Os Alcalóides Na Farmácia
Por: keliborba • 26/11/2020 • Dissertação • 1.341 Palavras (6 Páginas) • 320 Visualizações
Keli Borba - 3° Semestre – CPF 82213739072 – Curso de Farmácia
Alcaloides
Os alcaloides são um conjunto de compostos orgânicos, pertencentes ao grupo das aminas cíclicas, que apresentam anéis heterocíclicos contendo nitrogênio. Reagem com ácidos, formando sais e apresentam propriedades toxicológicas e farmacológicas características.
São encontrados principalmente em plantas e são especialmente comuns em certas famílias de plantas com flores. Mais de 3.000 tipos diferentes de alcaloides foram identificados em um total de mais de 4.000 espécies de plantas. Nas plantas, tem função de defesa contra insetos e animais predadores.
Desde a época dos alquimistas, esses compostos sempre foram utilizados. Eles não tinham o domínio das formulas estruturais, porem conheciam as propriedades destes compostos.
Os alcaloides possuem estruturas complexas que permitem seu uso em medicamentos. Atuam no sistema nervoso central e autônomo, cujas principais ações terapêuticas são: anestésica, analgésica, neurodepressora e psicoestimulante. Alguns podem apresentar efeitos cancerígenos, já outros, antitumorais. Porém, apesar de seus benefícios, são substâncias que causam dependência física e psíquica, portanto só podem ser adquiridos com apresentação de receita médica.
Os alcaloides são substâncias básicas, (o nome alcaloide significa “semelhantes aos álcalis” e esse nome foi dado para esses compostos porque álcali significa “base” e as aminas têm esse caráter básico alcalino. Também tendem a ter sabor amargo.
Alcaloides oxigenados (a maioria dos alcaloides) são incolores (alguns coloridos como a berberina), inodoros, não são voláteis, e são sólidos, cristalizam-se facilmente, insolúveis em água. Possuem ponto de fusão bem defino, sem decompor-se a temperatura menor que 200º C.
Alcaloides não oxigenados são em sua maioria líquidos em temperatura ambiente, possuem odor e são voláteis. Ex: nicotina.
Quanto a sua origem biossintética, podem ser classificados em:
Alcaloides verdadeiros: tem anel heterocíclico, com um átomo de nitrogênio e sua biossíntese se dá através de um aminoácido.
Protoalcaloides: átomo de nitrogênio não pertence a anel heterocíclico e se originam de um aminoácido.
Pseudo-alcaloides: não são derivados de aminoácidos e sim de terpenos ou esteroides.
Exemplos de alcaloides
Morfina: um dos mais importantes e mais conhecidos alcaloides, e a morfina (relatos mostram que já era usada por volta de 400 a. C.), vinda do ópio extraído das frutas verdes ou das folhas da papoula (Papaver somniferum). A morfina é uma depressora do sistema nervoso central, usada para aliviar dores intensas e induz ao sono. Daí a origem do seu nome, ligada ao deus grego do sono, Morpheu. Durante a Guerra Civil Americana (1860 – 1895), a morfina foi muito usada para combater as dores causadas pelos ferimentos dos soldados, mas muitos deles acabaram viciados nessa substância.
Foi isolada pela primeira vez em 1804 por Friedrich Sertürner, que começou a distribuir a droga em 1817.
Atualmente, o uso da morfina ocorre somente para fins medicinais, principalmente no alívio de dores de certos tumores centrais em pacientes com câncer terminal.
Sua fórmula estrutural é C17H19NO3, a massa molar e 285,34 g/mol e o seu ponto de fusão é de 255º C. É solúvel em água e álcool.
A morfina, assim como os demais opioides, são agonistas dos receptores opioides, localizados em neurônios de algumas zonas do cérebro, medula espinhal e nos sistemas neuronais do intestino. Esses receptores são importantes na regulação normal da dor. A sua modulação é feita pelos opioides endogenos, como as endorfinas e as encefalinas, que são neurotransmissores.
Cafeína: As principais fontes de obtenção da cafeína são a semente do café (Coffea arábica) e a folha de chá-preto (Camellia sinensis). A erva-mate (Ilex paraguariensis) e o guaraná (Paullinia cupana) também contém cafeína, mas a sua extração ainda não é realizada nesses materiais. Além disso, pode ser encontrada no chocolate, em refrigerantes à base de cola (está presente na noz-de-cola, semente das arvores do gênero Cola sp., nativas das florestas da África Ocidental) e em vários produtos alimentícios, farmacêuticos e cosméticos. Como exemplos desses podemos citar energéticos, comprimidos para gripe e creme anticelulite, respectivamente.
A cafeína pertence a uma classe de compostos chamada metil-xantinas, um dos estimulantes conhecidos há mais tempo, sendo que a cafeína é um dos mais potentes dessa classe. É um estimulante do sistema nervoso central e, assim como todo alcaloide, causa dependência química, ou seja, vicia.
Muitas pessoas tomam café para que a cafeína atue como estimulante e elas permaneçam acordadas por mais tempo. No entanto, seu efeito, é muito passageiro, assim a pessoa aumenta as doses de café. Como a cafeína leva ao vicio, a pessoa ingere cada vez mais café. O consumo excessivo de cafeína pode levar a morte, pois pode causar irritabilidade, insônia, diarreia (pois atua também como diurético) e palpitações no coração. A dose letal para uma pessoa adulta de 70 quilos é de 10 gramas de cafeína, ou seja, 100 xicaras de café, 200 latas de refrigerante de cola ou 50 quilos de chocolate.
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