A Química Industrial Biologia Vegetal Manutenção Biológica do pH

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Universidade da Beira Interior

Química Industrial

Biologia Vegetal

Manutenção Biológica do pH

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Objetivo  [pic 3][pic 4]

O objetivo deste trabalho consiste em verificar o comportamento de pigmentos extraídos de extratos vegetais com base na variação dos valores de pH.

Introdução

 As antocianinas, compostos pertencentes à classe dos flavonóides, são os principais pigmentos responsáveis pelas cores das flores. Estes flavonóides estão livres no citoplasma das células vegetais e são solúveis em água, sendo de fácil extracção. A cor, destes pigmentos antocianínicos, depende da acidez encontrada no vacúolo da célula vegetal; por exemplo, em meio ácido (pH 1-2) a antocianina é vermelha, em meio neutro é violeta e em meio básico (pH 6-6.5) é azul. Com o aumento do pH, a desprotonação acarreta num rearranjo electrónico da molécula, afectando a conjugação das ligações duplas nos anéis aromáticos. Entretanto, caso ocorra hidratação em paralelo à desprotonação, a mudança na distribuição electrónica da molécula torna-a incolor. Assim, os pigmentos nas plantas mantêm a cor protegendo as antocianidinas contra a hidratação através da conjugação dessa molécula com glícidos como glicose, galactose ou ramnose. Figura 1 - Estrutura de uma antocianina genérica. Nos extractos vegetais existem diferentes quantidades das diversas antocianinas.

Materiais e reagentes

• Água Destilada;
• Beterraba;
• Couve Roxa;
• Pétalas;
• Detergente caseiro;
• HCl 7M;
• NaOH 10M;
• Papel de filtro o u gaze;
• Tampão Tris-Maleato;
• Tubos de ensaio;
• Suporte para tubos de ensaio;
• Vinagre;

Procedimento

Parte 1: Extração

Primeiramente, colocamos a beterraba, a couve roxa e as pétalas num almofariz, e trituramos com 10 ml de água destilada. Seguidamente, filtramos o extrato resultante das amostras acima mencionadas com o auxilio de uma porção de gaze, recuperando o filtrado.

Parte 2: Teste com produtos domésticos

Despois da obtenção dos extratos, transferimos uma porção dos mesmos para tubos de ensaio com o auxílio de uma pipeta de Pauster, em seguida adicionamos vinagre e detergente doméstico aos respetivos tubos de ensaio.

Apos verificadas as alterações dos mesmos procedemos à medição do pH.

Observamos também após a medição do pH, se as amostras eram reversíveis, ou seja, ao adicionarmos vinagre ao tubo de ensaio que continha detergente se este mudava de cor, e vice versa.

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Parte 3: Teste dos extratos com diferentes tampões para diferentes valores de pH

Colocamos 5 tubos com cerca de 2ml de tampão Tris-Maleato com pH entre 5 e 9. Em seguida, adicionamos algumas gotas dos extratos anteriormente obtidos até obter uma cor visível, comparando as colorações obtidas. Ao tubo com o tampão com o pH mais baixo adicionamos algumas gotas de HCl 7M e ao tubo com o tampão mais elevado adicionados algumas gotas de NaOH 10M.

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Tratamento de resultados

Parte 2:

Adicionando o detergente verificamos que:

• Pétalas –  passou de rosa para amarelo – pH=10,81;
• Beterraba –  passou de bordo para amarelo – pH=12,28;
• Couve Roxa –  passou de lilas para verde – pH=11,83.

Adicionando o vinagre verificamos que:

• Pétalas –  não aconteceu nada –  pH=3,14;
• Beterraba –  não aconteceu de nada – pH=3,54;
• Couve Roxa -  passou de lilas para rosa escuro – pH=3,26.

Reversibilidade:

• No extrato de pétalas ocorreu reversão em ambas;
• No extrato de beterraba não ocorreu reversão em ambos;
• No extrato de couve roxa ocorreu reversão em ambos;

Parte 3:

Ao adicionarmos a solução   de   HCL   7M   aos extratos com   menor   pH   e

solução de NaOH 10M aos extratos com maior pH obtivemos os

seguintes resultados:

Pétalas	Cor	Adição	Cor
pH-5	Transparente	HCl (7M)	Laranja
pH-6	Rosa Fusco
pH-7	Rosa Fusco
pH-8	Rosa Fusco
pH-9	Rosa Fusco	NaOH (10M)	Amarelo

Beterraba	Cor	Adição	Cor
pH-5	Vermelho	HCl (7M)	Rosa
pH-6	Vermelho
pH-7	Vermelho
pH-8	Vermelho vivo
pH-9	Bordô	NaOH (10M)	Amarelo