Trabalho de Imunologia Clínica Hepatite C
Por: Iwerson Jéssica Silveira • 15/9/2015 • Trabalho acadêmico • 982 Palavras (4 Páginas) • 675 Visualizações
Trabalho de imunologia clínica
Hepatite C
Araraquara-SP
2015
O HCV, que foi descoberto em 1989, é um vírus RNA de filamento simples e sentido positivo como membro da família Flaviridae. O HCV foi descoberto pela extração de todo acido nucleico do plasma de um chimpanzé com hepatite não-A não-B (hepatite causada por outro agente), seguida de transcrição reversa do RNA em DNA e clonagem do produto. O RNA codifica uma única poliproteína grande codificada por uma estrutura de leitura aberta, que é clivada proteoliticamente. A estrutura de leitura aberta codifica três proteínas estruturais N-terminais do HCV (C, E1e E2) e seis proteínas não estruturais (NS) C-terminais (incluindo NS2, NS3, NS4 e NS5), que são necessárias a replicação do vírus. As regiões que codificam as proteínas do envelope E1 e E2 são altamente vaiáveis. Foram identificados seis genótipos principais, com, pelo menos, 50 subtipos. O tipo 1 é o mais prevalente nos Estados Unidos. A evolução clinica e a reposta a terapia estão associadas ao genótipo. Ocorrem também diversas variantes ou quase espécies geneticamente distintas num mesmo individuo infectado. As quase-espécies mais complexas correspondem a uma maior duração da infecção, níveis plasmáticos mais elevados do vírus e resposta mais insatisfatória ao tratamento.
Embora se acredite que os hepatócitos e os linfócitos B sejam infectados pelo HCV, não foi identificado nenhum receptor celular. Dados recentes mostram que o HCV liga-se a CD81 através da proteína E2 do envelope, porem não se sabe ao certo se esta ligação é seguida de penetração do vírus e infecção.
A exemplo do HBV, a reposta imunológica aos antígenos do HCV é considerada responsável pela eliminação do vírus e pela patogenia da doença. Na infecção aguda, a eliminação do vírus é efetuada através de uma intensa resposta das células T CD4 e CD8, particularmente atividade dos CTL CD8 no fígado. A persistência do vírus esta associada a uma resposta imunológica antiviral fraca aos antígenos virais, com ausência de erradicação das células infectadas. Além disso, acredita-se que a elevada taxa de variabilidade genética do HCV que é observada durante a replicação viral possa contribuir para persistência do vírus. Esta alta variabilidade de genética do HCV é de suma importância ao facilitar o escape do vírus da vigilância imunológica. O HCV também codifica proteínas que facilitam a evasão da vigilância imunológica. A resposta deficiente das citocinas também foi considerada como fator capaz de contribuir para a ausência de eliminação do HCV do fígado. A resposta medidas pelas células CD4 e CD8 HCV especificas são vigorosas durante a infecção crônica, sugerindo que pode ocorrer persistência do vírus até mesmo na presença de uma resposta ativa das células T. Os CTL CD8 HCV- específicos não apenas desempenham um papel na erradicação da infecção viral, como também produzem lesão hepática uma vez estabelecida a infecção crônica. No modelo de camundongo transgênico, demonstrou-se que a proteína cerne viral induz desenvolvimento de carcinoma hepatocelular.
A exemplo da hepatite B, a infecção aguda pelo HCV é frequentemente assintomática (cerca de 60% dos casos), ou pode manifestar-se na forma de hepatite aguda típica, sendo rara a ocorrência de hepatite fulminante. Ocorre infecção crônica em cerca de 85% dos pacientes com infecção pelo HCV. Os pacientes que são portadores crônicos pode nunca desenvolver fibrose, enquanto outros progridem para hepatite ativa crônica com cirrose. Os fatores que influencia a progressão do HCV incluem a idade de ocorrência da infecção, o sexo e o estado imunológico do individuo. A infecção crônica pelo HCV caracteriza-se por níveis séricos flutuantes das transaminases. Recomenda-se a realização de biopsia hepática para avaliar a gravidade da doença antes de se iniciar qualquer tratamento antiviral. A co-infecção pelo HIV pode agravar o prognostico da infecção pelo HCV ao intensificar a replicação do HCV. Ocorre progressão para cirrose em cerca de 10% dos pacientes, e indica-se a realização de triagem regular para carcinoma hepatocelular nestes pacientes. O tempo médio entre a infecção e o desenvolvimento do carcinoma hepatocelular é de 30 anos. Deve-se considerar transplante de fígado em pacientes hepatopatia em estagio terminal. A recidiva da infecção pelo HCV após o transplante é quase universal, mas não parece afetar a sobrevida.
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