desenvolvido por Platzer (1998), para condições
de clima europeu, foi usado em uma planta piloto com o objetivo de verificar sua adaptabilidade em condições
climáticas do (Sul do) Brasil e adaptar seus coeficientes. Uma vez adaptado, este modelo pode ser usado para
o tratamento de qualquer tipo de efluente em wetland de fluxo vertical, pois é baseado no gasto do oxigênio
para os processos aeróbios da degradação. Operou-se uma planta piloto, com esse modelo dimensionado no
limite de sua oferta de oxigênio necessário, ou seja, um pouco acima de carga máxima possível para completar
os processos aeróbios. Na primeira fase foi aplicada uma carga orgânica de 0,28 kg BOD5 / m².
. d e em
seguida uma carga de 0,35 kg BOD5 / m².
. d. Mesmo com as altas cargas aplicadas, durante as 18 semanas da
operação não ocorreu nenhum processo de colmatação, fenômeno que representa o maior obstáculo no
tratamento de efluentes em wetland, especialmente no caso de carga orgânica elevada e mais rápido ainda em
regiões de clima frio. Em clima subtropical o dimensionamento pelo modelo de uso de oxigênio se mostrou
adequado para evitar esse problema, e também se mostrou sua perfeitamente aplicabilidade na modelação dos
processos de degradação aeróbia em wetlands. Esta degradação não se completou totalmente devido ao limite
de oferta de oxigênio, sendo então removidos 0,23 kg BOD5 / m².
. d (85%) na primeira fase e 0,32 kg BOD5 /
m².
. d (92%) na segunda fase. A eficiência da nitrificação foi 84% na primeira e 89% na segunda fase.
Importante é que o balanço entre oxigênio oferecido pelo dimensionamento e oxigênio realmente utilizado
pelos processos biológicos em ambas as fases fechou quase em 100%. Com esse resultado o modelo
apresentado é aplicável sem limitações para o dimensionamento adaptado nos diferentes efluentes de wetlands
de fluxo vertical.
PALAVRAS-CHAVE: Wetland, Fluxo Vertical, Dimensionamento, Oxigênio, Nitrificação.
INTRODUÇÃO
O tratamento de efluentes em filtros de areia plantados (wetlands) tem sua importância em diversos países do
mundo, e cada vez mais também no Brasil. O tipo de tratamento é aeróbio, apresentando o mesmo potencial
para uma alta eficiência que outros tratamentos aeróbios, como por exemplo, lodo ativado ou biofiltro.
24º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental
ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2
Comparado com esses processos, os wetlands apresentam operação muito mais econômica, sem produção de
lodo e sem necessidade de energia elétrica para a aeração, ademais são mais flexíveis contra variâncias de
carga e removem relativamente bem bactérias e germes. Uma outra vantagem é a possibilidade de sua perfeita
integração à paisagem natural. O processo também apresenta desvantagens, sendo uma delas a elevada
necessidade de espaço e outra é o perigo de colmatação, que inviabiliza o uso do filtro por semanas e até
meses. A colmatação é o resultado de uma carga orgânica alta de mais para a área de entrada de esgoto no
filtro. Parcialmente pode ser evitada por uma melhor distribuição de esgoto ou por uma escolha mais adequada
de material filtrante, embora nunca seja recomendável dimensionar um wetland muito pequeno. A questão é:
quais são as limites das dimensões, de forma a se economizar espaço, mas ainda manter todos os processos
aeróbios desejáveis e evitar o perigo de colmatação?
Em questão de dimensionamento deve ser diferenciado entre o wetland, de fluxo horizontal qual
continuamente é alimentado com esgoto e o wetland de fluxo vertical, qual deve ser alimentado em intervalos,
normalmente realizado com uma bomba. A distribuição de esgoto, assim como o uso de volume de filtro são
muito mais eficientes no fluxo vertical, resultando em uma necessidade de área muito menor. A alimentação
em intervalos possibilita a entrada de certas quantidades de ar (oxigênio) e entre os intervalos, ocorre certa
secagem da área de entrada, fatores esses que também aumentam a eficiência de processos biológicos e
diminuem o perigo de colmatação. Por essas importantes vantagens se recomenda a implantação de wetland de
fluxo vertical sempre que possível.
No Brasil ainda não existem muitas experiências na operação nem no dimensionamento deste tipo de
tratamento. Por isso o modelo de dimensionamento de wetland de fluxo vertical, desenvolvido por Platzer
(1998), para condições de clima europeu, foi verificado por sua adaptabilidade em condições climáticas do
Brasil. O interessante do modelo é sua flexibilidade em respeito de tipo de efluente, ou seja, uma vez
adaptado, pode ser aplicado para qualquer tipo de efluente, sejam esgotos sanitários, efluentes industriais,
agroindustriais degradáveis ou ainda “águas cinzas”. Este último tem se mostrado muito
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