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A DISSERTAÇÃO DE ANTROPOLOGIA: Amor Culposo

Por:   •  24/5/2022  •  Trabalho acadêmico  •  469 Palavras (2 Páginas)  •  131 Visualizações

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DISSERTAÇÃO DE ANTROPOLOGIA: Amor Culposo[1]

Alícia Maria Rosendo Fernandes[2]

Bruno da Silva Azevedo[3]

Amor Culposo é o caso de um policial que ao chegar mais cedo em casa para pedir sua namorada em casamento a encontra com seu melhor amigo e, não aguentando tamanha dor e ciúmes, começa a discutir com os dois próximos à uma escada, que é quando o mesmo saca a arma de seu uniforme e aponta para sua namorada. A partir disso acontece uma série de acontecimentos que culmina na morte da namorada pelo seu amante. A respeito do caso, entra em cheque questões como “quem foi o verdadeiro culpado pelo desfecho trágico?”, “quais as motivações do namorado para as suas ações?”, entre outros.  Foram realizadas entrevistas ao público usuário de transporte público, acerca do caso e o que foi observado por mim ao final das entrevistas foram as contradições entre o estilo de vida e as respostas dadas pelos entrevistados.

Em uma primeira análise, nota-se a contradição das pessoas que se dizem religiosas ao serem a favor da pena de morte. De acordo com os dados da pesquisa em um público de maioria cristã (75,8%), um número não ignorável de pessoas respondeu ser a favor da pena de morte (32,1%). Desde tempos primórdios, o ser humano, pretendendo fazer justiça, tira a vida seu semelhante e Deus sempre foi contra, mas, por algum motivo, seus seguidores são a favor, o que nos faz questionar a cerca de suas motivações para tal.

Outro ponto a ser observado por mim foi a contradição feminina. Ao aplicar o questionário nos terminais de ônibus, muitas mulheres, principalmente de idades mais avançadas, responderam que o culpado do desfecho trágico certamente era a namorada, pois, ao decidir trair o seu namorado acabou gerando todo o quadro que culminou em sua morte. A questão é, seria mesmo a mulher a culpada de sua própria morte? e porque justamente as mulheres mais velhas tiveram esse pensamento? É inevitável chegar à conclusão que o pensamento conservador que lhes foi ensinado na sua infância e se encontra empregando até os dias de hoje é uma das justificativas para esse resultado, uma vez que, das mulheres que deram essa reposta, grande parte era de direita.

Logo, a partir dos fatos analisados, chaga-se a conclusão que, no Brasil, principalmente as classes mais baixas frequentadoras de transporte público, se encontram em contradição nos seus valores, crenças e identidades, fazendo-se necessário uma educação e formação cultural que possam oferecer resistência à barbárie, por meio da conscientização e formação.


[1] Dissertação apresentado à disciplina de Antropologia do Centro Universitário UNDB.  

[2] Aluna do 1º Período do Curso de Direito do Centro Universitário UNDB.

[3] Professor, Especialista, Mestre, Orientador.

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