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COMPREENDENDO FAMILÍAS

Por:   •  4/6/2016  •  Artigo  •  2.786 Palavras (12 Páginas)  •  306 Visualizações

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COMPREENDENDO FAMILÍAS

Maykon Dos Santos Marinho1; Thais Oliveira Moreira1; Thaynara Santos Aguiar1; Helca Franciolli Teixeira Reis2

Universidade Federal da Bahia

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RESUMO

A assistência prestada à pessoa com sofrimento mental deixa de ser uma assistência hospitalocêntrica, na qual visa o modelo curativista, incapacitante e exclusivista tornando um modelo que visa à relação de construção da cidadania e resgate de sua história de vida, ofertando o direito ao tratamento digno, no qual valoriza as suas potencialidades como sujeito pensante e detentor de saberes sociais e culturais. Objetivos: O relato de experiência tem como objetivo conhecer e compreender a família, através de aplicação diagramas. Métodos: Foram coletados dados que contemplaram a construção dos seguintes instrumentos familiares: genograma, ecomapa, ciclo de vida familiar de Duvall, Apgar Familiar de Smilkstein e Círculo de Thower. Conclusão: conclui-se que a maioria das pessoas com transtorno bipolar, até em suas formas mais graves, pode conseguir estabilização substancial das variações de humor, e sintomas relacionados, com o tratamento apropriado.

Palavras- chave: Transtorno bipolar, Família, Caps II

1.INTRODUÇÃO

O atual modelo de assistência a saúde mental regido pela Lei Federal nº10. 216, de 06 de Abril em 2001 dispõem sobre a proteção e direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental para um modelo humanizado, que atenda as necessidades de relação afetiva e social do paciente.

Segundo Amarante (1997) preconiza a criação de novas formas de intervenção sobre a doença mental, contrapondo-se aos princípios do paradigma da psiquiatria clássica, suscita uma nova relação dos técnicos e da sociedade com a pessoa com transtorno mental.

A assistência prestada à pessoa com sofrimento mental deixa de ser uma assistência hospitalocêntrica, na qual visa o modelo curativista, incapacitante e exclusivista tornando um modelo que visa à relação de construção da cidadania e resgate de sua história de vida, ofertando o direito ao tratamento digno, no qual valoriza as suas potencialidades como sujeito pensante e detentor de saberes sociais e culturais.

A inserção social, como foco central desta nova conjuntura do modelo assistencial da pessoa com sofrimento mental, coloca a família como partícipe deste processo de socialização. Para isto a família deve ser apoiada, orientada sobre as condições de convívio adequada com as pessoas que sofrem psicologicamente, enfatizando a sua importância no processo de desistitucionalização.

Para Ferreira & Pereira et al (2009) a reabilitação psicossocial não se limita unicamente ao uso de fármacos e eventuais internações, mais sim preponderantemente a avaliação de ações e procedimentos que visem não somente à reintegração familiar e social, mas a melhoria na qualidade de vida do doente e do familiar.

Para Campaña (1995), Reis (1994) a estrutura familiar não é algo universal, natural ou biológico, e sim produto da determinação histórico-social. Sua função tem sido assegurar a reprodução dos seres humanos na dimensão biológica, socioeconômica e ideológica, isto é, ela transmite aos seus membros como se comportar dentro e fora das relações familiares, sendo, portanto, formadora do cidadão.

Apesar da participação familiar no tratamento da pessoa com sofrimento mental ser recente, há uma necessidade de fomentar estratégias públicas de atenção a famílias, uma vez que a responsabilidade de prover do cuidado emocional e socioeconômico da pessoa com sofrimento cabem a ela.

A doença já instalada acaba representando mais do que um conjunto de sinais e sintomas, mais uma representação de ordem simbólica, moral, social ou psicológica para o doente e a família, demonstrando a necessidade dos familiares conhecerem a doença a partir de seus sintomas e efeitos, enfrentando o cotidiano da doença com mais segurança e menos sofrimento. Fereira, Pereira et al (2009 pág. 14).

A desistitucionalização agrega novos valores às famílias, intensificando o seu papel no cuidado com a pessoa com sofrimento mental, reconhecendo a sua importância nas novas abordagens terapêutica, tendo em vista à importância da família neste novo modelo de assistência a pessoa com sofrimento mental, o relato de experiência tem como objetivo conhecer e compreender a família, através de aplicação diagramas.

2.MÉTODO

Os dados foram coletados em dois momentos de aproximadamente 3 horas cada. Foram coletados dados que contemplaram a construção dos seguintes instrumentos familiares: genograma, ecomapa, ciclo de vida familiar de Duvall, Apgar Familiar de Smilkstein e Círculo de Thower.

A pessoa índice se dispôs ao seguinte trabalho logo que foi informada no Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS II) e se mostrou bastante respectiva ao trabalho, embora a indisponibilidade de horário desta por vezes nos impossibilitou visitas subsequentes a esta, bem como uma terceira visita.

  1. GENOGRAMA

Os pais de T.M, 53 anos, tiveram na verdade 18 filhos, onde, segundo ela, morreram 8 nos primeiros meses de vida vitimados pela sífilis.

Das 8 mulheres vivas, T.M, relata boa relação (vínculo forte, demonstrado pelas 3 linhas continuas) com M.E, sua madrinha e G.E, sua irmã mais nova.

A.B também se mostra muito próxima dela, não tanto quanto as outras, indicado pela linha dupla.

A mais distante, segundo ela é M.M, demonstrado pela linha única.

Segundo T.M, por vezes as suas irmãs parecem pouco se interessar com o seu bem-estar e pouco se envolvem com o seu tratamento, o que a deixa chateada em alguns momentos.

T.M foi casada com J.A. C, onde se separaram em 1992. Dessa união, tiveram dois filhos, J.A e J.O, de 31 e 26 anos, respectivamente. J.A foi casado com E.S e J.O é casado com J.B, sendo fruto dessa união, M.E, 8 anos.

No mesmo ano, após se separar, T.M conheceu C.L (48 anos) e vivem juntos desde esse ano. C.L foi casado com T.P; dá união, tiveram dois filhos, N.S, 29 anos e O.T, falecido em 2009, que foi casado com S.U, tendo como filha A.L, 5 anos.

N.S é casada com A.D tendo uma filha, A.C, 9 anos, pela qual T.M expõe ter muito amor e inclusive confessa já ter tido conflitos com o pai da menina, por conta modo da criação dada por esta para com a criança; desde conflito culminou o rompimento da relação de T.M com N.S.

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