A ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM FRENTE AS REAÇÕES TRANSFUSIONAIS DE HEMOCOMPONENTES
Por: Anayllopdias • 27/10/2019 • Artigo • 6.766 Palavras (28 Páginas) • 408 Visualizações
A ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
FRENTE AS REAÇÕES TRANSFUSIONAIS DE HEMOCOMPONENTES
Pollyana Campos Dias*
Prof.ª Esp. Daniela Scotini Carneiro Silva Junqueira**
RESUMO
Este artigo aborda a importância da atuação dos profissionais de enfermagem frente às reações transfusionais de hemocomponentes através de revisão de literaturas científicas, tais como: Livros, revistas científicas, monografias, leis, artigos científicos preservando sua autoria. Apresenta-se como problema inicial verificar quais condutas devem ser realizadas pelos profissionais de enfermagem frente às reações transfusionais de hemocomponentes. Inicialmente houve o levantamento de hipóteses de que o conhecimento dos profissionais de enfermagem frente às reações transfusionais diminuem os agravos durante ou após o ato transfusional. Outra hipótese levantada é que o ato transfusional deve ser realizado e monitorado por uma equipe de profissionais de enfermagem treinados e capacitados, garantindo a qualidade do procedimento. Este estudo justifica-se por ampliar a visão dos profissionais de enfermagem sobre a importância de um planejamento de qualidade proporcionando uma assistência holística no atendimento dos pacientes que se submetem a transfusão de sangue e hemoderivados assegurando uma assistência adequada e em tempo hábil nas possíveis complicações relativas às reações transfusionais. Os resultados da pesquisa demonstram que a atuação dos profissionais de enfermagem frente às reações transfusionais de hemocomponentes diminuem os agravos durante ou após o ato transfusional, portanto, aumenta a segurança transfusional, confirmando também a importância de investimento e motivação dos profissionais de enfermagem em aprimorar os conhecimentos melhorando a qualidade dos serviços prestados.
Palavras-Chave: Prática transfusional. Reações transfusionais. Hemotransfusão.
1 INTRODUÇÃO
A atuação dos profissionais de enfermagem frente às reações transfusionais de hemocomponentes, visando identificá-las e descrevê-las.
Diante desta situação tem-se como problema inicial verificar quais condutas devem ser realizadas pelos profissionais de enfermagem frente às reações transfusionais de hemocomponentes.
Associado ao ocorrido levantou-se a hipótese de que o conhecimento dos profissionais de enfermagem frente às reações transfusionais diminuem os agravos durante ou após o ato transfusional. Outra hipótese levantada é que o ato transfusional deve ser realizado e monitorado por uma equipe de profissionais de enfermagem treinados e capacitados, garantindo a qualidade do procedimento.
Brasil (2007), afirma que as reações transfusionais são agravos ocorridos durante ou após a transfusão sanguínea. As reações transfusionais podem ser classificadas em agudas ou tardias, imunológicas e não Imunológicas. Consiste em reações agudas aquelas que podem ocorrer desde o seu início até 24 horas após o término da transfusão, e as tardias podem ocorre até anos após.
A prática de hemotransfusão não é imune de riscos apesar de toda a ciência acumulada e aplicada até os dias de hoje, exige dos profissionais de saúde envolvidos a informação de técnicas corretas e a capacidade de identificação de potenciais eventos adversos (BRASIL, 2007).
Contudo este estudo justificou-se por ampliar a visão dos profissionais de enfermagem sobre a importância de um planejamento de qualidade proporcionando uma assistência holística no atendimento dos pacientes que se submetem a transfusão de sangue e hemoderivados assegurando uma assistência adequada e em tempo hábil nas possíveis complicações relativas às reações transfusionais.
A Pesquisa foi realizada através da revisão de literaturas científicas tais como: Livros, revistas científicas, monografias, leis, artigos científicos preservando sua autoria e objetivou identificar e descrever a atuação dos profissionais de enfermagem diante as reações transfusionais e que um sistema de hemovigilância eficaz permite o monitoramento dos riscos esperados e controlados ou desconhecidos do uso terapêutico do sangue e hemocomponentes.
2 BREVE HISTÓRICO DA TRANSFUSÃO DE SANGUE E HEMOCOMPONENTES
Segundo Junqueira et al (2005), em 1879 discutia-se no Brasil, a melhor forma de transfusão, se seria com sangue de animais para humanos ou entre seres humanos. A história da hemoterapia no Brasil teve duas fases, a empírica que vai até 1900 e a fase científica que é de 1900 até os dias atuais.
Para Florizano e Fraga (2007), a fase empírica foi marcada porque houve grande número de mortes causadas por falta de conhecimento relacionado à transfusão de sangue; dúvidas sobre a quantidade a ser coletada, deixando os doadores anêmicos; Pois, não conhecia-se os grupos sanguíneos, a compatibilidade sanguínea; o anticoagulante não existia, ocorrendo assim a coagulação do sangue coletado.
A fase científica, no período de 1900 até os dias de hoje, foi iniciada com a descoberta dos grupos sanguíneos por Lendesteiner, classificando em A, B, AB e O. Explicando assim as incompatibilidades e os motivos das transfusões não terem sucesso. Mesmo assim, essa descoberta não permitiu um procedimento seguro, as transfusões ainda eram braço a braço, porque não havia soluções anticoagulantes para estocar o sangue coletado dos doadores (FLORIZANO E FRAGA, 2007).
Provavelmente, a primeira transfusão no mundo foi a do Papa Inocêncio XV, em 1492. O sangue foi doado por três rapazes, não teria sido transfundido no vaso sanguíneo, mas sim, bebido por ele. O resultado foi catastrófico: o Papa e os três jovens morreram (PEREIMA et al, 2010).
A descoberta da circulação sanguínea e o papel central do coração foram realizados em 1627, por Willian Harvy, foi outro fato marcante. Os cirurgiões marcaram o início da história da hemoterapia, foram os precursores das transfusões artesanais que eram realizadas na tentativa de salvar vidas (FLORIZANO E FRAGA, 2007).
Em 1914, durante a primeira guerra mundial, surgiram os bancos de sangue, gerando as primeiras campanhas de doação de sangue na Europa (SILVA et al, 2010).
Ainda para Silva et al (2010), a doação de sangue remunerada no Brasil iniciou nos anos 40 e permitia a doação de pessoas doentes, alcoólatras e anêmicos que precisavam de dinheiro. As pessoas doavam sangue por dinheiro e não por amor ao próximo, criando assim uma nova profissão: a de doador gratificado. Para Saraiva (2005), na década de 70, os fiscais do Ministério da Previdência exigiam das instituições o comprovante de recibos das doações aos doadores, à vigilância sanitária não exigia a realização dos exames sorológicos havendo assim uma grande contaminação relacionada às transfusões gerando polêmicas, e levando a proibição da doação remunerada.
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