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A Teoria de Levine

Por:   •  23/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.037 Palavras (9 Páginas)  •  4.615 Visualizações

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Introdução

Myra Estrin Levine: Nascida em 1920, fez sua formação em enfermagem na Cook Coutry School of Nursing, em Chicago (1944); o bacharelado na Chicago University (1949), e o mestrado foi obtido na Wayne State University, em Detroit, Michigan ( 1962). Na teoria de enfermagem de Levine, enfermagem é interação humana. Isto está baseado na idéia de que as pessoas são dependentes de suas relações com os outros. A enfermeira possui a responsabilidade de intervir na situação do paciente, após reconhecer a reação do organismo do paciente. As intervenções de enfermagem são de apoio ou terapêuticas (promovem a cura e a recuperação). As intervenções de enfermagem estão baseadas nos quatro princípios de conservação.

Em 1967 apareceram os primeiros trabalhos da autora onde ela desenvolve a teoria holística de Enfermagem. Levine descreve a Enfermagem como interação humana, uma intervenção para apoiar e promover a adaptação do paciente. Descreve como adaptação: "um sistema verdadeiramente integrante dentro do organismo que responde às mudanças ambientais".

A doença é um distúrbio que afeta o sistema, causando desintegração de funções dentro do organismo humano. Sendo o homem um "todo", todas as funções do corpo devem estar em harmonia e integração para que haja equilíbrio no sistema. A intervenção de enfermagem deve ser no sentido de manter ou promover este equilíbrio. Visando assim a manutenção ou promoção da adaptação do indivíduo às mudanças ambientais.

Objetivos

Objetivo Geral:

- Apresentar o foco da Teoria Holística de Levine.

Objetivos específicos:

- Estudar a teoria de Levine e sua importância

- Identificar o papel da enfermagem diante à teoria de Levine

- Verificar a aplicabilidade da teoria de Levine nos dias atuais

Fundamentação teórica

I. A TEORIA DE MYRA E. LEVINE

Conceitos básicos:

Para uma melhor compreensão do processo de adaptação é recomendável ver-se a teoria de Callista Roy, na qual ela descreve este processo como sendo: "todas as formas consciente e inconscientes de ajustamento às condições do ambiente (passado, presente e futuro) que o homem confronta. O ambiente consiste no que é interno e externo ao homem: não são entidades um conflito, mas constituem um processo único, unificado, embora nem sempre harmônico".

01 - O homem é um todo dinâmico em constante interação com o ambiente dinâmico:

A autora explica os sistemas de resposta do homem ao meio ambiente em 04 (quatro) níveis:

- Resposta ao medo: É a primeira e a mais primitiva das respostas, é instantânea; é o preparo do organismo para a luta, seja o inimigo conhecido ou desconhecido; a estimulação do sistema nervoso envolve todo o organismo, e em especial entra em funcionamento o sistema nervoso simpático.

- Resposta inflamatória: E uma concentração de energia sistemática para excluir ou remover um material estranho ao organismo, seja este irritante ou patogênico. É um esforço do organismo para manter sua integridade. Seja a resposta inflamatória aguda ou crônica, ela tem sempre o mesmo objetivo.

- Resposta ao "stress": É uma resposta a longo prazo. É orgânica, caracterizada por alterações e manifestada por uma síndrome que consiste de mudanças induzidas não específicas dentro de um sistema biológico. A exposição constante a estados tensionais leva o indivíduo à exaustão de suas energias.

- Resposta sensorial: O mundo tem significado para o indivíduo à partir de suas experiências. O homem percebe o mundo pelos sentidos, é por meio deles que os dados chegam ao receptor, ao transmissor, ao centro, a uma resposta motora e a um órgão executor. O sistema sensorial não é passivo, ele é ativo e faz com que o homem participe do seu ecossistema, altera o ambiente, mas aprende dele e nele busca informações.

Assim, a integridade do homem é conseguida por estes mecanismos de respostas, atuando cada um conforme seus processos funcionais próprios. A interação Enfermeira-paciente depende deste conjunto sistemático perceptual nos dois indivíduos. Em cada situação particular de anormalidade (quando hospitalizado, por exemplo) o indivíduo deve ajustar-se ao novo ambiente, e em face a muitas novas experiências sua capacidade em se ajustar está intimamente relacionada às informações que recebe.

02. Do nascimento até a morte, cada indivíduo mantém seu "todo", sua "unidade".

Cientistas, teólogos e filósofos no passado e no presente dividem o homem; o dualismo corpo-espírito; alma-matéria é de certa maneira alimentado pelas ciências como Anatomia, Fisiologia, Biologia, Psicologia, etc.; que acabam por desintegrar o homem em partes e não o recompõem em sua unidade básica. (3). Este modelo teórico é uma tentativa de recomposição do homem em uma entidade única, capaz de dar respostas como um todo do processo da doença.

03. A Enfermeira é parte do ambiente do paciente.

A enfermagem é considerada uma conservadora das energias do paciente, pela avaliação das respostas dadas por este ao meio-ambiente, atuando de maneira a alterar o ambiente. A Enfermeira situa-se então como uma extensão do sistema perceptual do ser humano, quando nele houver uma lesão.

04. A intervenção de enfermagem deve basear-se no conhecimento científico e no reconhecimento das respostas organísmicas do indivíduo.

05. As respostas organísmicas do indivíduo em dado momento indicam a natureza da adaptação que está ocorrendo.

O conhecimento científico é quem determina a intervenção apropriada para cada caso; bem como ajuda a estabelecer as prioridades, que é um dos pontos mais importantes na intervenção de enfermagem. As respostas organísmicas são as respostas do ser como um "todo" ao processo de adaptação. São elas que indicam até que ponto o indivíduo está adaptado ao processo da doença. Neste estudo estas respostas foram identificadas como o diagnóstico de enfermagem; visto serem elas o marco referencial que se tem para determinar e avaliar o tipo de intervenção a ser realizada.

06. A intervenção de enfermagem tem um sentido terapêutico quando exerce influência favorável à adaptação ou promove o bem-estar social.

07. A intervenção de enfermagem tem um sentido de apoio quando não pode alterar o curso de adaptação.

Mesmo quando uma ação de enfermagem não tem resposta positiva ela deve ser considerada terapêutica, desde quando seja possível a adaptação (como no caso de um paciente tubercoloso, por exemplo). Cabe então à Enfermeira rever o seu plano e pesquisar as causas que levaram a uma resposta negativa por parte do paciente. Em casos que não se pode alterar o curso da adaptação (o caso de um paciente com câncer, por exemplo), a intervenção de enfermagem tem um sentido de apoio, procurando promover o bem-estar do paciente, já que não pode ajudar na sua cura.

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