TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Ômega três na farmácia

Por:   •  23/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  5.910 Palavras (24 Páginas)  •  320 Visualizações

Página 1 de 24

INTRODUÇÃO

A esquizofrenia é uma psicose crônica 1,2,6, sendo aparentemente um conjunto de doenças diferentes. É de origem multifatorial, onde os fatores genéticos e ambientais estão associados a um aumento no risco de desenvolver a doença1,7.

Emil Kraepelin descreveu a esquizofrenia no final do século XIX como uma demência precoce3,8. Ele estabeleceu uma classificação de transtornos mentais baseada no modelo médico e chamou uma dessas entidades de demência precoce, porque começava no início da vida e quase invariavelmente levava a problemas psíquicos. Seus sintomas característicos incluíam alucinações, perturbações em atenção, compreensão e fluxo de pensamento, esvaziamento afetivo e sintomas catatônicos1,3,8.

Kraepelin distinguiu três formas do transtorno: hebefrênica, catatônica e paranóide3. Bleuler (1857-1939) criou o termo “esquizofrenia” (esquizo = divisão, phrenia = mente) que substituiu o termo demência precoce na literatura5. Além disso, descreveu sintomas fundamentais (ou primários) específicos da esquizofrenia que se tornaram conhecidos como os quatro “As”: Associação frouxa de ideias, Ambivalência, Autismo e alterações de Afeto. Também descreveu os sintomas acessórios, (ou secundários), que incluíam alucinações e delírios. 1,8

Avanços na definição objetiva e uniformização dos sintomas e critérios diagnósticos para esquizofrenia, a descoberta das drogas antipsicóticas e a caracterização de seus mecanismos de ação, padrões de respostas e a identificação de anormalidades biológicas na doença, tem tornado possível a classificação mais precisa de subtipos esquizofrênicos, que levam em conta, características de curso, resposta a tratamento, prognóstico e substrato patogênico. Dentre estas, a dicotomização da esquizofrenia em subtipos I e II ou positivo/negativo proposta por Crow e é talvez a classificação mais conhecida. Segundo ele, os dois tipos podem refletir dois processos patológicos etiológica e prognosticamente distintos. Os principais sintomas da síndrome positiva (ou tipo I) são alucinações e delírios e da síndrome negativa (ou tipo II) são o embotamento afetivo e a pobreza do discurso.1,4,8

Os primeiros sinais e sintomas da doença aparecem mais comumente durante a adolescência ou início da idade adulta. Apesar de poder surgir de forma abrupta, o quadro mais frequente se inicia de maneira insidiosa. Sintomas prodrômicos pouco específicos, incluindo perda de energia, humor depressivo, isolamento, comportamento inadequado, negligência com a aparência pessoal e higiene1, distorções do pensamento e da percepção, por inadequação e embotamento do afeto sem prejuízo na capacidade intelectual 2,3 podem surgir e permanecer por algumas semanas ou até meses antes do aparecimento de sintomas mais característicos da doença. Familiares e amigos em geral percebem mudanças no comportamento do paciente, nas suas atividades pessoais, contato social e desempenho no trabalho e/ou escola1.

Evidências apontam para um metabolismo anormal dos fosfolipídios, particularmente na composição dos ácidos graxos das membranas celulares6,9. Nesse contexto, estudos revelaram que pacientes esquizofrênicos apresentam níveis reduzidos de ácidos graxos de cadeia longa nas membranas dos eritrócitos, provavelmente por causa de atividade excessiva de uma fosfolipase A26. É possível que alterações dietéticas agravem ou aliviem os sintomas da esquizofrenia. Nesse sentido, Christensen e Christensen (1988) encontraram correlação positiva entre a melhora do prognostico da esquizofrenia e o baixo consumo de gorduras totais e de gorduras de fontes animais, compostas principalmente por acidos graxos saturados10. Concomitantemente, foi observada uma relação positiva entre o alto consumo de gorduras oriundas de vegetais, peixes e animais marinhos (ricos em acidos graxos insaturados) e melhorias sintomáticas da psicose em questão. Além disso, estudos revelam que a baixa ingestão do ácido graxo Ω-3 eicosapentaenoico (EPA) foi associada à presença de sintomas mais severos da esquizofrenia. Estudos preliminares relataram uma melhora dos sintomas da esquizofrenia após a suplementação de EPA como terapia coadjuvante aos antipsicoticos9,10.

  1. Propriedades do Ômega 3

O ômega-3 é uma substância de caráter lipídica composta por ácido graxo poliinsaturados.O principal ácido encontrado no ômega-3 é o ácido eicosapentaenoico (FIG.1). Essa substância apresenta cadeia carbônica longa e ligação dupla nos carbonos 3, 6, 9, 12 e 1511. [pic 1]

[pic 2]

 

Fonte: commons.wikimedia.org

Por meio das normas da IUPAC esse ácido denomina-se como ácido (5Z,8Z,11Z,14Z,17Z)-eicosa- 5,8,11,14,17-pentaenóico.Sua principais características químicas são:

  • Fórmula molecular: C20H30O2
  • Massa molar: 302.451 g/mol
  • Densidade: 0,94 g·cm-3
  • Ponto de fusão: -54 a -53 °C
  • Solubilidade: solúvel em metanol11

  1. Concentração do Ômega 3 em alimentos

O ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA), constituintes do ômega 3, no qual apresenta muitas características benéficas, como propriedades anti-inflamatórias, auxiliar no tratamento da esquizofrenia, e antitrombótico, ajuda produzir prostaglandinas, entre outros14. Os peixes apresentam a maior concentração desta gordura poli-insaturada, que quanto mais ricos em gordura forem, maior seu teor de ácidos graxos Ω-3 sendo o salmão, sardinha, truta, arenque, anchova, cavala e atum13.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (40.9 Kb)   pdf (402.5 Kb)   docx (239.3 Kb)  
Continuar por mais 23 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com