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Os Anabolizantes

Por:   •  12/4/2021  •  Trabalho acadêmico  •  2.153 Palavras (9 Páginas)  •  153 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS – UNIPAM

CURSO: EDUCAÇÃO FÍSICA – 7º PERÍODO

DISCIPLINA: TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC)

PROFESSOR (A): GILSON CAIXETA BORGES

CORPO PERFEITO X SAÚDE: OS EFEITOS DO USO DE ESTEROIDES ANABOLIZANTES NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

DEIVID SANTOS SILVA

PATOS DE MINAS

2021


DEIVID SANTOS SILVA

CORPO PERFEITO X SAÚDE: OS EFEITOS DO USO DE ESTEROIDES ANABOLIZANTES NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Projeto apresentado como requisito parcial da avaliação na disciplina TCC I, do curso de Educação Física, do Centro Universitário de Patos de Minas, sob a orientação da Prof. Me. Gilson Caixeta Borges.

PATOS DE MINAS

2021


  1. REFERENCIAL TEÓRICO

  1. Culto ao corpo e sociedade de consumo

A visão acerca do corpo tem se modificado consoante à modernização do mundo. De fato, muitos elementos sofreram alterações à medida que alguns modelos se tornaram impositivos com o progresso das interações sociais. Tais padrões não se relacionam somente à saúde, mas principalmente sugere tipos corpóreos ideais na sociedade contemporânea. Conforme Silva (2014), o corpo se tornou o cartão de visitas do indivíduo, configurando sua aceitação ou recusa por parte de um determinado grupo social.

Nesta perspectiva, os indivíduos, ainda que livres em suas ações e escolhas, se tornaram escravizados pelas normas sociais reinventadas e impostas obscuramente durante as relações sociais. Berger (2008, p. 1) afirma que, ainda que não seja possível “estabelecer com certeza quando as expressões ‘culto ao corpo’ e ‘cultura do corpo’ surgiram, sociólogos e historiadores vêm se utilizando destes termos para designar um comportamento em que o corpo figura como elemento central e definidor de identidades”.

Assim, na sociedade contemporânea marcada pelo individualismo, pela busca incessante por sucesso e pelo crescente acúmulo de bens materiais, o corpo se tornou um objeto de consumo que permite aos indivíduos estabelecer-se socialmente. Enquanto produtos sociais, as propriedades corporais conquistadas se acumulam formando a identidade de cada indivíduo, mesmo que mascarada pela necessidade de autoafirmação e aceitação (IRIART; CHAVES; ORLEANS, 2009).

É importante ressaltar que, quando extrapolados os limites aceitáveis de preocupação com a forma física, conforme exposto por Ascenção (2017), tal obsessão está descrita no Manual de Diagnósticos e Estatísticas da Associação Psiquiátrica Americana como sendo uma distorção da autoimagem denominada dismorfia muscular. Tal patologia distorce a imagem que o individuo tem de si mesmo, levando-o ao desenvolvimento de transtornos alimentares ou ao uso de medicamentos contraindicados, como os esteroides anabolizantes.

  1. Controvérsias acerca da saúde do corpo

Entender o conceito de saúde parece uma tarefa simples, mas tem se tornado cada vez mais complexa devido a linha tênue que separa o “corpo saudável” do “corpo status”. As concepções de saúde sobrepujam os limites harmônicos à medida em que entram em conformidade com os padrões estéticos impostos pela sociedade, resultando, inclusive, em práticas intervencionistas muitas vezes não recomendadas por profissionais médicos. Nobre et al. (2016, p. 60) ainda afirmam que, apesar de tais concepções, de uma forma geral, se voltarem para a manutenção e o prolongamento da vida, atualmente tem-se distorcido tal entendimento, “deslocando o pensar saúde, potencializado pela tecnologia, para a obtenção do ‘corpo perfeito’. Assim, tal corpo parece se produzir imbricado a actantes diversos, cujas ações não respeitam fronteiras traçadas, sejam elas de qualquer ordem”.

De fato, o conceito de saúde, ou seja, o estado saudável do ser humano, parece estar em incessante alteração atualmente. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde não é apenas a ausência de doenças, mas também está relacionada ao perfeito bem-estar físico, mental e social do indivíduo. Considerando, portanto, que a saúde não é um estado estável e que depende de um conjunto de relações, incluindo quem e o que avalia, nos encontramos em uma profunda controvérsia acerca da transformação do corpo (BERGER, 2008).

Nesta perspectiva, é impossível desassociar os fenômenos que envolvem a corpo e a saúde ao peso que a mídia exerce. A comunicação está cada vez mais presente no cotidiano do ser humano, seja por televisão ou redes sociais, se tornando, portanto, uma grande aliada e veiculadora da utopia do corpo perfeito. Sendo assim, conforme Nobre et al. (2016), as controvérsias unem profissionais de saúde, academias, biotecnologias, grandes empresas, a poderosa mídia em um mesmo objetivo: encucar no indivíduo a busca por um corpo bonito e saudável, ultrapassando as fronteiras da realidade.

  1. ESTEROIDES ANABOLIZANTES

Os esteroides anabolizantes são medicamentos que se assemelham aos esteroides produzidos naturalmente pelo organismo humano, o hormônio masculino testosterona, e que resulta em dois efeitos: anabólico e androgênico. Conforme citado por Araújo (2020), para finalidade anabólica é aplicada sua capacidade de fixação do nitrogênio com balanço nitrogenado positivo, aumentando a síntese proteica, enquanto os efeitos androgênicos estão ligados às características masculinas, como trato reprodutivo e características sexuais secundárias.

Os esteroides anabolizantes androgênicos (EAA) começaram a ser usados em meados de 1950 com finalidades médicas, como o tratamento de pacientes com deficiência na produção de hormônio natural ou que sofriam de doenças relacionadas a desgaste muscular. Com os crescentes estudos envolvendo as promissoras finalidades dos EAA, diversas outras indicações clínicas e terapêuticas foram descobertas. Entretanto, outros objetivos foram anexados ao uso dos esteroides, passando a ser utilizados por atletas e amadores que desejam reduzir as propriedades androgênicas e aumentar os efeitos anabólicos na musculatura, esperando melhorar o desempenho físico (MACHADO; RIBEIRO, 2004).

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