A Síntese Diversidade Cultural, desporto e Educação

Síntese de texto

SILVA, Vinicius R. F. Diversidade cultural, desporto e educação. 6ª Bienal da UNE, 1999.

Autora: Laiane Brasil Leal.

Em 1999 o professor Vinicius Ruas Ferreira da Silva publica um texto chamado Diversidade cultural, desporto e educação, no qual busca uma definição de cultura e sua aplicação em áreas da Educação Física e afins. Os pontos importantes deste artigo são apresentado a seguir, de modo a extrair uma compreensão sintética das ideias do autor.

Para tratar do multiculturalismo na área da Educação Física e Desportos o autor busca na história a construção e definição de cultura, que somente a partir do século XVIII adquiriu sentido figurado, como cultivar as letras, as artes e as ciências e o conhecimento através dos livros e progresso espiritual.

A noção de cultura é bem ampla nos diversos grupos humanos e foi sintetizado por Eduard Tylor (1871) no vocábulo inglês culture, que no amplo sentido etnográfico (campo de estudo da antropologia) é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, artes, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem em sociedade, o que se opõe à ideia de aquisição inata, transmitida por mecanismos biológicos.

Após uma construção histórica movimentada que justifica a diversidade de significados, a cultura passa ser objeto de estudos acadêmicos de sociólogos e antropólogos que forneceram as bases para uma concepção comunitarista da cultura por meio de Emile Durkheime. Já Marcel Maus fala de tribos, etnias, mitos, técnicas do corpo, sociedades, para designar comunidades distintas.

Muitos sociólogos e antropólogos deixaram suas contribuições para a definição de cultura, estudaram-na por meio das ciências humanas e sociais, o que inclui a pesquisa etnográfica e os métodos de estudo da cultura no meio acadêmico, que na universidade se dá por diversos enfoques.

Após o entendimento de cultura, no sentido de Tylor, o autor relata o processo de integração planetária mediante a expansão colonial como criadora das condições materiais e culturais da modernidade. O encontro com povos exóticos, transferência de riquezas para a Europa, que culminou no aparecimento de novas classes sociais, leva pensadores europeus a refletirem sobre a unidade do homem por trás da diversidade racial e cultural. O desenvolvimento das forças produtivas, dos meios de comunicação e dos transportes – centralizado na Europa – deu abertura à integração cultural, porém esse processo foi marcado pela exploração do trabalho e concentração de riquezas, o que gerou uma enorme dívida social.

A noção de identidade é instrumento conceitual básico das Ciências Sociais, para o entendimento da diversidade cultural e social. Na sociedade pós-moderna a ideia de uma identidade unificada e coerente é uma fantasia. O sujeito assume diferentes identidades em diferentes momentos.

Voltando-se para o Desporto o autor relata que é nele que a fluidez e contradição das identidades se manifesta com grande nitidez. É por meio dele que grupos de indivíduos tecem relações identitárias particulares. Os costumes e traços comportamentais que distinguem um povo, se equiparam dentro de uma linguagem desportiva, como no futebol que abrange a todos os países, raças, credos, ideologias, gêneros, idades, etc.