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O ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO E A INFLUENCIA DE MODELOS DE UNIVERSIDADES ESTRANGEIRAS

Por:   •  23/8/2017  •  Artigo  •  2.116 Palavras (9 Páginas)  •  390 Visualizações

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O ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO E A INFLUÊNCIA DOS MODELOS DE UNIVERSIDADES ESTRANGEIRAS.

Universidade 42: Um novo modelo de universidade no Brasil.

Adiel Ernane de Macedo Reis

RESUMO:

Este artigo traz a análise da possibilidade de se inserir o modelo da Universidade 42 sem professores e com ensino totalmente colaborativo no ensino superior brasileiro, levando em conta influencias estrangeiras durante a história e as características culturais desenvolvidas a partir das convicções das instituições de ensino superior em várias épocas.

Palavras-chave: Educação, Educação superior, modelos de universidades estrangeiras, universidade 42, Ensino Colaborativo.

  1. Introdução

Durante sua história, o ensino superior brasileiro tem sido influenciado por modelos de universidades estrangeiras, que por sua vez, assumem características diferentes de acordo com a época e as circunstâncias que as norteiam.

        Estas influencias trouxeram um objetivo, à reflexão de universidade no seu modelo de fundação e quais os papéis e as funções seriam atribuídos a ela, ou dela esperados e ainda, analisar e considerar as características remetidas à universidade brasileira.

        A aceitação de um modelo estrangeiro no ensino superior nacional baseia-se em interpretações avaliativas de dados, estruturas e questões que por meio de contextos são extraídas as medidas que são relevantes para a prática da educativa de âmbito nacional. Observar o que está funcionando em outro país se torna um encanto para os responsáveis pelas mudanças alterarem o funcionamento de um sistema que requer soluções rápidas e eficazes.

        Analisar friamente se um modelo pode ou não gerar um efeito positivo dentro de uma universidade se torna um tanto complexo, ainda mais se tratando de um modelo onde o ensino é colaborativo, e “sem professores”. Talvez a melhor maneira de avaliar esta situação, seja tratar o modelo da Universidade 42 como uma característica deste tempo, uma vez que as TIC’s dominam todas as frentes de formação profissional e a partir deste ponto, responder, com base nas reações de sociedade, professores, estudantes, etc. durante a história se este modelo colaborativo tende a ser uma solução para problemas existentes ou uma grande influência para soluções de longo prazo.

  1. Universidade 42, o modelo colaborativo de ensino superior

Alguns conceitos são tão enraizados que, se alterados, temos um choque cultural muito grande. Esperamos que tenha cozinheiros e garçons em restaurantes, que exista atendentes em bilheterias e que professores lecionem em escolas, universidades e cursos profissionalizantes, etc. Então a universidade 42 se apresenta, o nome faz referência a resposta da grande pergunta sobre qual seria o sentido da vida segundo o clássico de ficção científica O Guia do Mochileiro das Galáxias (The Hitchhiker's Guide to the Galaxy, no original em inglês) de Douglas Adams - criado nos anos 1970 como série de rádio da BBC e transformado em livro, peça de teatro, minissérie de TV, filme longa-metragem, revista em quadrinhos, livro ilustrado e jogo de computador.

O empresário milionário Xavier Niel, que segundo a revista Forbes tem a sétima maior fortuna na França, investiu mais de U$$ 100 milhões e fundou em 2013 o primeiro campus da 42, em Paris. O objetivo de Niel e seus sócios é revolucionar a educação tendo como inspiração o Facebook e seu grande impacto na internet mundial. O campus norte americano chegou em 2016 ao vale do silício na Califórnia,  

A 42 é aberta para estudantes de 18 a 30 anos, não exige pré - requisitos para admissão, como diploma acadêmico, ou cursos afins. Para concluir a matriz curricular serão necessários de três a cinco anos, ela é formada por 21 níveis de ensino.

  1. A matriz curricular

Composta por 21 níveis, a matriz curricular da Universidade 42 deixa os estudantes no “comando” de seu aprendizado e possível sucesso. Para que haja progressão de nível, o estudantes devem desenvolver projetos que, são corrigidos pelos próprios colegas estudantes, dando total ênfase no trabalho colaborativo. Segundo o site da unidade americana da 42 “os estudantes se corrigem entre eles os projetos produzidos pelos seus colegas. Nenhuma correção é típica na 42, não há modelos que os estudantes devem explorar”.

A matriz curricular foi criada para ser concluída em três anos aproximadamente considerando um ritmo razoável de estudos e compartilhamento do tempo com um estágio ou trabalho de meio período, por exemplo. Esta duração de curso pode ser reduzida ou prolongada, de acordo com as necessidades de cada estudantes, sem nenhuma consequência brusca para ambas as partes.

  1. A pedagogia de parceria

A 42 segue o conceito de “Pedagogia de Parceria” (do inglês peer-pedagogy), no qual o sistema clássico de um professor em sala de aula é substituído por um comunidade estudantil no centro de seu próprio aprendizado. Em entrevista a revista época de julho de 2005, Marc Presnky autor do livro Digital Game-Based Learning (aprendizagem baseada em jogos) diz que introduzir novas tecnologias na sala de aula não melhora o aprendizado automaticamente, mas para que esta tenha efeito é preciso deixar a responsabilidade do uso da tecnologia pelo aluno, ele se tornará responsável pelo aprendizado.

Ainda segundo Presnky introduzir novas tecnologias na sala de aula não melhora automaticamente o ensino, porque a tecnologia dá apoio a pedagogia e não o contrário, infelizmente a tecnologia não serve de muito para a boa e velha aula expositiva, a não ser da for mais trivial, como slides. Para que a tecnologia tenha efeito positivo no aprendizado, os professores precisam mudar o jeito de dar aula, usar a pedagogia de parceria, na qual a responsabilidade pelo uso da tecnologia é do aluno e não do professor.

Essa pedagogia inverte os papéis entre professores e alunos. Os alunos que antes se limitavam a somente ouvir e tomar notas, passam a ensinar a si mesmos, com orientação dos professores. Por este motivo se enfatiza a real necessidade de se usar uma ferramenta que ajuda a aprender. O papel do aluno passa a ser o de pesquisador, de usuário especializado em tecnologia e o professor passa a ter o papel de guia, o “treinador”. Ele estabelece metas para os alunos e os questiona, garantindo o rigor e a qualidade da produção da classe.

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