A INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA NA PARALISIA DO PLEXO BRAQUIAL OBSTÉTRICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Por: carol_alx • 5/12/2017 • Trabalho acadêmico • 2.232 Palavras (9 Páginas) • 1.085 Visualizações
Fisioterapia na saúde funcional da criança e do adolescente II Universidade de Fortaleza Março de 2017 |
INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA NA PARALISIA DO PLEXO BRAQUIAL OBSTÉTRICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Caroline Sousa Alexandre1, Jacqueline Maria Sousa Alexandre1, Ana Cléa Veras C. Vieira2 (PQ)
1.Discente da Universidade de Fortaleza
1. Discente da Universidade de Fortaleza
2. Docente da Universidade de Fortaleza – Curso Fisioterapia.
Caroline.sousaalexandre@gmail.com1; Jacqcarmo@gmail.com¹
Palavras-chave: Bloqueio do plexo braquial. Paralisia obstétrica. Fisioterapia.
Resumo
Objetivo: Descrever e avaliar a assistência fisioterápica prestada na paralisia do plexo braquial obstétrica (PBO) através de um Relato de experiência. Metodologia: A pesquisa trata-se de um relato de experiência com paciente atendida em Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI) duas vezes semanais no período de fevereiro a março de 2017, na cidade de Fortaleza-CE, com 45 minutos de duração cada atendimento. Resultados e Discussão: Adolescente M.A.R.R 12 anos, gênero feminino, com diagnóstico clínico de Paralisia do plexo braquial obstétrica de tipo Erb, que acomete as raízes nervosas de C5 e C6. Chegou ao Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI) para atendimento de fisioterapia, com diagnóstico cinesiológico funcional motora de Membro Superior Direito (MSD). Durante a avaliação, adolescente chegou ao atendimento apresentando bloqueio articular, fraqueza muscular e hipotrofia em membro superior direito. O protocolo de fisioterapia estabelecido foi: Técnicas de cinesioterapia motora dos membros superiores, eletroterapia, estimulação sensorial, e mobilização escapular e de ombro. Considerações finais: Conclui-se que a Fisioterapia teve grande relevância na melhora funcional do quadro de paralisia de plexo braquial obstétrica, ao minimizar a rigidez, bloqueios e melhorar força muscular do membro afetado, prevenindo prejuízos em sua vida diária.
Introdução
A paralisia do plexo braquial (PPB) no recém-nascido (RN) trata-se clinicamente por alteração motora e sensitiva do membro superior e nesta faixa etária normalmente é consequência do trabalho de parto (EVAN-JONES, 2003). O plexo braquial agrupa os ramos ventrais das raízes do quinto ao oitavo nervos cervicais (C5 a C8) e do primeiro dorsal (T1).
Durante o período expulsivo do parto, a tração excessiva do pescoço exercida para a saída do ombro anterior, que é “bloqueado” pela sínfise púbica materna, pode lesar as raízes do plexo braquial. Outros mecanismos fisiopatológicos estão descritos como as contrações exercidas sobre o ombro posterior ao “empurrá-lo” contra o promontório materno. A mal adaptação intrauterina é cada vez mais sugerida como causa pré-natal da PPB, especialmente nas situações em que não está presente nenhum dos outros fatores de risco, como acontece por exemplo nos raros casos com parto por cesariana (PONDAAG W, 2004; JENNETT RJ, 2002).
A Paralisia Braquial Obstétrica é classificada conforme a altura e o tipo da lesão (RESZEL, et al, 2012). A paralisia de Erb-Duchenne, também conhecida como lesão superior ou alta é a mais comum, que leva ao comprometimento das raízes superiores C5 e C6 (SHEPHERD, 1996).
Os achados clínicos deste tipo de lesão são: rotação interna e adução de ombro, extensão de cotovelo, pronação de antebraço, punho fletido e preensão palmar sem alterações. Essas raízes nervosas inervam os músculos: deltóide, rombóides, elevador da escápula, serrátil anterior, supinador do antebraço, braquial, braquiorradial, supra-espinhoso, infra-espinhoso, bíceps braquial (RIVERÓN, et al., 1998).
Na paralisia do tipo Klumpke ou lesão baixa, as raízes nervosas inferiores lesionadas são (C7, C8 e T1). Os músculos comprometidos são os flexores de punho, dedos e os músculos intrínsecos da mão. Não há alteração da mobilidade ativa e sensibilidade de ombro e cotovelo, mas a mão apresenta alteração de sensibilidade (RIVERÓN, et al., 1998).
A paralisia do tipo Erb Klumpke ou paralisia total, é um tipo de lesão mais rara, é a lesão de todas as raízes nervosa do plexo braquial (C5 a T1) onde o membro superior apresenta-se flácido e a mão em garra (HEBERT, et al., 2003; VIEIRA, et al., 2004). Ocorre atrofia, arreflexia, alteração na temperatura, alteração de sensibilidade e coloração, por lesões ao sistema nervoso autônomo (GANN, 2005).
A PBO afeta a ambos os sexos sem predomínio e o membro superior mais lesionado é o direito cerca de 50% e o membro superior esquerdo é de 43% (EVANS, et al, 2003; CHAUHAN, et al, 2005 apoud RESZEL, et al, 2012). Em países desenvolvidos a incidência é variável, cerca de 0,42 a 3 a cada 1000 nascidos vivos. Onde essa frequência torna-se três vezes maior quando a criança tem peso igual ou superior a 4,5 Kg (ZAFEIRIOU; PSYCHOGIOU, 2008).
Os fatores de riscos estão relacionados ao parto (parto dificultoso, distócia de ombros, uso de fórceps), a mãe (diabetes, obesidade, idade avançada, baixa estatura, primiparidade, ganho de peso durante a gestação) e ao feto (macrossomia, má adaptação intrauterina, nascimento podálico) (GALBIATTI; FALOPPA in SIZÍNIO; XAVIER 2003; SANTOS in CAVALCANTI; GALVÃO, 2007; TAVARES, 2009; RESZEL, et al, 2012).
A PBO ocasiona na criança um atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, portanto, a estimulação precoce e o estimulo às atividades se fazem necessárias para as conquistas das etapas neuropsicomotoras de acordo com a faixa etária (TAVARES et al, 2009).
O atendimento com equipe multidisciplinar composta por: neurofisiologista, neurologista infantil, psicólogo, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta são de grande importância para uma avaliação completa e assim proporcionar uma boa evolução em crianças com esta lesão. O processo de reabilitação através do atendimento precoce da fisioterapia previne complicações e melhoram a função sensório-motora das mesmas (RUCHELSMAN; et al, 2009 apoud FERREIRA; CONTENÇAS, 2012).
O tratamento Fisioterápico tem como objetivo adaptar as atividades de recuperação da função muscular a fim de favorecer e facilitar qualquer exercício normal e possível da funcionalidade do indivíduo. A mobilização passiva tem o intuito de restabelecer a mobilidade das articulações, prevenindo futuras contraturas musculares (SANTOS, 2007).
O presente estudo teve por objetivo descrever a fisioterapia na lesão do plexo braquial obstétrica.
Metodologia
Tratou-se de um relato de experiência com vivência teórico-pratica realizado com adolescente com diagnóstico clínico de paralisia de plexo braquial obstétrico do tipo Erb, atendida no Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI), durante o módulo de Fisioterapia na Saúde Funcional da Criança e do Adolescente II, entre os meses de fevereiro e março de 2017, na sala de pediatria do setor de Fisioterapia, primeiro andar, durante 45 minutos, totalizando 10 atendimentos.
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