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A FORMAÇÃO DA SOCIOLOGIA

Por:   •  23/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.233 Palavras (9 Páginas)  •  192 Visualizações

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AUGUST COMTE

August Comte retoma várias das ideias do pensador Saint-Simon, com o qual manteve uma relação profissional durante certo período. Para Comte, defensor ferrenho da nova sociedade, as sociedades europeias encontravam-se em total desordem e anarquia. A religião não mais exercia a mesma força sobre a conduta dos indivíduos e, portanto, a sociedade não poderia ser reorganizada a partir de conceitos religiosos, tampouco com a filosofia iluminista. Segundo Comte, para que a ordem fosse restabelecida, seria necessário criar uma crença que fosse comum a todos, ou seja, uma forma de que todos organizassem seus conhecimentos da mesma maneira.

Para que seu ideal fosse alcançado, Comte estabeleceu que a ciência seria o ponto de partida para nortear os conhecimentos humanos. A filosofia, de acordo com o pensador, deixara de ser uma atividade independente, passando a ser somente uma disciplina auxiliar da ciência utilizada para refletir sobre os resultados por ela obtidos.

Conforme pensava Comte, a verdadeira filosofia deveria encarar a realidade de forma “positiva”, claramente opondo-se à filosofia iluminista do século XVIII, que pregava a contestação às instituições sociais, as quais prejudicavam a liberdade dos indivíduos. Entretanto, sua crítica à filosofia iluminista focava não em torná-la inócua, mas com intenção de organizar a realidade, visto que a filosofia iluminista anteriormente serviu para causar uma revolução, e naquele momento, para Comte, seria interessante manter a realidade e evoluí-la.

A criação da sociologia significava, para Comte, o triunfo do positivismo no conhecimento humano, uma evolução no pensamento científico, o qual já possuía vários outros ramos científicos, como a astronomia, a física, a biologia, etc. A partir desse momento passaria a existir uma “física social”, que se utilizaria dos mesmos procedimentos das ciências naturais, como a observação, experimentação e comparação.

Uma das questões mais importantes, para Comte, em sua sociologia era a consonância entre a “ordem” e o “progresso”, os quais seriam condições indispensáveis na nova sociedade. Nesse sentido, criticava os pensadores que conservadores que pregavam a restauração do antigo regime feudal, organizando a sociedade somente pela ordem em prejuízo do progresso. Por outro lado, também criticava aqueles que defendiam o “progresso” em detrimento da ordem social. Para Comte, a ordem deveria ser um ponto inicial na construção da nova sociedade, na qual poderiam ser introduzidas reformas pelos cientistas e industriais, de maneira que o progresso seria uma consequência gradual da ordem.

ÉMILE DURKHEIM

Assim como Comte, Durkeim também se preocupava com a manutenção da ordem social. Além disso, ele ocupou-se em estabelecer um objeto de estudo da sociologia e indicar seu método de investigação.

A elaboração de sua obra ocorreu em um período de constantes crises econômicas, as quais causavam desemprego, aumentando a luta de classes, os trabalhadores passaram a se utilizar da greve e a formar sindicatos. Apesar disso, o século XX foi marcado por um grande avanço tecnológico, como o uso da eletricidade e do petróleo, o que gerava certa empolgação e esperança no âmbito econômico.

Durkeim discordava das teorias socialistas, tanto que buscava em suas ideias, dar respostas a estas formulações. Divergia principalmente no tocante a atribuição do diagnóstico da crise das sociedades europeias em função dos fatos econômicos. Para ele, a causa dos problemas não era de cunho econômico, mas moral, de maneira que não havia uma orientação adequada à conduta dos indivíduos. Por essa razão discordava dos programas de mudança socialistas que argumentavam que medidas econômicas, como a distribuição de riqueza e modificações na propriedade, solucionariam os problemas sociais.

Nesse sentido, Durkeim considerava fundamental encontrar novas ideias morais capazes de orientar as pessoas e acreditava que a ciência conseguiria solucionar a questão. Partilhava da mesma opinião de Saint-Simon com relação à crença de que os valores morais seriam elementos capazes de resolver crises econômicas e políticas, bem como estabelecer relações estáveis e duradouras entre os homens.

Para Durkeim, otimista quanto à nova sociedade industrial, a divisão do trabalho não era algo prejudicial para os indivíduos, ao contrário, era saudável que existissem funções especializadas, permitindo o aumento da solidariedade entre os indivíduos, visto que em algum momento um precisaria do outro devido à função que exercia. Portanto, o aspecto mais importante da divisão de funções não era o econômico, que ocorria pelo aumento da produtividade, mas a possibilidade de união e solidariedade entre as pessoas.

Entretanto, para Durkeim, inexistia um conjunto eficiente de ideias morais capazes de guiarem o comportamento dos indivíduos, acarretando o mau funcionamento da sociedade e fazendo com que, de acordo com o pensador, a sociedade mergulhasse em estado de anomia, ou seja, experimentasse uma ausência de regras claramente estabelecidas. Segundo Durkeim, a sociedade estava doente, e o aumento do número de suicídios demonstrava que ela estava incapaz de exercer controle sobre o comportamento de seus membros.

Não obstante, Durkeim preocupava-se em estabelecer um objeto e um método de estudo para a sociologia, destacando que nenhuma ciências pode ser constituída sem uma área própria de investigação. Portanto estabeleceu que a sociologia deveria se ocupar com o estudo dos fatos sociais que se apresentavam como exteriores e coercitivos aos indivíduos. Isso significa que um indivíduo, após nascer, encontra a sociedade já constituída, como o direito, os costumes, crenças religiosas, sistema financeiro, de modo que nada foi criado por ele e, futuramente, tais conhecimentos serão passados a ele por meio da educação. Nesse sentido, Durkeim criticava a falta de criatividade das pessoas, apontando-as como sujeitos passivos, incapazes de transformar sua realidade histórica.

De acordo com Durkeim, a sociedade poderia ser observada da mesma forma como os fenômenos naturais, e para isso o sociólogo deveria, durante suas investigações, estar no mesmo estado de espírito que aquele dos físicos ou químicos.

Para restaurar a saúde da sociedade, Durkeim julgava de fundamental importância, incentivar a moderação dos interesses econômicos, enfatizar a noção de disciplina e de dever, assim como difundir o culto à sociedade, ás suas leis e à hierarquia existente.

Portanto, através dessa visão, a função da sociologia seria detectar e solucionar os problemas sociais, restaurando a normalidade social e, assim, tornar-se uma técnica de controle social e da manutenção do poder vigente.

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