Uma disputa do feudalismo ao capitalismo
Seminário: Uma disputa do feudalismo ao capitalismo. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: ericca • 6/12/2014 • Seminário • 4.675 Palavras (19 Páginas) • 506 Visualizações
A transição do feudalismo ao capitalismo.
A passagem do feudalismo para o capitalismo é marcada por diversos fatos. O sistema feudal estava passando por alguns problemas e o sistema capitalista se aproximava cada vez mais, isso aconteceu no período da passagem do período Medieval para o Contemporâneo. Os burgueses eram ex-servos que viviam nos campos e passaram a fazer parte da vida nas cidades e do mercado. Nesse momento a burguesia queria se desvincular do clero o que ocorria em toda a Europa, pois os burgueses estavam cada vez mais independentes e com o comércio crescendo cada vez mais.
“Mas estes esboços isolados retrocedem em seguida, e não podemos falar de verdadeira passagem ao capitalismo senão quando regiões suficientemente extensas vivem sob um regime social completamente novo”. (Pág., 39).
- Segundo Vilar, não se pode falar de uma passagem para o capitalismo se apenas algumas áreas estão de acordo com as características desse modo. Destaca que, para que se possa ter uma região capitalista devesse passar por um regime social que seja completamente novo, com novas ideias, com novo desenvolvimento do comércio, ou seja, nessa passagem do Feudalismo para o Capitalismo, ocorreram varias mudanças na economia, na igreja, nas cidades etc., e principalmente no homem, tornando- o mais crítico e menos teocentrista.
“Não devemos empregar sem precaução a palavra “burguesia” e devemos evitar o termo “capitalismo” enquanto não se trate da sociedade moderna, onde a produção maciça de mercadorias repousa sobre a exploração do trabalho assalariado, daquele que nada possui, realizada pelos possuidores dos meios de produção”. (Pág., 40).
- As relações de trabalho se realizavam entre o senhor feudal, dono da terra que fazia parte da burguesia, e do outro lado o servo ou camponês, que era subordinado ao senhor feudal. Nesse período não existia trabalho assalariado, o que resultava numa dependência social entre senhor e servo.
“Somente a partir do século XI é que se generalizou o grande comércio. Sua penetração combinou-se como crescimento da produção local destinada ao mercado, com a progressiva substituição das oficinas confinadas aos servos na reserva senhorial para a fabricação de objetos de uso corrente pelas oficinas urbanas”. (Pág., 41).
- Dá-se início a partir do século XI, de fato, o aumento do comércio. A produção local com objetivo comercial. Os artesãos eram donos dos ofícios (técnicas de trabalho), das ferramentas e da matéria-prima. Porém, a maior parte do lucro ficava nas mãos dos comerciantes e não nas mãos de quem realmente produzia, essa é conhecida como a fase primitiva da acumulação de capital, e também pode ser considerada como uma fase de “especulação”.
“Foi precisamente ao longo da crise do feudalismo (como reação a ela, sem dúvida) que numerosas invenções vieram modificar o nível das forças de produção”. (Pág., 42).
- Novas técnicas foram desenvolvidas para ajudar nas produções. Com isso, a indústria passa a ser mais rentável que o campo. Logo, as populações migram para a cidade, as invenções das máquinas, ajudando no sistema de produção, dando maior mobilidade social e com grandes avanços no desenvolvimento de tecnologias.
“Este impulso interno foi finalmente interrompido, a partir dos últimos anos do século XV, por uma injeção de riqueza exterior devido à expansão marítima e colonial”. (Pág., 43).
- A expansão marítima ganhou impulso nesse período, a era dos descobrimentos impulsionou riquezas e novas possiblidades de comércio.
“(...) a pequena propriedade e o gozo dos direitos contribuíram para desenvolver, a partir do século XIV, uma classe rural precocemente comprometida na produção artesanal e na comercialização dos produtos”. (Pág., 44).
“A colonização europeia em escala mundial determina outro aspecto da acumulação primitiva. Realiza-a por mecanismos bastante variados: - Os saques. Delicadas jóias arrebatadas dos índios das ilhas, imensos tesouros dos príncipes mexicanos e incas: tudo foi diretamente transferido para a Europa”. (Pág., 45).
“(...), uma das grandes fontes de enriquecimento da corte real inglesa fora a pirataria, a pilhagem direta dos carregamentos espanhóis. A esta economia de pilhagem, a colonização a seguir acrescenta uma exploração contínua e sistemática”. (Pág., 46).
- O acúmulo de capital se deu por três fatores principalmente: expropriação agrária, proletarização das massas rurais, exploração colonial e saques. A violência legalizada, os saques às riquezas das terras aonde o “descobrimento” chegou enriqueceram os cofres europeus.
“(...), vemos que a intensidade da acumulação monetária na Europa, condição para a instalação do capitalismo, dependeu do grau de exploração do trabalhador americano. Isto não vale somente para as minas”. (Pág., 47).
- A exploração das terras para recolhimento de ouro e prata causa um aumento grande dos preços dos produtos europeus. O preço dos metais diminui, mas aumentam os dos produtos. Contudo, o preço dos salários não aumenta com a mesma proporção.
“Os conquistadores e colonos dos primeiros tempos, estavam dispostos a dar muito ouro (lhes custava pouco) em troca de azeite, vinho ou panos chegados da Europa (...)”. (Pág., 48).
“(...) a finalidade de qualquer atividade é ‘fazer dinheiro’; a nação é rica se tem um saldo positivo de metais preciosos; pouco importa como é distribuído esse saldo: confundem-se ‘lucro nacional’ e ‘lucro dos comerciantes’ (que, por sua vez, se confundem com os industriais)”. (Pág., 49).
- O que mais importava aos burgueses era o lucro/renda, não importando como seria arrecadado ou distribuído.
“O país mais característico desta fase é a Inglaterra de finais do século XVII. A evolução que sofreu desde o século XV – concentração da propriedade agrária, proletarização da mão-de-obra, atividade marítima colonial – permitiu-lhe superar definitivamente os países dos primeiros descobrimentos – Espanha e Portugal, paralisados pelo excessivo afluxo de dinheiro e parasitismo das rendas”. (Pág., 50).
- O país que mais serve de exemplo para tais transformações, datadas no século XVII estendendo suas modificações ao século XVIII, é a Inglaterra. Priorizaram as mudanças na área industrial, organizando seus meios de produção e dividindo o trabalho.
“... a produção industrial em massa será a fonte essencial do capital, pela distância estabelecida entre o valor produzido pelo operário e o valor que lhe é restituído sob a forma
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