A Identificação de Estreptococos
Por: Ane Costa • 10/10/2019 • Trabalho acadêmico • 1.509 Palavras (7 Páginas) • 245 Visualizações
RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA
Título da prática: Identificação de Estreptococos
Data: 04/09/2018 e 11/09/2018
1. INTRODUÇÃO
Os Streptococcus, da família Streptococcaceae, são capazes de causar diversas doenças em humanos, desde infecções do trato respiratório, pele e tecidos moles até endocardites, sepse e meningites; consistem em cocos Gram-positivos, anaeróbios facultativos, não produtores de catalase e de citocromo-oxidase.
Pela capacidade de produzir hemolisinas, seus tipos de reação hemolítica em meio sólido contendo 5% de sangue de carneiro foram utilizados na classificação dos estreptococos. Quanto à capacidade de hemólise, podem ser:
• Alfa – hemolíticos (α): onde há hemólise parcial, ou seja, associa-se com a perda parcial de hemoglobina pelas hemácias, além de tomar uma cor esverdeada ao redor da colônia.
• Beta – hemolíticos (ß): ocorre lise completa das hemácias que rodeiam a colônia, tornando-se transparente ao redor desta.
• Gama – hemolíticos ( ): nesta há ausência de hemólise. Cepas desses microrganismos não causam modificação no meio de ágar sangue de carneiro.
A descoberta da presença ou não da hemólise é essencial para que se possa saber qual caminho seguir na identificação dos estreptococos, ou seja, quais testes devem ser realizados para cada possibilidade. Como as bactérias isoladas recebidas por cada equipe são desconhecidas, indica-se a realização de todos os testes aplicáveis em cada caso (presença ou não de hemólise) poupando tempo e praticando a execução de cada um. No esquema abaixo, podem ser observadas as possibilidades para cada caso.
Quando alfa-hemolítica, a bactéria deve ser submetida à prova da optoquina, que consiste na utilização de um disco de 6 mm contendo 5 µg da droga. A optoquina é uma droga solúvel em água que se difunde rapidamente em meio de cultura sólido. Esse teste tem sensibilidade maior que 95%, e é considerado de baixo custo e simples de ser realizado.
Se a bactéria se mostrar beta-hemolítica, deve-se submetê-la ao teste de sensibilidade a bacitracina, o qual tem finalidade de diferenciar S. pyogenes de outras cepas do grupo A ou de outras espécies com colônias β-hemolíticas. Se a bactéria se mostrar resistente à bacitracina, deve-se realizar o teste de CAMP, que visa a identificação de cepas de S. agalactiae (grupo B). Estas cepas produzem o fator CAMP, que atua sinergicamente com a β-hemolisina produzida pelo Staphylococcus aureus em ágar sangue.
Além disso, quando a bactéria não causa hemólise alguma, gama-hemolítica, deve-se executar os testes da bile esculina e NaCl, a primeira, se utiliza de sais que ativam as enzimas autolíticas (autolisinas) produzidas pelo pneumococo, acelerando a reação lítica natural da bactéria. O teste da bile esculina pode ser realizado tanto em meio de cultura líquido como sólido. A turvação produzida por uma suspensão de pneumococo ficará completa ou parcialmente límpida ao se adicionar os sais biliares.
2. OBJETIVOS
Conhecer as características dos estreptococos e, então, identificar espécies destes através dos testes particulares realizados.
3. MATERIAL E MÉTODOS
• Materiais
• Swab estéril
• EPI’s (luvas, máscara, touca)
• Bico de Bunsen
• Alça de platina
• Alça descartável
• Lâmina
• Placa com bactéria a ser identificada
• Tubo de ensaio com solução salina
• Placas de ágar sangue
• Discos para teste de optoquina e bacitracina
• Teste de BHI e bile esculina
• Peróxido de hidrogênio
• Procedimentos
Devidamente paramentados, deu-se início ao procedimento. Com a alça de platina, pescou-se uma colônia isolada de bactérias e, em seguida, esta foi inserida no tubo de ensaio contendo solução salina. Feito isso, agitou-se o tubo e aguardou-se para observar se essa solução ficaria turva ou não.
Seguidamente, imergiu-se o swab no tubo de ensaio contendo a solução salina contaminada e fez-se a semeadura na placa de ágar sangue, de forma que toda a extensão da placa fosse preenchida, para que o crescimento se desse de forma uniforme. Logo após, pousou-se um disco de optoquina em uma extremidade da placa e um disco de bacitracina na extremidade oposta.
Com uma alça descartável, pescou-se uma colônia isolada, a qual foi inserida no centro do tubo contendo o BHI + NaCl e, após isso, foi feito o mesmo procedimento no tubo contendo bile esculina (sendo que este meio é gelatinoso).
Logo depois, foi realizado também o isolamento da bactéria desconhecida através da técnica de esgotamento, onde colônias foram pescadas e semeadas na placa de ágar sangue, com o intuito de verificar a presença ou não de hemólise, podendo então ser classificá-la.
Por fim, foi executado o teste de CAMP (imagem abaixo), onde, na metade da placa de ágar sangue, usa-se o swab para semear uma amostra de S. aureus de ponta a ponta e, perpendicularmente, a bactéria a ser testada, sem que haja o contato com a estria de S. aureus.
Obs1: ao início e término de cada processo, a flambagem da alça de platina e da pinça metálica é necessária para evitar contaminantes externos.
Obs2: após a abertura e o fechamento do tubo de ensaio, também deve ser feita a flambagem para evitar contaminantes externos.
Feito a cultura, na semana seguinte, foi feita a pesca de colônias isoladas para realização do teste de catalase. No teste da catalase pescou-se uma colônia isolada, onde a amostra foi depositada em uma lâmina e em seguida colocou-se gotas de peróxido de hidrogênio e aguardou-se para observação de formação, ou não, de bolhas.
No teste de esgotamento foi observada a presença, ou não de hemólise; no BHI + NaCl foi observada a questão da turgidez do caldo; nos testes de optoquina e bacitracina foi observado o alo formado; na bili esculina
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