O ESTRESSE OCUPACIONAL VIVENCIADO PELO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM QUE ATUA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Por: Fabio Jean • 2/6/2019 • Monografia • 4.874 Palavras (20 Páginas) • 496 Visualizações
O ESTRESSE OCUPACIONAL VIVENCIADO PELO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM QUE ATUA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Elenice da Gama[1]
Edna Slob [2]
RESUMO
Os profissionais de enfermagem enfrentam diariamente situações de estresse, sobretudo os que trabalham em Unidades de Terapia Intensiva – UTI’s, pois, além de conhecimentos técnico-científicos de vanguarda, lhes é exigido como parâmetro mínimo para o exercício profissional o equilíbrio emocional e psicológico para trabalhar com pacientes que requerem uma grande demanda de atenção. Este estudo pretende aprofundar a discussão sobre a ocorrência do estresse ocupacional por profissionais de enfermagem que atuam em UTI’s, fatores geradores, efeitos e sintomas característicos, através de uma revisão bibliográfica de caráter descritivo, selecionando, analisando, interpretando e discorrendo a respeito das implicações cotidianas enfrentadas por estes profissionais, em diferentes âmbitos. Este artigo está subdividido em três tópicos oferecendo considerações, em um primeiro momento, a respeito da terminologia da palavra estresse, caracterizando igualmente a Síndrome de Burnout e suas implicações; em seguida abordando o estresse no trabalho de enfermagem hospitalar e, finalmente, discorrendo sobre o estresse no trabalho de enfermagem em Unidades de Terapia Intensiva. O presente artigo é de fundamental relevância acadêmica, por oferecer material para pesquisa em uma área específica e pouco explorada do profissionalismo na saúde e, igualmente, para a área específica da enfermagem, tendo em vista a necessidade dos profissionais deste ramo de buscarem melhores condições de trabalho, bem como a promoção da saúde de forma integral para estes trabalhadores e, consequentemente, uma melhora considerável em sua qualidade de vida.
Palavras-chave: Enfermagem. Estresse. Estresse na Enfermagem. Enfermagem na UTI. Unidade de Tratamento Intensivo.
INTRODUÇÃO
Os profissionais de enfermagem enfrentam diariamente situações de estresse, sobretudo os que trabalham em Unidades de Terapia Intensivo – UTI’s, pois, além de conhecimentos técnico-científicos de vanguarda, lhes é exigido como parâmetro mínimo para o exercício profissional o equilíbrio emocional e psicológico para trabalhar com pacientes que requerem uma grande demanda de atenção.
Este estudo pretende, através de uma revisão bibliográfica de caráter descritivo, aprofundar a discussão sobre a ocorrência do estresse ocupacional por profissionais de enfermagem que atuam em UTI’s, fatores geradores, efeitos e sintomas característicos, selecionando, analisando, interpretando e discorrendo a respeito das implicações cotidianas enfrentadas por estes profissionais, em diferentes âmbitos. Somente pode se alcançar tais finalidades conhecendo-se a fundo os fatores envolvidos no processo de estresse.
Cervo, Bervian e Silva (2006) indicam que a pesquisa bibliográfica descritiva consiste em uma análise de materiais já publicados, em consonância com o tema do estudo proposto, através de livros, revistas e demais periódicos, sites especializados, artigos científicos, monografias, dissertações e teses, baseando-se nas contribuições de diversos autores ou, ainda, podem ser elaborados novamente, de acordo com os objetos da pesquisa.
Este artigo está subdividido em três tópicos oferecendo considerações, em um primeiro momento, a respeito da terminologia da palavra estresse, caracterizando igualmente a Síndrome de Burnout e suas implicações; em seguida abordando o estresse no trabalho de enfermagem hospitalar e, finalmente, discorrendo sobre o estresse no trabalho de enfermagem em Unidades de Terapia Intensiva.
O presente estudo é de fundamental relevância acadêmica, por oferecer material para pesquisa em uma área específica e pouco explorada do profissionalismo na saúde e, igualmente, para a área de enfermagem, tendo em vista a necessidade dos profissionais deste ramo de buscarem melhores condições de trabalho, bem como a promoção da saúde de forma integral destes trabalhadores e, consequentemente, uma melhora considerável em sua qualidade de vida.
1 O ESTRESSE NO TRABALHO DE ENFERMAGEM
1.1 Terminologia da Palavra Estresse
O termo estresse foi inicialmente utilizado em estudos da física e engenharia, quando se observava a força ou tensão aplicada sobre uma barra de ferro ou aço, antes que ela se deformasse (FERREIRA, 2006).
Na área das ciências biológicas, o estresse iniciou a ser estudado a partir dos questionamentos surgidos pelo médico endocrinologista Hans Selye. Selye (1956, apud Preto, 2008) define o chamado estresse biológico, com a descrição da Síndrome de Adaptação Geral (SAG). É tratado como o “pai” da teoria do estresse, devido à delimitação que colocou no uso deste termo, ou seja, pode-se citar estresse desde que haja a liberação de catecolaminas, glicocorticoides e mineralocorticoides. Mesmo com este grande avanço, criou-se a necessidade de associar, além disso, o papel determinante do sujeito em relação ao estressor como peça fundamental para o desencadeamento do processo de estresse.
“Amplamente divulgado, o termo estresse tem ocupado lugar de destaque quando a saúde do trabalhador é abordada. Nesse sentido, evidencia-se a importância de apresentar o referencial que fundamenta este estudo. Assim, será apresentada a evolução conceitual do estresse, bem como o processo de enfrentamento e as implicações desse processo no trabalho dos técnicos e auxiliares de enfermagem no âmbito hospitalar” (STEKEL, 2011, p.20).
De acordo com Selye (1959, apud STEKEL, 2011), a síndrome abrange três etapas apontadas a seguir tais quais: Fase de Alarme: designa especificamente uma primeira resposta frente à determinada situação ou fator estressor por parte do organismo, modificando sensivelmente a homeostase, fato que obriga o organismo a se adaptar para reação ou retração e, desta forma, ter possibilidade de evolução através da fase de resistência, ser definitivamente suprimida ou, ainda, promover o ajustamento ao determinado estressor, não deixando sequela alguma; Fase de Resistência: é definida através da permanência do estressor, combinando tranquilamente com a assimilação por parte do organismo. As consequências mais latentes transparecem pelo sistema fisiológico, psicológico e social, motivando o indivíduo para estar continuamente em estado de alerta; Fase de Exaustão: acontece quando o estressor persiste e o organismo do indivíduo não se adapta. O organismo mostra clara degradação, fato que pode desencadear diversas doenças. Neste estágio, as características da fase de alarme podem voltar e tornarem-se mais fortes e, mesmo, sem a possibilidade de reversão, fato que desequilibra globalmente o indivíduo, deixando-o propenso a doenças.
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