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O Campo das Terapias Celulares e sua Pesquisa: Uma Introdução a Conceitos Biológicos

Por:   •  7/11/2018  •  Resenha  •  2.516 Palavras (11 Páginas)  •  654 Visualizações

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1. O campo das terapias celulares e sua pesquisa: uma introdução a conceitos biológicos

Este tópico trata-se das explicações do campo das terapias celulares e dos tipos de células e suas diferenciações, iniciando pela célula-tronco, que é aquela com capacidade de auto-renovação ilimitada/prolongada, além de ser capaz de produzir ao menos um tipo de célula altamente diferenciada, ou seja, ela pode se dividir em células idênticas a ela ou em outros tipos de células. De um modo geral, as células comuns do corpo têm a capacidade de se replicar identicamente, o que não acontece com as células-tronco. A obtenção desse tipo de célula é feita a partir da coleta desse material de embriões nos primeiros dias de desenvolvimento (células-tronco embrionárias), cordão umbilical, polpa do dente, gordura corporal (células-tronco adultas). As células embrionárias são retiradas do nó embrionário de blastocistos, que são pluripotentes, formando qualquer tipo de tecido, exceto um novo embrião e anexos embrionários. Já as adultas são retiradas do próprio paciente, o que elimina as chances de Doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH).

Alguns pesquisadores tentaram comprovar que as células-tronco adultas de medula óssea e neurais não são apenas multipotentes, mas que geram tipos celulares de seu tecido de origem, mas também pluripotentes, que geram células de outros órgãos e tecidos. Para os cientistas que defendem essa hipótese de plasticidade, a origem embriológica não limita o potencial das células-tronco neurais e da medula, pois desde que cultivadas em condições ideais, elas poderiam se diferenciar em qualquer tipo de célula. Confirmado esse estudo, abriria a possibilidade do transplante autólogo de células, isto é, poderíamos retirar e cultivar células do próprio paciente formando os materiais de interesse para o transplante de volta a ele. Entretanto, há dois fatores que limitam o uso de células adultas: raridade delas com capacidade de realizar tamanha diferenciação, assim como as embrionárias, e também o tempo reduzido da capacidade de divisão e diferenciação. Há também pesquisas em que são feitas modificações genéticas para a reprogramação de células comuns transformando-as em pluripotentes.

A terapia celular visa ao reparo ou substituição de tecidos que sofreram lesão ou degeneração e junto da engenharia pretende-se criar tecidos em laboratório para reparo de órgãos e tecidos e por isso é tão importante a pesquisa com células tronco, visto que são elas a principal matéria-prima, devido ao seu poder de diferenciação.

2. O início das pesquisas

O início das pesquisas ocorreu a partir da prática da terapia celular com o transplante de medula óssea feito a mais de 40 anos em alguns hospitais. O estudo, entretanto, aconteceu a partir da identificação das células-tronco de tecido sanguíneo, que regenera células do sangue e o uso das células da medula para o reparo de tecidos periféricos.

Na década de 80, foram iniciados os estudos com células-tronco embrionárias de ratos e na década de 90 com as de humanos, que há mais de 150 linhagens de células estabelecidas. A partir do estudo desses tumores em camundongos, se adquiriu técnica para o cultivo de células-tronco embrionárias. As células-tronco embrionárias humanas, por sua vez, foram obtidas de embriões descartados na fertilização in vitro.

Hoje, também se associa terapia com células-tronco e engenharia de tecidos ou bioengenharia tecidual, embora a origem dessas linhas seja diferente.

3. A célula-tronco existe? Definição da célula.

Trata-se da dificuldade de encontrar uma padronização dos métodos para o cultivo celular. Levou dez anos para aprender a melhor forma de cultivo de linhagens celulares de ratos e mais dez para decidir como caracterizá-las, e para células humanas se tem a mesma dificuldade.

Uma das metas desse campo é conseguir caracterizar diferentes tipos de células-tronco. Na definição de célula-tronco, ressalta-se o aspecto indiferenciado, a falta da identidade, que as qualifica para empreender reparos; logo, se esse tipo de célula já tem a função de reparar o que se degenerou no organismo com o envelhecimento, elas podem ser extraídas e utilizadas para o uso em tratamentos de danos mais graves.

Célula-tronco caracteriza-se pela sua divisão assimétrica em uma célula idêntica e uma célula-filha mais diferenciada, cujo outro nome dado a elas é de “multiplicadores multitalentosos”, devido a essa capacidade de divisão diferenciável e, além disso, usa-se a linguagem de parentesco: célula-mãe, linhagem de células e até células progenitoras, que é quando uma célula-tronco perde a capacidade de se autorrenovar e vai ficando mais específica. No entanto, deve se atentar aos termos utilizados, como o de progenitora, visto que esse termo é comumente utilizado para as células-tronco, entretanto há quem diga que o termo célula-tronco sem uma qualificação é um termo vazio, junto disso também é preciso ter cuidado ao se dizer que se trabalha com células-tronco, pois esse conceito não caracteriza qualquer célula utilizada para otimizar a regeneração. Para isso, o termo “terapia celular” é mais indicado, uma vez que o ele descreve um “mix” de células, inclusive as tronco.

4. A identidade da célula

Neste trecho podemos obter o entendimento da identidade da célula e sua caracterização fenotípica e onde se encontra essa célula. Uma pesquisadora descreve seu estudo de caracterização de células-tronco de adipócitos, diferenciando-as das células de sustentação, para isso ela busca se existe uma mesma célula progenitora mesenquimal da qual se derivam os adipócitos e as células do estroma da medula óssea.

Para separar a célula-tronco hematopoiética e a mesenquimal, é feito uma separação através da propriedade de aderência da célula à garrafa de cultura, em que cada célula tem sua identidade e seus marcadores de superfície (proteínas), então é feito a reação entre anticorpos e essas proteínas para marcá-las. Os anticorpos são chamados de CD (Cluster Diferentiation); o CD34 é o identificador de célula-tronco hematopoiética.

Sem esses processos de identificação por meio de anticorpos a forma de separação das células é pela aderência, ou seja, a aderência é um atributo da célula de tecido de sustentação, já hematopoiética geradora de células do sangue é redonda e não se adere.

5. Construção do fato nas células-tronco: os critérios

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