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REDES LOCAIS DE APOIO SOCIAL

Por:   •  18/11/2022  •  Resenha  •  1.189 Palavras (5 Páginas)  •  120 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

Disciplina: Sociologia da Saúde e da Doença

Aluna: JOANNE AMORIM DA SILVA

REDES LOCAIS DE APOIO SOCIAL

Para promover o debate acerca das redes locais de apoio social é necessário compreender os conceitos que estão envoltos com essa temática. Nesse sentido, HOLANDA (1995), define a rede como um entrelaçamento de fios onde se estabelecem aberturas regulares formando uma espécie de tecido. Isso, atrelado ao apoio social, que refere-se às relações que influenciam de forma significativa a personalidade e o desenvolvimento da vida de um indivíduo, estabelece a rede de apoio social. De modo geral, a rede de apoio social está associada às transformações que ocorrem ao longo da vida de uma pessoa e no ambiente no qual ela está inserida, decorrentes das interações, estudos e descobertas realizadas, a partir do estabelecimento de relações. 

Nesse sentido, em nível nacional, a instalação das redes de apoio social esteve relacionada a lutas políticas e sociais com destaque para o movimento sanitário, o qual, ocorreu em um cenário de ditadura e objetivava transformações na área da saúde. Esse contexto, evidencia uma das bases mais comuns para o surgimento de uma rede de apoio social, em que um grupo de pessoas  encontra-se vulnerável e busca uma melhor qualidade de vida. 

A partir daí, é possível analisar a aplicação das redes de apoio social no âmbito da saúde, em que elas são percebidas por exemplo na promoção de políticas públicas de saúde, na gestão e planejamento, e na integração e organização geral dos serviços de saúde e suas práticas.  Dessa maneira, tem-se que as redes sociais podem se apresentar de forma espontânea/voluntária, ou como organizações políticas tradicionais e também novas organizações políticas, de modo que as pessoas envolvidas podem ser familiares, vizinhos, amigos, profissionais de saúde e pacientes por exemplo. Nesse sentido, as redes possuem a capacidade de auxiliar os integrantes a enfrentar melhor as adversidades da vida, a promover a saúde ou a recuperar-se dos problemas de saúde-doença.

Dessa forma, considerando o contexto e os objetivos das redes, nota-se a existência de desafios que comprometem o êxito dessas organizações. Dentre esses desafios tem-se a pobreza, falta de acesso à educação, falta de investimento, e a desconfiança da população para com o que é público. 

A pobreza  distancia o indivíduo desse tipo de atividade uma vez que dificulta sua participação efetiva e assim acaba levando o desinteresse. Além disso, é muito comum a falta de informação decorrente da educação precária que assola grande parte da população. Quando o indivíduo não sabe sobre os seus direitos ele não busca ajuda e não luta por eles. Outro fator importante consiste no sucateamento das instituições públicas que está explícito na falta de estrutura e na alta demanda para os serviços, que por sua vez, acabam sendo prestados muitas vezes de forma insatisfatória, incentivando os processos de privatização. Ainda, considera-se também a situação geral das altas taxas de desemprego e renda, uma vez que que elas acabam influenciando a participação geral dos cidadãos. Somado a isso, tem-se a permanência do sentimento de desconfiança da população para com as instituições públicas, decorrente do histórico cultural de grande descaso do governo. 

É por esse conjunto de desafios que a discussão e a existência das redes de apoio social, seja no âmbito da saúde ou não, são fundamentais. Isso ocorre uma vez que elas impactam na inclusão de pessoas e se tornam pertinentes para as questões de desigualdade socioeconômica, desemprego e subemprego, de violência crescente e de esgarçamento do tecido social.

Somado a isso, tem-se também o grande sentimento de falta de pertencimento social que surge em função das rápidas transformações sociais. Isso, representa de forma muito verdadeira a realidade em que se vive atualmente, já que esse sentimento foi intensificado pelo isolamento provocado pela COVID-19 e consequente aumento de patologias tais como depressão, solidão ou isolamento social que acabam resultando na exclusão social. Isso faz com que as redes de apoio social se tornem instáveis comprometendo a coesão social. É nesse sentido, que Bauman (2001), afirma que atualmente vive-se na modernidade líquida, que consiste na falta de coesão, relações descartáveis e exclusão social. 

Assim, nota-se que as redes são capazes disseminar a noção de cidadania, estabelecendo uma interdependência entre os membros da sociedade. 

Nesse sentido, infere-se que as redes são organizadas no formato da democracia, ou seja, operam de acordo com o princípio da liberdade em detrimento da censura e da hierarquia. Por isso, é necessário que ocorra entre os integrantes da rede uma participação efetiva para que o objetivo comum seja alcançado. Além disso, não é feita distribuição de poder dentro dessa rede sendo estabelecidos tipos de responsabilidades. Com isso, tem-se que a estruturação da rede é uma ligação horizontal o que permite a desconcentração do poder e evidencia a co-responsabilidade entre os integrantes sendo necessário também a iniciativa individual de cada um. 

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