SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA.
Por: 020182 • 19/9/2018 • Artigo • 2.180 Palavras (9 Páginas) • 539 Visualizações
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA.
Valéria Alves Fernandes [1]
Resumo
O presente artigo resulta de uma pesquisa cujo método foi construído por meio de uma análise bibliográfica sistêmica da literatura disponível sobre a sistematização da assistência de enfermagem em unidade de terapia intensiva (UTI) em publicações no período de 2000 a 2009. O presente estudo busca relatar a importância das teorias e processo de enfermagem na assistência prestada na unidade de tratamento intensiva (UTI). É importante destacar também que a entrada de um paciente em uma UTI torna-se emergencial um acompanhamento cuja intervenção deve ser a mais rápida possível no sentido de evitar maiores complicações e vir contribuir para minimizar os riscos com a saúde, e demonstrando deste modo, a necessidade de uma prestação de serviço sistematizado e humanizado.
Palavras-chave: Sistematização. Assistência de Enfermagem. Unidade de Terapia Intensiva.
1 INTRODUÇÃO
A Sistematização da Assistência de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva (SAE – UTI) é conceituada por Possari (2005, p. 76) como “[...] um processo que objetiva a promoção, manutenção e recuperação da saúde do cliente e da comunidade, devendo ser desenvolvido pelo enfermeiro com base nos conhecimentos técnicos e científicos inerentes à profissão”. A SAE – UTI conforme Possari (2005) deve conter:
A implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) deve ser registrada formalmente no prontuário do paciente, devendo ser composta por: histórico de enfermagem; exame físico; prescrição da assistência de enfermagem; evolução da assistência de enfermagem; relatório de enfermagem (POSSARI, 2005, p. 80).
As ações de enfermagem presentes na SAE – UTI formam um ciclo rotativo, no momento que o enfermeiro realiza a última fase, ele reinicia todo o processo de sistematização das ações, e ainda segundo Possari (2005) entende-se que:
As fases da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) possuem caráter contínuo, de modo que se inicia pelo levantamento de dados (histórico de enfermagem e exame físico), planejamento da assistência, intervenção e avaliação do cuidado prestado, em que novamente começa a primeira etapa, com novo levantamento dos dados do paciente e por aí adiante (POSSARI, 2005, p. 81).
Através da SAE – UTI o enfermeiro irá identificar a situação do paciente, o que constitui subsídio indispensável para a prescrição e implemento de ações de assistência de enfermagem até a sua recuperação.
A sustentação legal da SAE se deu após a promulgação da Lei nº 7.498/86, onde dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem e dá providências, e em seu Art.11, que dispõe como atividade exclusiva do enfermeiro: “A consulta de enfermagem; a prescrição de enfermagem; os cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; os cuidados de enfermagem de maior complexividade e que exijam conhecimentos de base científica e capacitadas de tomar decisões imediatas” conforme prevê a SAE – UTI.
Através deste contexto a SAE – UTI deve ser incorporada à prática como uma possibilidade relevante para cumprimento do que a lei determina ao exercício da profissão. A SAE – UTI está interligada às teorias de enfermagem, pois é através desta que irá direcionar as demais etapas do processo de enfermagem. E somente depois de cumpridas as etapas deste processo, é que se torna possível garantir ao paciente um atendimento de qualidade.
2 A IMPORTÂNCIA DAS TEORIAS E PROCESSO DE ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA PRESTADA NA UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO (UTI)
Possari (2005, p.76) afirma que para aplicação da sistematização “[...] faz-se necessária a adoção de uma ou mais teorias de enfermagem que fundamentarão a prática da assistência de enfermagem. Para sua implementação requer do enfermeiro interesse em conhecer o paciente como indivíduo [...]”, de maneira a manter presente a relevância da comunicação nas ações da SAE – UTI.
Em consonância com Horta (1979), pode-se definir as teorias como meio de relacionar conceitos ao desenvolvimento da prática, estas são ferramentas para intervenção na realidade, são elas que irão fundamentar o cuidado, validar o ser, o saber e o fazer da enfermagem.
Ao eleger uma teoria de enfermagem, o enfermeiro precisa conhecer a realidade do vivenciada na Unidade de Tratamento Intensiva; o perfil da equipe de enfermagem e as características da clientela. A questão da implantação das teorias científicas da enfermagem partiu de Florence Nightingale, sendo que Tannure e Gonçalves (2009) dizem que:
[...] a questão teórica nasce com Florence Nigthingale, que defendia a premissa de que a profissão deveria se basear em um conhecimento de enfermagem direcionado a pessoa, as condições nas quais elas viviam e o ambiente nas quais elas viviam, para ela todos esses quesitos poderiam atuar de forma positiva ou negativa sobre a saúde das pessoas (TANNURE; GONÇALVES, 2009, p. 7).
Na visão de George (2000) a Teoria ambientalista do cuidado onde afirmava que o ambiente é um dos definidores do estado saúde/doença de uma pessoa, discutindo a necessidade de ventilação e de luz nos quartos dos doentes, bem como a disposição apropriada dos esgotos e a nutrição adequada. Para ela um ambiente limpo diminuía a infecção nas UTI’s, que hoje compreende como Infecção Hospitalar.
Nightingale via a manipulação do ambiente físico como o principal componente do atendimento de enfermagem. Ela identificou a ventilação e o aquecimento, a luz, o ruído, a variação, a cama e a roupa de cama, a limpeza dos quartos e paredes, e a nutrição como áreas importantes do ambiente que a enfermeira podia controlar (GEORGE, 2000, p.35).
Segundo Timby (2001) Florence não utilizava a expressão Processo de Enfermagem, hoje empregada, mas valorizava práticas de enfermagem como: Observação, experiência e o registro de dados fundamentais para o desenvolvimento de uma metodologia de trabalho que acentue a possibilidade de resolução.
Nesse contexto George (2000, p.35) diz que “Nightingale usou a sua ampla base de conhecimentos, sua compreensão da incidência e da prevalência da doença e seu poder agudo de observação para desenvolver uma abordagem da enfermagem”.
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