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Farmácias magistrais

Por:   •  1/12/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.016 Palavras (13 Páginas)  •  518 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

As farmácias magistrais representam uma importante parcela do mercado brasileiro de medicamentos. Este setor ressurgiu no Brasil no final da década de 1980, após seu desaparecimento quase completo devido a forte presença da indústria farmacêutica na década de 1950. No início haviam poucos estabelecimentos voltados para a individualização da prescrição, os que existiam eram designados principalmente à dermatologia ou à homeopatia.

Com a entrada dos medicamentos genéricos no mercado, o segmento passou a manipular inúmeros medicamentos cujas apresentações não são disponibilizadas pela indústria farmacêutica. O aumento do número de medicamentos manipulados no Brasil resultou em maior preocupação com a qualidade destes produtos, de forma a intervir no uso irracional e com objetivo de padronizar os produtos manipulados, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou, em 19 de abril de 2000, a primeira regulamentação específica para este setor, a RDC Nº 33. Esta resolução instituiu as boas práticas de manipulação em farmácias e propiciou significativas evoluções quanto à qualidade dos produtos magistrais.

A manipulação de medicamentos, em sua forma mais simples, é a fabricação artesanal de uma formulação para atender às necessidades médicas de determinado paciente, a partir de uma substância aprovada para uso. O medicamento magistral é prescrito pelo médico com indicação de composição qualitativa e quantitativa, da forma farmacêutica e da maneira de administração.

A manipulação necessita de seleção criteriosa de princípios ativos e da dose para obter a eficácia terapêutica desejada. Além disso, a farmácia magistral busca trabalhar em parceria com os médicos, ao oferecer informações pertinentes de cada fármaco. A fórmula magistral valoriza o médico que a prescreve, melhora a relação médico-paciente, médico-farmacêutico, farmacêutico-paciente e permite um equilíbrio da fórmula para o paciente que, como pessoa única e individual em sua sintomatologia, nem sempre se adapta a formulações já estabelecidas.

A farmácia magistral atua principalmente em duas grandes áreas: formas farmacêuticas sólidas e líquidas de uso interno, e formas farmacêuticas semissólidas e líquidas de uso externo. As principais formas farmacêuticas de uso interno manipuladas pela farmácia magistral são: cápsulas, sachês, flaconetes, xaropes e suspensões. As formas farmacêuticas semissólidas são quase sempre de uso dermatológico ou tópico.

As farmácias de manipulação representam um espaço de grande atuação do profissional farmacêutico, resgata a prática de preparar, conservar, manipular e dispensar. Ao farmacêutico magistral cabe a responsabilidade em garantir tecnicamente, tanto ao cliente como ao médico, a preparação dos produtos farmacêuticos com individualidade, priorizando que sejam manipulados com total qualidade e segurança. Isto garante ao médico que seus pacientes, individualmente, terão sempre um atendimento adequado ao diagnóstico.

A farmacotécnica entendida como a arte de transformar insumos, drogas e correlatos em preparações medicinais e/ou formas farmacêuticas, faz parte exclusivamente da formação acadêmica do farmacêutico. Para tanto, tem-se que atuar na formação acadêmica de acordo com o perfil profissional exigido pelo mercado.

Portanto, o estágio em farmácia de manipulação permite ao estagiário uma vivência na prática sobre a atuação do farmacêutico nessa área, sendo possível chegar ao mercado de trabalho com conhecimento teórico e prático sobre as mais variadas técnicas aplicadas em manipulação.

O referido estágio foi realizado entre os dias 30/03/15 a 27/04/15 das 15h às 19h nos laboratórios de farmacotécnica da Faculdade Pitágoras – São Luís sob a orientação da professora e farmacêutica Ana Paula de Araújo Abreu, especialista em manipulação magistral alopática.

2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Foram desenvolvidas diversas práticas de farmacotécnica onde se adquiriu aprendizado sobre os preparos de pós, granulados, cápsulas, soluções, suspensões, cremes, géis, emulsões, pomadas, entre outros. Também foram realizadas pela orientadora, aulas teóricas para conciliar teoria e prática. Realizou-se ainda um plano de negócios para a compreensão da funcionalidade administrativa de uma Farmácia de Manipulação para compor a nota final desse estágio. As atividades desenvolvidas estão descritas detalhadamente abaixo:

2.1. APRESENTAÇÃO DOS ASSUNTOS ABORDADOS

Foi apresentado sobre a disciplina e os assuntos que seriam abordados nas aulas práticas e teóricas, bem como as regras que deveriam ser previamente seguidas no laboratório para a realização das práticas, como vestuário adequado, lavar as mãos, limpar a bancada, separar os materiais, fazer antissepsia desses materiais e etc.

2.2. SAIS PARA BANHO EFERVESCENTE

Após a aula teórica sobre regras para farmacotécnica de pós, realizou-se a prática inicialmente pesando todos os componentes da formulação, nesse caso foram usados cloreto de sódio 40%, cloreto de magnésio 10%, ácido cítrico 20%, bicarbonato de sódio 30% e fragrância (q.s). Em seguida colocou-se uma gota da essência no NaCl e misturou-se as substâncias aos poucos até homogeneizar. Realizou-se o teste colocando-se água destilada no grau para observar a efervescência. Os produtos obtidos podem ser usados em sais para banho e esfoliação.

2.3. PÓ SECATIVO

Para essa prática, pesou-se os componentes da formulação, nesse caso, óxido de zinco (3g), mentol (0,50g), cânfora (0,50g), amido (3g) e talco (45g). Em seguida, misturou-se a cânfora e álcool etílico em um grau e adicionou-se o mentol que deixou a substância líquida. Adicionou-se o amido logo em seguida e o óxido de zinco, sempre misturando as substâncias com o auxílio do pistilo. Por último adicionou-se o talco até a mistura ficar uniforme.

2.4. PÓ DESODORANTE PARA OS PÉS

Seguiu-se o padrão pesando os componentes da formulação: ácido bórico, ácido benzoico, ácido salicílico, mentol, cânfora, amido, óxido de zinco e talco. Foram misturados os componentes em um grau, após esse processo pesa-se 10g e acondiciona-se o pó desodorante em papel manteiga.

2.5. PÓ ANTIÁCIDO

Pesou-se em uma balança analítica com auxílio de uma espátula separadamente todos os componentes da formulação, misturando-os proporcionalmente do menor ao de maior peso para manter a homogeneidade. Os componentes usados foram carbonato de cálcio, carbonato de magnésio, carbonato de sódio e amido. Após a mistura, acondicionou-se 5g do produto final em envelope de papel manteiga. O produto obtido é utilizado para correção do pH estomacal.

2.6. PÓ SAL EFERVESCENTE (TIPO SAL DE ANDREWS)

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