Labelling Approach

CRIME E DESVIO

2016

LABELLING APPROACH

Crime e o comportamento desviante ocorrem em todas as culturas ao redor do mundo e há inúmeras razões quanto ao porque as pessoas se voltam ao crime ou ao desvio de comportamento. O presente trabalho tratará mais especificamente da teoria do “Labelling approach” e tentará determinar se o crime é realmente resultado de dito “etiquetamento”. Há diferenças entre os termos crime e desvio. Crime é a quebra de uma determinada norma imposta por uma dita sociedade, como por exemplo assassinato. Por outro lado, um ato desviante é muito mais amplo, pois este estende se a qualquer ação que possa extraviar se dos valores convencionais de uma sociedade. Entretanto, algumas coisas como estupro e assassinato são ambas consideradas crime e comportamento desviante, apesar de crime e desvio serem relativos ao tempo e à cultura a que eles são empregados. Isso significa que crime e desvio são ambas construções sociais, e não conceitos inerentes e universais à raça humana. Discutirei o impacto do etiquetamento e se este pode resultar no desvio comportamental.

Howard Becker é um exemplo de teorista defensor da “labelling approach” que acreditava que um “desviante” era simplesmente alguém cujo rótulo, qualquer ele que seja, foi empregado com sucesso, e que comportamento desviante é simplesmente algum comportamento que assim foi rotulado. Becker diz: “…os grupos sociais criam desvio ao fazer as regras cuja infração cria desvios e aplicando essas funções a pessoas particulares e rotulá-las como outsiders.” Becker diz que a sociedade cria as regras, e que uma atividade desviante não é intrinsecamente diferente de qualquer outra, ela simplesmente fica fora dos limites da aceitação social. Um exemplo seria um desviante usuário de drogas se injetando com heroína, e um cidadão “respeitável” se ministrando insulina para sua diabetes. Becker diz que nenhum desses é desviante, devido ao fato de que o ato de se injetar não é moralmente bom nem ruim; e sim o rotulo que empregamos a essas atividades que tem significado, desviante ou não. Entretanto, há alguns pontos negativos a ideia de Becker de que algo só é ruim por seu conteúdo. Isso implica que sem o etiquetamento, desvio algum existiria. Isso leva a estranha conclusão que alguém que comete um crime, mas não é rotulado não desviou seu comportamento. Implica também que desviantes não estão cientes de seus desvios até serem rotulados. Alas, em sua maioria, estes estão cientes de que seus atos vão contra os preceitos sociais.

Como seres sociais, nossa identidade é fortemente ligada a forma como somos vistos por nossos parelhos. Se estes nos veem de forma negativa, isto poderia afetar a forma como nos comportamos. Essa é a ideia do processo de etiquetamento. A primeira parte [do processo] acontece quando o rotulo é atribuído, seja pela midia, a policia ou até mesmo um tribunal. Este rotulo fica e as pessoas passam a tratar o individuo cujo rotulo lhe foi atribuído diferente de como o tratariam na ausência de dito rotulo, mesmo que este não seja verdade. Este rotulo torna se derradeiro, sobrepondo qualquer outro antes dele, como amigo, irmão, vizinho etc. Penultimamente, a pessoa etiquetada aceita o rotulo, pois, sua auto concepção adere, mesmo que subconscientemente, à como as pessoas a seu redor a veem. Finalmente, o rotulo incorpora se completamente ao comportamento do individuo; este acaba por demonstrar e aderir às atividades ligadas ao rotulo que lhe foi concedido, em vista de que as pessoas já o veem como desviante de qualquer forma. Isso completa o processo por confirmar o rotulo aos olhos de seus iguais. Entretanto, o “labelling process” pode ser criticado independentemente,

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