DISCIPLINAS DO SEMESTRE RELACIONADAS AO TEMA: Ginástica Artística; Handebol; Basquetebol.
Por: Gloria Castro • 11/5/2017 • Trabalho acadêmico • 2.012 Palavras (9 Páginas) • 690 Visualizações
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
ICS – CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
RELATÓRIO DE ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS)
Aluno (a): Gloria Marques de Castro; Maira Aparecida Pires
Matrícula: C409EA-6; C39BBA-1 Turma: EF3-P28 Turno: Noturno
- APRESENTAÇÃO DA ATIVIDADE
TEMA: CORPOREIDADE: O CORPO COMO OBJETO DE CONSUMO.
DISCIPLINAS DO SEMESTRE RELACIONADAS AO TEMA: Ginástica Artística; Handebol; Basquetebol.
OBJETIVO DO TRABALHO DE APS:
Observar o quanto as pessoas vão longe com seus próprios corpos para conseguirem ficar nos padrões de beleza da mídia e da sociedade.
JUSTIFICATIVA:
Este tema foi escolhido por conta do pensamento das pessoas de que o corpo nunca mereceu tanto cuidado e atenção como atualmente, tornando-o um verdadeiro objeto de consumo.
Na área da educação física, principalmente, o corpo idealizado é o que o público mais procura, sempre tomando como base o corpo de pessoas famosas, que aparecem na mídia a todo momento, muitas vezes fazendo de tudo para que a mudança aconteça de forma rápida, podendo ocasionar lesões e até mesmo problemas sérios de saúde.
- DESENVOLVIMENTO
O corpo pode ser entendido como uma manifestação das práticas culturais, sociais, expõe códigos, é um instrumento de repressão e de liberdade, revela regras, costumes e é submetido à normas.
Para Soares, o corpo
[...] é inscrição que se move e cada gesto aprendido e internalizado revela trechos da história da sociedade a que pertence. Sua materialidade concentra e expõe códigos, práticas, instrumentos, repressões e liberdades. É sempre submetido a normas que o transformam, assim, um texto a ser lido, um quadro vivo que revela regras e costumes engendrados por uma ordem social.
O corpo, assim como tudo que existe, há um histórico de beleza e boa forma. A preocupação em manter o corpo belo e saudável acompanha a humanidade desde a antiguidade, e cada época houve um estereótipo aceitável de boa forma e beleza.
Percebemos que há um impacto que certos modelos de beleza corporal, insistentemente propagados pelas mídias, exercem sobre os jovens, que, com frequência, julgam-se obesos, querem emagrecer e/ou tornar-se musculosos. Para isso acontecer, esses jovens aderem regimes milagrosos, praticam exercícios de forma equivocada e cada vez mais, usam substâncias proibidas, como anabolizantes e remédios que inibem o apetite, ocasionando prejuízos com a própria saúde.
Stelarc diz que:
Não faz mais sentido ver o corpo como um lugar para a psique ou o social, mas sim como uma estrutura a ser monitorada e modificada. O corpo não mais como um sujeito, mas sim como um objeto- não um objeto de desejo, mas um objeto de projeto.
Se pararmos para prestar atenção, as próprias revistas voltadas para o público adolescente e jovem, ao invés de mostrar que cada um tem que aceitar seu corpo do jeito que é, e mostrar os benefícios dos alimentos, logo na capa, há promessas de um corpo perfeito. Geralmente, logo de cara, já vemos notícias como "Emagreça comendo de tudo!", "Corpo novo em três meses", etc. Na capa, a personagem central é sempre uma mulher jovem, bela, magra e sorridente, normalmente vestidas de biquíni, mostrando as coxas. Já as figurar masculinas, são homens jovens, com pernas e torso nu, para exibir uma musculatura delineada.
No interior destas revistas, encontramos programas de exercícios com promessas de "diminuir a barriga", "endurecer o glúteo", etc., ou sugestão de corridas, caminhas, e prática de esportes para perder calorias, ou seja, emagrecer.
Com isso, percebemos que o exercício físico não é associado à saúde ou ao bem estar, mas sim a um modelo estereotipado de beleza corporal, que é caracterizado pela extrema magreza corporal, e corpo musculoso. Se calcularmos o índice de massa corporal (IMC - peso dividido pela altura ao quadrado) das modelos estampadas na capa das revistas, encontraremos valores muitos baixos, que indicam magreza excessiva, muitas vezes o valor calculado está muito abaixo do mínimo para que seja considerada uma pessoa saudável.
Portanto, para esculpir esse modelo corporal definido pela mídia, não basta apenas o exercício físicos e a dieta. Exige também a intervenção cirúrgica, como lipoaspiração, cirurgia plástica, silicone, redução de estômago. Tudo isso com o suporte do chamado "mercado do corpo e do fitness", que oferecem massagens, cosméticos, equipamentos de ginástica domésticos, alimentos, etc. Contraditoriamente, esse mercado convive, em nossa realidade, com bolsões sociais de pobreza e miséria, nos quais há ainda muitos brasileiros que passam fome.
Sobre isso, Le Breton diz:
Ao mudar seu corpo, o indivíduo entende mudar a sua vida, modificar seu sentimento de identidade. A cirurgia estética não é a metamorfose banal de uma característica física sobre o rosto ou o corpo, ela opera no imaginário e exerce uma incidência na relação com o indivíduo com o mundo.
Ao propor os meios para alcançar um modelo de beleza com facilidade ilusória, não é dito "Você pode...", mas sim "Você deve...", tornando-se uma pressão, e com isso, as práticas alimentares e exercícios físicos, acaba comprometendo a saúde, como também há um constrangimento social decorrente da sensação de não atingir o padrão idealizado.
Em todos os canais de comunicação, e também nos espaços públicos, ditam-se as regras de cultivo do corpo. Dentre os exercícios físicos, difundiram-se a musculação, o fisiculturismo, etc. O corpo belo é aquele sempre "super definido", "durinho", sem celulite ou estrias.
Modificações drásticas na dieta, que resultam em perdas acentuadas de peso em curto espaço de tempo são difíceis de serem mantidas. Além disso, a perda de peso observada decorre principalmente da redução hídrica, ou seja, da perda de água, e da perda de tecido magro, permanecendo as reservas de gordura quase inalteradas, especialmente em virtude da diminuição na taxa metabólica de repouso (energia gasta para manter o funcionamento orgânico durante o estado de repouso).
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