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A Administração Transdérmica de Fármacos

Por:   •  19/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.288 Palavras (6 Páginas)  •  472 Visualizações

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Administração Transdérmica de Fármacos

O desenvolvimento de formulações transdérmicas de fármacos é uma estratégia interessante para o transporte de diversas classes de fármacos, tanto hidrofílicos quanto lipofílicos e representa uma alternativa para superar aspectos relacionados às características farmacocinéticas e farmacodinâmicas de diversos medicamentos quando administrados por outras vias.

  1. Principais vantagens da utilização da via transdérmica:
  • Evita o metabolismo de primeira passagem hepático,
  • Evita efeitos indesejáveis no estômago que levam a efeitos secundários tais como: náuseas, dispepsias, diarréia, constipação, ulceração e sangramento na mucosa, Minimiza reações adversas relacionadas a administração oral de  fármacos.
  • Indolor e não invasiva, aumentando a adesão ao tratamento,
  • Exemplos de fármacos administrados pela via transdérmica: heparina, lidocaína, betametasona, minoxidil, isotretinoína.
  1. Fatores que influenciam a absorção de substâncias na pele:
  • Propriedades físico-químicas,
  • Comportamento do fármaco em um sistema de liberação apropriado,
  • Fatores relacionados à própria pele

Obs: Combinação fármaco/forma farmacêutica deve ser criteriosamente avaliada na etapa de pré-formulação, para depois passar pelos estudos de permeação cutânea e eficácia.

  1. Constituição da pele:
  • A pele é composta por três camadas: epiderme e derme (camadas principais) e hipoderme (camada variável)
  • Na superfície epitelial externa da epiderme está localizado o estrato córneo que é uma camada de células mortas queratinosas, que funcionam como barreira eficaz contra microrganismos patogênicos além de controlar a permeação de fármacos através da pele.

[pic 1]

  1. Dificuldades para permeação cutânea de fármacos:
  • Espessura, temperatura, grau de hidratação, limpeza da pele, fluxo sanguíneo, concentração de lipídeos, número de folículos pilosos, função das glândulas sudoríparas, raça, pH na superfície da pele,
  • Integridade do estrato córneo - considerado a principal barreira à permeação dos fármacos através da pele.
  • Aspectos inerentes à formulação: coeficiente de partição, solubilidade em água.
  • Forma farmacêutica utilizada,
  • Características ótimas para absorção percutânea são: baixo peso molecular e solubilidade adequada em meios hidrofílicos e hidrofóbicos.
  1. Estratégias que permitem a permeação cutânea de fármacos:

Durante o desenvolvimento de formulações de fármacos levar em consideração fatores como:

  • Natureza e concentração de ingredientes ativos
  • Tipos de excipientes
  • Sistema usado para transportar o fármaco
  1. Natureza e concentração de ingredientes ativos:
  • Fármacos muito hidrofílicos terão dificuldade em permear o estrato córneo, e fármacos muito lipofílicos ficarão retidos.
  • O equilíbrio hidrófilo-lipófilo (EHL) do fármaco deverá permitir sua partição, quando seu coeficiente de partição situar-se entre 1 e 3.
  • Fármacos utilizados para a liberação transdérmica e tópica geralmente têm um peso molecular  de < 500 Da, log P entre 1 e 4 e uma dose diária efetiva de < 10 mg/dia.
  1. Tipos de excipientes:
  • Promotores de permeação: substâncias farmacologicamente inativas que podem permear ou interagir com os constituintes do estrato córneo quando incorporados em uma formulação transdérmica, diminuindo a resistência da pele à difusão do fármaco.
  1. Sistemas de transporte:
  • Novos sistemas de transportadores de fármacos (New Drug Delivery System) que aumentam a permeação do fármaco através da pele: microemulsões, nanoemulsões e nanopartículas.
  • Métodos físicos que alteram diretamente a pele para promover permeação: iontoforese, microagulhas e microdermoabrasão.
  1. Promotores químicos de permeação:

Promotores de absorção cutânea:

  • Capacidade de hidratação,
  • Altera composição, propriedades físico-químicas, organização lipídica e proteica inter e intracelular do estrato córneo,
  • Diminuem reversivelmente a função barreira do estrato córneo ou aumentam o coeficiente de partilha do fármaco proporcionando sua difusão adequada através da pele.
  • Atuam essencialmente na via intercelular de permeação,
  • Devem permitir que as propriedades de barreira da pele retornem rápida e completamente quando removidos da mesma.
  • Exemplos: alcoóis, pirrolidonas, tensoativos monoterpenos, ácidos graxos, agentes hidratantes como a uréia, miristato de isopropila, CTAB/etanol, ciclodextrinas.
  1. Promotores físicos de permeação:

Liberam fármacos através da pele ou a alteram diretamente modificando sua propriedade de barreira:

  1. Iontoforese:
  • Técnica não invasiva baseada na aplicação de uma corrente elétrica de baixa intensidade para facilitar a permeação de uma variedade de fármacos carregados ou não, através de membranas biológicas, rumo à corrente sanguínea.
  • O aumento da permeação dos fármacos pode ser atribuído a uma combinação dos seguintes mecanismos: eletropulsão (para solutos com carga); eletrosmose (para solutos sem carga) e eletropertubação (para ambos)
  • Levar em consideração os aspectos físico químicos dos fármacos.

[pic 2]

  1. Microdermoabrasão:
  • Remove o estrato córneo com micropartículas abrasivas durante a aplicação tópica.
  • Técnica        utilizada        para        tratamento        de        acnes,        cicatrizes        e        outras        terapias dermocosméticas.

[pic 3]

  1. Microagulhas revestidas:
  • Permite administração de fármacos, peptídeos, antígenos e DNA através da pele criando poros ou caminhos transitórios para permitir a entrega transcutânea, aumentando a permeação.
  • Utilização simples, indolor, não causa sangramento, vantagens em fabricação, distribuição, e eliminação de fármacos convenientes.

[pic 4]

  1. Sistemas de Liberação de Fármacos
  • A recente tendência para o reforço da solubilidade/biodisponibilidade de fármacos baseia-se em sistemas lipídicos, como microemulsões, nanoemulsões, dispersões semissólidas, nanopartículas lipídicas sólidas e lipossomas entre outras formas farmacêuticas.
  • Compartimentam a substância ativa e as direcionam para os alvos onde exercerão os efeitos farmacológicos.
  • Controlam a velocidade de liberação dos fármacos sem alterar a estrutura química da molécula.
  • Sistemas reservatórios são aqueles em que o fármaco se encontra separado do meio de dissolução através de um revestimento, uma membrana ou uma interface, devendo

transpor essas barreiras para ser liberado para o meio. (ex: microemulsões)

  1. Microemulsões
  • Excelente taxa de penetração no estrato córneo quando comparadas às formulações tradicionais,
  • Propriedades de solubilizar fármacos hidrofílicos em meio lipofílico, lipofílicos em meio aquoso e anfifílicos na interface óleo-água.
  • Atuam como promotores de permeação de vários fármacos, devido ao reduzido tamanho das gotículas formadas e do alto poder tensoativo que desorganiza os lipídeos da pele.
  1. Nanopartículas
  • Apresentam boa estabilidade física, aumentam a estabilidade de agentes ativos que sofrem hidrólise, oxidação e decomposição fotoquímica, podendo ser incorporadas e, formas farmacêuticas lipofílicas.
  • Aumentam a hidratação da pele devido a formação de uma película oclusiva na superfície da pele por algumas nanopartículas, como SLNs (solid lipid nanoparticles).
  • Não penetram no estrato córneo quando incorporadas em géis e cremes que não permitem a liberação do fármaco das nanopartículas.
  • Necessidade de utilização em sistemas que permitam essa liberação tais como as espumas.
  1. Metodologias de estudo in vitro para formulações transdérmicas

Célula de difusão de Franz

[pic 5]

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