A bactéria multirresistente Klebsiela Pneumoniae Carbapenamase (KPC)
Por: Sonjustino • 29/5/2017 • Resenha • 790 Palavras (4 Páginas) • 639 Visualizações
MACIEL, Bruna Calil; MATTOS, Liliana Patrícia Vidal. A bactéria multirresistente Klebsiela Pneumoniae Carbapenamase (KPC). São Paulo, SP. 2013.
RESENHA:
Com o objetivo de entender os mecanismos de resistência da bactéria multirresistente Klebsiela pneumoniae produtora de carbapenemase as autoras apontam: as características dessa bactéria fazendo um levantamento de sua genética, sua capacidade de resistência bacteriana, seus mecanismos de permeabilidade, os sintomas nos infectados, e os métodos de detecção da KPC.
A KPC é uma enzima produzida por bactérias gram-negativas e confere resistência aos antimicrobianos carbapenêmicos, além de inativar penicilinas, cefalosporinas e monobactâmicos. Encontrado em locais como água, solo, plantas e esgoto, sua colonização em seres humanos provavelmente ocorre por contato com as diversas fontes ambientais e pode ser encontrada colonizando a orofaringe e fezes de pessoas sadias, já no organismo de pessoas imunocomprometidas está bactéria encontra um ambiente propício para seu crescimento, levando a quadros de infecção. Devido a esse fator há uma fácil disseminação em ambiente hospitalar gerando uma grande preocupação com o seu controle.
A KPC tem em sua genética o gene bla KPC que é plasmídeo, o que lhe possibilita mais facilidade em ser transmitido entre bactérias no geral. Este elemento genético é o que mais produz resistência bacteriana aos medicamentos. Encontrado em células bacterianas, os plasmídeos, possuem genes que sintetizam enzimas que inibem a ação de antibióticos mesmo sem o fármaco ter destruído a bactéria. A possibilidade de mobilidade desses genes bacterianos é o que torna recorrente esta disseminação dos genes resistentes aos diferentes antibióticos e alguns são acumulados em clones multirresistentes.
A resistência bacteriana se resume basicamente aos micro-organismos capazes de se multiplicar e crescer mesmo com a presença de antibióticos, a bactéria cria mecanismos de resistência para se adaptar a diversos meios. As bactérias tem sua membrana alterada de acordo com sua permeabilidade, há também alteração no sitio de ação do antimicrobiano alterando o local-alvo de ação do antibiótico, anulando seu efeito, seja inibitório, seja bactericida. Há a bomba de efluxo, onde o antimicrobiano é bombeado da membrana intracelular para extracelular, conferindo que seu efluxo ativo possui resistência aos antimicrobianos, e o mecanismo enzimático de resistência.
O paciente com infecção pela KPC apresenta sinais e sintomas como febre ou hipotermia, taquicardia, piora do quadro respiratório e nos casos mais graves hipotensão, inchaço e até falência de múltiplos órgãos. Em relação ao sitio de infecção, a KPC pode causar pneumonia associada à ventilação mecânica, infecção do trato urinário, infecção de corrente sanguínea, infecção de partes moles e outros tipos de infecção. Já o paciente infectado desenvolve síndromes infecciosas como pneumonias, infecções de urina, infecção de corrente sanguínea entre outras.
Existem várias técnicas para detecção da KPC, como disco difusão, E-test, teste de Hodge modificado e o PCR para pesquisa do gene bla KPC. As bactérias são classificadas entre sensíveis, resistentes e intermediárias. O teste qualitativo é na maioria das vezes o melhor para escolher a terapia a ser utilizada, porém para qualificar, ou seja, verificar o quão resistente a bactéria é necessário a verificar a CIM com métodos quantitativos.
O teste de disco difusão fornece resultados qualitativos, e é um dos métodos mais simples utilizados em laboratórios de microbiologia clinica e é muito confiável.
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