A Anna Nery

Anna Nery

Ana Justina Ferreira nasceu no dia 13 de dezembro de 1814, na Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto de Cachoeira (BA). Casou-se em 15 de maio de 1838 com o capitão-tenente Isidoro Antônio Néri (1800-1844), o casamento lhe deu 3 filhos: Justiniano de Castro Rabêllo, Isidoro Antônio Néri e Pedro Antônio Néri. Em 05 de julho de 1844, Isidoro faleceu acometido por uma enfermidade, assim Anna Nery ficou viúva aos 29 anos tendo seu filho mais velho apenas 5 anos. Todas as biografias escritas sobre ela são bem sucintas, não havendo muitos detalhes sobre o que ocorrera na sua vida antes de se voluntariar para cuidar dos feridos na Guerra do Paraguai. O que podemos afirmar é que na sua época as mulheres deveriam exercer seu papel de mãe e mulher, e com ela isso não foi diferente. Enquanto seu marido viajava servindo o país, o dever dela era criar e educar os filhos.  

Guerra do Paraguai

A Guerra do Paraguai (1864-1870) foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul no século XIX e durou 6 anos. Desde sua independência, os governantes paraguaios afastaram o país de conflitos armados na Região Platina, porém a política isolacionista paraguaia chegou ao fim com o governo do ditador Francisco Solano López.

Em 1864 o Brasil estava envolvido num conflito armado com o Uruguai, e o ditador paraguaio se opôs a invasão brasileira do Uruguai. Como retaliação, o governo paraguaio atacou a cidade de Dourados em Mato Grosso e esse foi o estopim da guerra. Em maio de 1865 o Paraguai também fez várias incursões armadas em território Argentino afim de conquistar o Rio Grande do Sul. O Brasil, Uruguai e Argentina então reagiram e firmaram o acordo militar chamado Tríplice Aliança.

A entrada no Brasil na Tríplice fez Anna Nery ver seus filhos partindo para a guerra. Ela estava com 51 anos e resolveu então escrever uma carta ao Presidente da Província da Bahia, Manuel Pinto de Souza Dantas, pedindo que ele a enviasse para ser voluntária cuidando dos feridos.

Há quem diga que na Guerra do Paraguai morreu mais gente como consequência das enfermidades do que por ações bélicas em si. As condições de higiene nas tropas e nos navios eram precárias, o que influenciou na propagação de doenças, infecções e não havia cuidado em como os dejetos eram descartados ou em como os mortos eram enterrados.

Este foi o cenário que Anna Nery encontrou ao chegar no local em que prestaria seus serviços como voluntária.