Comprometimento Respiratório nas Doenças Neuromusculares
Por: m.aalencar • 7/8/2018 • Artigo • 705 Palavras (3 Páginas) • 310 Visualizações
Comprometimento Respiratório nas Doenças Neuromusculares
Objetivo: O objetivo deste trabalho é revisar a literatura recente acerca dos acometimentos respiratórios e da indicação de ventilação não invasiva nos portadores de distrofias musculares.
Metodologia: Realizadas pesquisas bibliográficas nos bancos de dados PubMed e Scielo, selecionados artigos publicados à partir de outubro de 2016 e que apresentassem relevância ao tema proposto.
Resultados:
Introdução
Distrofia muscular é um grupo de miopatias hereditárias caracterizadas por perda progressiva de massa muscular esquelética, incluindo dos músculos respiratórios. A falha nas trocas gasosas, consequência da insuficiência pulmonar, falha da musculatura respiratória ou uma combinação dos dois, muitas vezes culmina em parada respiratória e é a principal causa de morte.
A insuficiência pulmonar acontece devido à fraqueza progressiva da musculatura respiratória e ao aumento na carga contra o qual eles devem se contrair, além da broncoaspirações recorrentes, consequências da disfagia e que provocam diminuição da elastância pulmonar.
Os músculos respiratórios têm a função de movimentar o ar para dentro do pulmão, vencendo as forças elásticas e de resistência exercida pela parede do tórax e pulmões. A disfunção destes músculos, associada a falência pulmonar, culminam em insuficiência respiratória.
Assim, os distúrbios respiratórios iniciais na distrofia muscular são doença pulmonar restritiva, hipoventilação, padrão toracoabdominal alterado, hipercapnia, dispneia, tosse ineficaz e distúrbios respiratórios do sono.
Causas de aumento de carga respiratória
Como mostrado na figura 1, as propriedades elásticas do pulmão são alterados em pacientes com distrofia muscular, com o pulmão se tornando menos distensível. A causa desta redução ainda não é bem conhecida, mas diferentes hipóteses têm sido propostas: maturação incompleta do tecido pulmonar no caso de doença congenita, micro e macroatelectasias induzidas por hipoventilação, aumento da tensão superficial alveolar, fibrose induzida por aspiração recorrente e doenças do parênquima.
[pic 1]
figura 1 Diagrama esquemático que mostra as curvas de pressão-volume do sistema respiratório (RS - curvas azul) e os seus dois componentes, ou seja, a parede do tórax (CW - curvas verdes) e pulmão (L - curvas vermelhas), para indivíduos saudáveis e para
indivíduos com distrofia muscular. A pressão inspiratória máxima ( PImax) também relatada (curvas tracejadas). Pacientes com distrofia muscular são caracterizados
por:
1) reduzida capacidade pulmonar total (TLC);
2) redução de complacência de parede torácica ( C CW), pulmões ( C L) e do sistema
respiratório (inclinação das curvas de pressão-volume correspondente);
3) reduzida PImax;
4) redução da capacidade inspiratória (IC= TLC - CRF);
5) reduzido volume de reserva expiratório (VRE = FRC - RV).
A capacidade residual funcional (FRC) pode ser mais baixa ou normal. O volume residual (VR) não é significativamente diferente do que em indivíduos saudáveis. PImax representa a força dos músculos respiratórios, enquanto que as variações de volume são a ação resultante da sua contração. O fato de a PImax e os volumes pulmonares serem reduzidos indica que os músculos respiratórios são afetados por distrofia muscular. A capacidade do sistema respiratório é reduzida devido à atelectasia e à fibrose, além da diminuição da complacência torácica devido ao início da escoliose induzida pelo enfraquecimento dos músculos do tronco.
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