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Os Quatro Pilares Da Miséria

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Por:   •  21/3/2015  •  4.995 Palavras (20 Páginas)  •  465 Visualizações

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Os quatro pilares da miséria

Claudionor Aparecido Ritondale

Não sou economista, não tenho curso de administração de empresas, mas sobrevivi até agora razoavelmente bem, num processo de superação de adversidades. Vi muitas transformações na economia como um todo e fui beneficiário e/ou vítima delas todas.

Posso não me considerar rico – realmente, não sou rico – e julgo que isso não seja o resultado de gerenciar bem sua vida. A questão, que para muitos é dolorosa, de obter sucesso na vida está resolvida com a citação do filósofo Ralph Waldo Emerson que expus no início do meu livro "O gerente formador e motivador", que reproduzo a seguir:

“Rir muito e com frequência; ganhar o respeito de pessoas inteligentes e o afeto das crianças; merecer a consideração de críticos honestos e suportar a traição de falsos amigos; apreciar a beleza, encontrar o melhor nos outros; deixar o mundo um pouco melhor, seja por uma saudável criança, um canteiro de jardim ou uma redimida condição social; saber que ao menos uma vida respirou mais fácil porque você viveu. Isso é ter tido sucesso.”.

Quero aqui refletir sobre algo que me preocupa sobremaneira: a miséria humana. Do ponto de vista estritamente individual, todos nascemos ignorantes, frágeis e nus. Nossa dependência de outras pessoas é total, no início, e pode continuar assim para muitas pessoas, as que se encontram na faixa da miséria.

As carências não são fáceis de gerenciar. Ninguém pode ser economista se não tratar da escassez. Saber retirar muito de pouco é um dom que sempre foi muito considerado. Por esse motivo, a economia afeta a vida de todas as pessoas.

Com essas reflexões que inicio neste apêndice, pretendo tratar de quatro fenômenos que ocorrem não apenas em países isoladamente, em empresas ou famílias, mas no planeta inteiro, talvez não em escala global, mas em grandes contingentes de pessoas. Considero-os como os quatro pilares da miséria. Eles sustentam essa condição e provocam o transtorno da vida humana no planeta.

Para não gerar muita expectativa em ninguém, anuncio quais são eles: a corrupção, a falta de formação, a burocracia e o desperdício.

Eles não têm uma ordem hierárquica, tampouco acontecem sozinhos. Pode ocorrer de um deles não acontecer, mas é raro que os quatro deixem de atuar para que a miséria ocorra.

Não quero sacramentar uma posição sobre o país em que vivo, sobre as empresas onde trabalho ou trabalhei, sobre a família de origem ou a família atual que convive comigo. Falarei de algumas hipóteses, com alguma justificativa em minha experiência, em leituras que faço, em informações que absorvi.

Para iniciar, forçosamente tenho que ser didático, porque acredito que seja muito difícil à compreensão das pessoas um tratamento dado a esse assunto com a interligação constante na análise dos quatro fenômenos. Então, a abordagem terá que tratar de cada um deles, mas com o alerta ao leitor de que sempre haverá interligação de um fenômeno com os outros três.

O primeiro fenômeno, que é um mal endêmico de muitas sociedades, é a corrupção.

Pensemos em termos materiais: um bem que imaginemos para nós e compremos por um determinado valor, mas que tenha um uso durante um tempo. Muitos o utilizam como mercadoria de troca e querem valorizá-lo. Se estivermos na categoria dessas pessoas, podemos entender o que significa comprar um automóvel e buscar mantê-lo.

Há a contrapartida do mercado de querer que o automóvel já se desvalorize no terceiro segundo após ter saído da loja. Sim, isso ocorre, mas pensemos apenas na conservação material desse bem.

Ele está intacto quando sai da loja. Ele deverá, para funcionar, receber um investimento de quem o comprou. Deverá receber um abastecimento de combustível, terá que sair com uma revisão feita em todos os itens, terá um certificado de garantia para eventuais problemas ocorridos no prazo determinado pelo certificado de garantia, terá que ter uma nota fiscal, um emplacamento – que é o registro nas autoridades de trânsito –, todos os documentos em ordem.

Para conduzi-lo onde quer que eu vá, tenho que ter uma habilitação, que é a autorização legal para que eu o conduza. Isso dependerá de um treinamento, de cursos e de provas teóricas e práticas.

Todos que possuem automóvel sabem dessas questões, mas existem outras acessórias: como dispositivos de segurança a mais – luz de segurança, travas nas portas, seguro contra incêndio e roubo, alarmes. Também alguns confortos podem ser incorporados, como algum dispositivo sonoro, bancos mais adaptado às especificidades de motorista e passageiros, ar condicionado. E alguns dispositivos para estética e luxo, como faróis incrementados, calotas esportivas.

Todos os itens dão segurança, conforto, desempenho e satisfação, além de garantir a conservação do veículo.

Aí está a questão sobre a qual queremos iniciar nossa reflexão: conservar.

A corrupção nasce da dificuldade em manter alguma coisa num mesmo estado de conservação, ou em condições adequadas de funcionamento.

Existem as regras e as diretrizes para eu conduzir bem um veículo, durante um bom tempo, sem que eu tenha que desembolsar todo o valor do veículo e perdê-lo. Não devo tomar tantas multas, não devo sofrer nem provocar acidentes, tenho que zelar para que eu não o perca num furto, assim por diante. E devo fazer as manutenções requeridas pelo fabricante do veículo ou pela condição de uso que eu destinar a ele.

Quando algo acontece para que a conservação da posse e do bom uso do veículo não se estabeleçam, eu começo a corromper a condição de uso do veículo que possuo. Ele se desgastará, e eu não recuperarei o item desgastado num tempo adequado para que eu não tenha mais prejuízos. Eu me atrapalharei com sanções da lei ao meu mau uso do veículo e ficarei com dificuldades para renovar minha habilitação. Eu sofrerei com a desorganização para renovar meu seguro e correrei mais riscos. Em suma: eu corrompi, de alguma forma, a situação de conservar bem próximo ao estado original meu veículo.

Na vida, em geral, corromper é isso: perder algumas condições originais, adulterar, deturpar, estragar algo.

O desgaste

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