A história da descoberta da estrutura do DNA
Por: ThalitaMilek • 28/8/2017 • Trabalho acadêmico • 718 Palavras (3 Páginas) • 614 Visualizações
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DNA-B ,sendo que a segunda continha maior proporção de agua de cristalização. Naquele ano,Wilkins,no laboratório de Cristalografia do King´s College,tinha obtido as primeiras figuras de difração aos raios X usando DNA-A extraído da glândula timo de bezerros .As figuras eram mal definidas ,impedindo que se pudessem determinar as posições dos átomos e as distancias entre eles, isto é ,a estrutura molecular. Mesmo assim,vimos no capitulo anterior como seus primeiros resultados impressionaram Watson fortemente, fazendo-o acreditar que a difração por raios X seria de grande ajuda para revelar a configuração do DNA.
Cristais melhores de DNA-B foram obtidos em 1952 por uma outra pesquisadora do King´s College ,Rosalind Franklin (1920-1958),que trabalhava com Wilkins. Ela obteve fotografias de raios X que viriam a produzir boa parte das provas necessárias para revelar a estrutura do DNA.Talvez por ser mulher ,em uma época na qual os preconceitos eram ainda maiores do que nos dias de hoje, talvez devido a seu gênio retraído ,a sua acentuada timidez,Rosalind Franklin não teve o seu trabalho inicial sobre o DNA tão reconhecido quanto merecia.
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O problema ao qual Crick e Watson se dedicaram, no decorrer de 1952 ,foi o de propor uma estrutura para o DNA a partir dos seus três componentes bases nitrogenados ,desoxirribose e íons fosfato. As bases nitrogenadas ligadas quimicamente a um açúcar (ribose ou desoxirribose ) são chamadas nucleosídeos .Alexander Todd,um químico orgânico de Cambridge,tinha estudado minuciosamente esses nucleosídeos e seus fosfatos (nucleotídeos) e concluiu que no DNA os nucleosídeos deveriam estar ligados por grupos fosfato nas posições
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3 e 5 das moléculas de desoxirribose. Teríamos assim longas cadeias formadas por desoxirribose –fosfato-desoxirribose –fosfato ...,com as bases nitrogenadas ligadas aos átomos de carbono 1 das desoxirribose
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Watson e Crick em Cambridge
Em uma visita a Londres, em junho de 1952,Wilkins mostrou a Watson as fotografias de difração de raios x obtidas por Rosalind Franklin usando cristais da forma B do DNA.Watson conta que ao ver as fotografias, imediatamente percebeu que correspondiam a uma estrutura em hélice, e que seria possível calcular quantas cadeias de fosfato de desoxirribose formariam essa hélice .
Mas, enquanto permanecia certo impasse na interpretação dos dados de difração de raios X,Watson e Crick passariam a usar modelos que construíram com varetas de arame, para representar as ligações químicas, e chapinhas de metal ,para representar as moléculas das bases, que são compostos de cadeia fechada .Tudo isso em escala. Essa tinha sido a técnica de visualização usada com tanto sucesso por Pauling ao propor a sua estrutura para as proteínas
Crick, que se tornara um especialista na analise das figuras de difração de estruturas em forma de hélice, concordo que as fitas formadas pelas cadeias de Fosfato-5-desoxirribose-3-fosfato-5-desoxirrribose... Deveriam estar enovelada como uma hélice. Depois de outra visita de Watson a Londres, desta vez ao laboratório de Rosalind Franklin, em janeiro de 1953,
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Concluíram, pelo diâmetro atribuído a hélice do DNA -20-, que devia se tratar de uma hélice dupla, isto é, formada por duas cadeias de fosfato-desoxirribose, enroladas ao longo do eixo da hélice
Foi por essa época que Peter Pauling, filho de Linus e que estudava em Cambridge, contou a Watson que seu pai estava publicando um trabalho no qual conluia que o DNA formava cadeias tríplices, isto é, com três cadeias de fosfato-desoxirribose. Watson e Crick respiraram aliviados, pois eles estavam convencidos de que a hélice era dupla.
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