A Metaplasia
Por: viniciosil • 11/6/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 585 Palavras (3 Páginas) • 1.193 Visualizações
Metaplasia
Metaplasia é uma alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular. Ela representa uma substituição adaptativa de células sensíveis ao estresse por tipos celulares mais capazes de suportar o ambiente agressivo. Em termos genômicos, metaplasia resulta da inativação de alguns genes e desrepreção de outros. .
Em principio metaplasia resulta de irritações persistentes que levam ao surgimento de um tecido mais resistente. No entanto, o tecido metaplásico pode resultar em menor proteção ao individuo: na metaplasia escamosa da arvore brônquica no tabagismo, por exemplo, a prejuízo na síntese de muco e desaparecimento dos cílios, ambos importantes como defesa do organismo. A deficiência de vitamina A (acido retinoico) induz metaplasia escamosa no epitélio respiratório. Em todos esses exemplos , o epitélio escamoso estratificado mais resistente é capaz de sobreviver sob circunstancias nas quais o epitélio colunar especializado mais frágil teria sucumbido.
As possíveis causas para o surgimento de metaplasia estão ligadas á agressões mecânicas , irritação por calor prolongado, irritação química persistente e inflamações crônicas.
Os tipos mais comuns de metaplasia são:
Metaplasia Escamosa:
- Transformação de epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado em epitélio ceratinizado. É o que ocorre no epitélio da boca ou do esôfago em conseqüência de irritação prolongada. É conhecida clinicamente como leucoplasia , termo que é usado para indicar lesões que se apresentam como placas ou manchas brancacentas localizadas em mucosas (colo uterino, oral etc.).
- epitélio pseudoestratificado ciliado em epitélio estratificado pavimentoso, ceratinizado ou não. Como exemplo temos a metaplasia brônquica secundaria a agressão persistente, cujo protótipo é o tabagismo;
- epitélio mucossecretor em epitélio estratificado pavimentoso , com ou sem ceratinização. Aparece tipicamente no epitélio endocervical, que se transforma em epitélio escamoso do tipo ectocervical;
Metaplasia Intestinal:
- epitélio gladular seroso em epitélio mucíparo, como acontece na metaplasia intestinal da mucosa gástrica. Por exemplo no refluxo gastro-esofágico, há transformação do epitélio do esôfago em epitélio intestinal, denominado clinicamente esôfago de Barrett. O pH do conteúdo gástrico é ácido e vai para o esôfago, fazendo com que o epitélio do esôfago se transforme em epitélio semelhante ao do intestino.
Metaplasia Mesenquimal :
- metaplasia cartilaginosa: tecido conjuntivo em tecido cartilaginoso ou ósseo; Por exemplo a formação de osso no músculo , designada miosite ossificante ocorre ocasionalmente após uma hemorragia intramuscular.
- Metaplasia Óssea: tecido cartilaginoso em tecido ósseo.
A metaplasia não resulta de uma alteração no fenótipo de um tipo celular já diferenciado; em vez disso, ela é resultado de uma reprogramação de células-tronco que sabidamente existem em tecidos normais ou de células mesenquimais indiferenciadas presentes no tecido conjuntivo. Em uma alteração metaplásica, essas células precursoras diferenciam-se ao longo de uma nova via. A diferenciação de células-tronco para uma linhagem particular é causado por sinais gerados por citosina, fatores de crescimento e componentes da matriz extracelular no ambiente das células. Esses estímulos externos promovem a expressão de genes que direcionam a célula para uma via especifica de diferenciação. No caso da deficiência ou excesso de vitamina A, sabe-se que o acido retinoico regula diretamente a transcrição do gene através de receptores retinoides nucleares, os quais podem influenciar a diferenciação de progenitores derivados de células-tronco no tecido. Desconhece-se como outros estímulos externos causam metaplasia, mas é claro que, de algum modo, eles também alteram a atividade dos fatores de transcrição que regulam a diferenciação.
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