TRABALHO
Por: Mariana Gonçalves • 26/9/2016 • Trabalho acadêmico • 699 Palavras (3 Páginas) • 271 Visualizações
Etologia humana: o exemplo do apego – Psico-USF,v.9, n. 1, p.99-104, Jan/Jun. 2004 |
De Toni; Caroline De Salvo; Marcos Marins; Lidia Weber |
O trabalho dos autores baseia-se em apresentar de forma didática, a perspectiva evolucionária do estudo do comportamento humano. A teoria evolutiva é uma das maiores contribuições para o estudo do comportamento. Dentre eles encontra-se o livro “A origem das espécies”, de Charles Darwin, onde sua primeira edição foi publicada em 1859 (Citado por Darwin, 2000 – Psico-UFS) Tinbergen (1951) postulou que haveria quatro questões essenciais para o norteamento de pesquisas em comportamento animal: a) causas imediatas de um determinado comportamento (casualidade); b) como ocorre o desenvolvimento na vida do indivíduo(ontogênese); c) qual a sua função (valor de sobrevivência); d) como ele se desenvolveu durante a evolução (filogênese). (Psico-UFS, 2004) De acordo com Alcock (2003) de 1950 a 1975, a maioria dos livros e artigos científicos da área foram baseados em mecanismos casuais imediatos e a ontogênese do comportamento, onde denominou-se etologia tradicional, descrevendo as duas primeiras questões postuçadas por Timbergen. (Psico-UFS, 2004) Quanto o enfoque biológico no estudo do comportamento, supera concepções dualistas que podem ser traduzidas pelas dicotomias inato-aprendido, organismo-ambiente e natureza-cultura. (Blurton Jones, 1981- Citado por Psico-UFS, 2004) No caso do homem, o ambiente é caracterizado pela cultura que, não pode ser desvinculada da evolução biológica. Assim, os fatores ambientais que estão relacionados ao surgimento do gênero Homo estão associados a modificações geológicas. O choque das placas tectônicas no continente africano influenciou no relevo da região, que modificou os ventos e como conseqüência a nuvens de chuva da costa oeste africana para as florestas tropicais (Leakey, 1997; Levin, 1999 – Citado por Psico-UFS, 2004) Foi nesse período que provavelmente o gênero Australopithecus sobressaiu-se, fazendo com que uma região separada do leste da África fosse a origem do Homo Sapiens, tornando a primeira espécie bípede. As alterações anatômicas bípedes podem ser listadas como: redução da pelve e do tórax, alteração da posição do forâmen magno, diminuição no peso dos ossos, redução dos membros superiores. Porém a liberação das mãos como função locomotora proporcionou a praxia fina, com a mobilidade da escápula, aliada ao movimento de supinação (rádio e ulna) e, a oponibilidade do polegar. As modificações que ocorreram na reprodução humana, conseqüentemente das transformações que a marcha bípede trouxeram, são fundamentais para compreender o desenvolvimento do afeto no gênero Homo. É importante ressaltar que através de um processo de seleção natural, filhotes nascidos prematuramente tinham probabilidade maior de sobrevivência. A diferença de um ano no desenvolvimento torna o recém-nascido humano, um ser frágil se comparado com os neonatos de outras espécies, mesmo os demais primatas. Como destaca Silk (1999), em razão da fragilidade ao nascer, os mamíferos necessitam de cuidados e proteção contra predadores por um período mais longo. No caso da espécie humana, tal fragilidade exige cuidados parentais ainda maus prolongados, e tanto o nascimento do apego quanto o desenvolvimento da instituição familiar tem suas origens nete artifício da natureza. Como destaca Cunningham e Birkhead (1998), o sucesso evolutivo de um indivíduo não depende somente de suas habilidades de sobrevivência ou reprodução, mas também da produção de descendentes que cheguem à vida adulta se reproduzam. Para Bowlby (1969) o comportamento de apego mãe-bebê teria surgido para garantir proximidade segura entre adulto e bebê e é provocado pelo bebê desde seus gestos iniciais (Citado por Gross, 2002 – Psico-UFS, 2004) Desta forma, o apego está intimamente ligado ao investimento parental, e dele não pode ser dissociado, pois é a partir dos sinais emitidos pelo bebê e da resposta dos pais a ele que se forma o vínculo. O bebê age sobre o adulto e este responde de uma forma que vai aumentando a vinculação afetiva pelas constantes respostas. De acordo com o artigo fichado, o apego é um tema muito estudado por psicólogos que buscam compreender a importância do vinculo inicial da criança como fator de desenvolvimento saudável e preventivo para muitos problemas de comportamento, ansiedade de separação, desordem de condutas, entre outros. Contudo, uma questão ainda permanece aberta no quesito de como esse vinculo funciona em crianças que não têm figuras de apegos disponíveis. Assim, o campo da etologia permite a compreensão de vários aspectos do comportamento humano. Referências Etologia humana: o exemplo do apego – Psico-UFS, v.9, n.1, p. 99-104, jan/Jun. 2004 |
...