Análise de Serapilheira Depositada e Características Químicas do Solo

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Pró-Reitoria de Graduação

Curso de Ciências Biológicas

Disciplina: Ecologia de Ecossistemas

Trabalho de Campo

Análise de Serapilheira depositada e características químicas do solo em um gradiente Cerrado típico – Mata de Galeria

Alunas: Amanda Nunes, Jeiciane Oliveira,

Yasmim Gomes e Vanderlene Carvalho

Taguatinga – DF

2015

Hipótese

Pelo fato das áreas observadas se tratarem de diferentes sistemas, no caso o Cerrado e a Mata de Galeria, exceto a Borda da Mata que é área de transição, se espera mudanças nos valores de pH sendo menor e temperatura mais alta no Cerrado, por ser uma área predominantemente savânica se tratando do Cerrado sensu stricto, e maior umidade relativa no meio da Mata de Galeria, por se tratar de uma região que envolve normalmente rios ou córregos. Também diferenças em relação a quantidade de massa foliar e de serrapilheira, sendo maior na Mata de Galeria, na presença de gramíneas, que são características de Cerrado, na quantidade de raízes finas e nas cores e tipos de solos que variam de acordo com o pH e quantidade de matéria orgânica depositada sobre eles, entre outros aspectos.

Desenho Amostral

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Descrição da área

A área de estudo inicial do gradiente Cerrado - Matas de Galeria é o Cerrado Típico, que de acordo com GDF (2014) possui características de cobertura arbórea de 20% a 50% e altura média de três a seis metros, e é intermediário ao Cerrado Denso e o Cerrado Ralo.  Já a área de estudo da Borda da mata, o Cerrado Denso, é o subtipo mais denso e alto de Cerrado sentido restrito, com cobertura arbórea de 50% a 70% e altura média de cinco a sete metros (GDF, 2014).

Tanto o Cerrado Típico quanto o Cerrado Denso são subdivisões do Cerrado sentido restrito, que tem por características a presença de árvores baixas, arbustos e ervas, troncos com casca com cortiça espessa, fendida ou sulcada, folhas rígidas. A diferença entre essas subdivisões é a forma dos agrupamentos e espaçamento entre os indivíduos lenhosos, consoante GDF (2014). A elevada riqueza encontrada Cerrado sentido restrito está em torno de 70 espécies por hectare, variando de acordo com o tamanho da área amostrada (CASEIRO, R. A., 2013). O número aproximado de espécies de plantas na fitofisionomia Cerrado Denso é de 46 spp., são 41 gêneros e 27 famílias, enquanto no Cerrado Típico é de 82 spp., 60 gêneros e 33 famílias (PARRON, L. M.; SOUSA-SILVA, J. C.; DE CAMARGO, A. J. A., 1998).

A última área de estudo, Meio da mata, é a de Matas de Galeria, que conforme Reatto et al. (2001) e Silva Júnior et al. (1998) são o habitat, dentro do “bioma” Cerrado, que abrigam a maior riqueza e diversidade de espécies da flora e fauna. São florestas que dependem dos rios de pequeno porte e córregos e formam corredores fechados sobre o curso de água. Sua cobertura arbórea é em média entre 70% a 100%, e suas árvores chegam entre 20 e 30 metros, com copas formando um dossel, o que faz com que a mata seja mais fechada. Há grande presença de espécies epífitas (plantas que utilizam as árvores como suporte para crescimento), a fenologia de espécies nativas indica comportamento perenifólio (PARRON, L. M.; SOUSA-SILVA, J. C.; DE CAMARGO, A. J. A., 1998). A Mata de Galeria do córrego Cabeça-de-Veado possui grande riqueza florística, com 162 espécies, distribuídas em 57 famílias e 118 gêneros, em acordo com o estudo de Cruz (2011).

Os solos encontrados nesse gradiente são Latossolos, que são caracterizados por solos profundos, bem drenados, ricos em argila e pobres em nutriente (CASEIRO, R. A., 2013), os principais encontrados são os Latossolos Vermelho-escuro e Vermelho-amarelo condizente à Silva Júnior et al. (1998), com predomínio do Latossolo Vermelho-Escuro de caráter distrófico e fortemente ácido no Cerrado sentido restrito, com alta concentração de alumínio nos horizontes superficiais (FONSECA, MS da; SILVA JÚNIOR, MC da., 2004).  O Cerrado é situado na Chapada, que é caracterizada por um relevo de plano a suave-ondulado (PARRON, L. M.; SOUSA-SILVA, J. C.; DE CAMARGO, A. J. A., 1998; FONSECA, MS da; SILVA JÚNIOR, MC da., 2004).

Dados Obtidos

Tabela 1 - Média, mediana e desvio padrão de variáveis medidas nos transectos

Cerrado
Média
Altitude (M)	Temperatura (ºC)	Umidade Relativa (%)	Luminosidade (lux)	pH	Folhas Serrap.	Outros Serrap.	Raízes Finas	MO solo
1102.8	28.4	67.08	2524	5.66	125.8	34.49	4.09	0.158
Mediana
Altitude (M)	Temperatura (ºC)	Umidade Relativa (%)	Luminosidade (lux)	pH	Folhas Serrap.	Outros Serrap.	Raízes Finas	MO solo
1101	29	65.2	2260	5.8	149.4	19.75	2.79	0.16
Desvio Padrão
Altitude (M)	Temperatura (ºC)	Umidade Relativa (%)	Luminosidade (lux)	pH	Folhas Serrap.	Outros Serrap.	Raízes Finas	MO solo
5.84	1.35	3.56	1813,4	0.39	63.64	31.90	3.43	0.008
Borda
Média
Altitude (M)	Temperatura (ºC)	Umidade Relativa (%)	Luminosidade (lux)	pH	Folhas Serrap.	Outros Serrap.	Raízes Finas	MO solo
1097.6	31.04	65.06	1296,6	5.40	113.2	93.14	5.84	0.227
Mediana
Altitude (M)	Temperatura (ºC)	Umidade Relativa (%)	Luminosidade (lux)	pH	Folhas Serrap.	Outros Serrap.	Raízes Finas	MO solo
1096	30.4	65.2	1052	5.3	114.5	99.2	5	0.22
Desvio Padrão
Altitude (M)	Temperatura (ºC)	Umidade Relativa (%)	Luminosidade (lux)	pH	Folhas Serrap.	Outros Serrap.	Raízes Finas	MO solo
6.61	2.26	4.98	1126,8	0.23	60.07	42.93	2.06	0.017
Mata
Média
Altitude (M)	Temperatura (ºC)	Umidade Relativa (%)	Luminosidade (lux)	pH	Folhas Serrap.	Outros Serrap.	Raízes Finas	MO solo
1096.4	29.12	66.86	2150,2	6.05	81.85	180.0	3.74	0.264
Mediana
Altitude (M)	Temperatura (ºC)	Umidade Relativa (%)	Luminosidade (lux)	pH	Folhas Serrap.	Outros Serrap.	Raízes Finas	MO solo
1094	29.60	68.00	1654	6.15	76.25	121.6	3.1	0.25
Desvio Padrão
Altitude (M)	Temperatura (ºC)	Umidade Relativa (%)	Luminosidade (lux)	pH	Folhas Serrap.	Outros Serrap.	Raízes Finas	MO solo
8.23	0.82	2.92	1428,9	0.25	36.03	130.7	2.03	0.039