O PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Por: Ana Luiza Koerich • 9/9/2018 • Resenha • 1.125 Palavras (5 Páginas) • 662 Visualizações
PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL – PAC
O processamento auditivo é o que fazemos com o que escutamos, ou seja, a capacidade do Sistema Nervoso Central de utilizar a informação auditiva recebida.
Os distúrbios da audição são divididos em deficiência auditiva, no qual há deficiência na recepção dos dados sensoriais e perda de Db, causando uma alteração no sistema auditivo periférico, e o distúrbio do processamento auditivo, no qual há deficiência na análise de dados sensoriais e assim as habilidades auditivas são prejudicadas causando alterações no sistema auditivo central.
O som é uma imagem mental completa, e assim, representa a integridade do sistema auditivo central e periférico. Porém, quando essa visualização é comprometida, sendo incompleta ou ausente, temos uma alteração no processamento auditivo, seja ela deficiência auditiva ou DPAC.
HABILIDADES AUDITIVAS
Representam a capacidade do individuo em processar as informações recebidas por meio da modalidade auditiva. Elas são responsáveis pelos comportamentos de lateralização (local da percepção sonora), localização (direção da FS), discriminação auditiva, reconhecimento dos padrões auditivos, aspectos temporais da audição (resolução, mascaramento, integração e ordenação temporal) e o desempenho auditivo na presença de sinais competitivos e com sinais acústicos degradados.
As habilidades auditivas são: figura-fundo – identificar uma mensagem na presença de sons competitivos, fechamento – perceber sons ou sentenças por inteiro quando partes são omitidas, discriminação – identificar sons iguais ou diferentes, localização – identificar auditivamente a fonte sonora, síntese ou integração binaural – reconhecer sons apresentados simultaneamente ou alternadamente em ambas orelhas, separação binaural – permanecer atento ao som apresentado em uma orelha enquanto há outro som na outra orelha, memória – armazenar e reter estímulos, e atenção.
DISTÚRBIO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Inabilidade de analisar e interpretar sons, perda auditiva funcional, deficiência no processamento da informação especifica da modalidade auditiva, pobre performance em uma ou mais habilidades auditivas.
Não está associado a déficits cognitivos, apenas auditivos.
Manifestações auditivas: dificuldade em ouvir/compreender informações, desconforto a sons intensos, respostas inconsistentes a sons, dificuldade para manter a conversa por muito tempo (principalmente em ambientes ruidosos), falta de apreciação musical e pedem repetição. Dificuldade para localizar sons, dificuldade para entender piadas, dificuldade em lembrar fatos que aprenderam auditivamente.
Comunicação oral: atraso na aquisição ou desenvolvimento da linguagem, dificuldade na produção de sons – principalmente /r/ /l/ /s/ –, uso de regras da língua alteradas (estrutura gramatical), vocabulário pobre, déficit de memória, lentidão para responder, verborréia
Dificuldade de aprendizagem: dificuldade pra aprender a ler e escrever, dificuldade na escrita (representação gráfica dos fonemas), dificuldade em aprender língua estrangeira, dificuldade para fazer ditados, desempenho inferior em leitura, gramática, ortografia e matemática.
Comportamento social: desatentos, hiperativos, agitados, muito quietos, tendência ao isolamento, dificuldade de interação social, baixa auto estima, desorganizados, alterações psicológicas, desajustados (brincam com crianças mais novas ou adultos mais tolerantes).
DPAC pode estar associado: doenças do desenvolvimento - autismo, déficit de aprendizado, linguagem, dislexia, otites recorrentes (privação sensorial); doenças neurológicas – afasia, esclerose múltipla, TCE, TDAH (doença do comportamento)
Áudio: inconsistência para tons puros; Imitancio: reflexo estapediano ausente ou aumentado; dificuldade para manter o foco de atenção.
Manifestações clínicas: sensoriais (otites de repetição), congênitas, neurológicos, cognitivos, psicoafetivos
Otite média: freqüente PA condutiva moderada a leve temporária. Sequelas funcionais: déficit no vocabulário, DPAC, déficit de atenção e outros indicadores de problemas na lgg falada ou escrita.
Encaminhamentos: neuro, psico, fono, otorrino, pedagogo
Efeito do envelhecimento: falta do uso continuo de atividades mentais pode levar a PA funcional >65
Idade para avaliar DPAC: 5 anos no Brasil segundo Pereira, 7 anos a partir da maturação do sistema auditivo segundo Bellis
Contra indicação para avaliação: português não ser a linguagem primaria, desempenho intelectual rebaixado, atraso importante de fala ou lgg, PA de grau severo a profundo
CUIDADO: grau de perda ATÉ moderadamente severo, simetria de acuidade nas duas orelhas, diferença de OD e OE <20%, IPRF >70%. *No caso de perdas assimétricas realizar testes monoticos com limiares melhores
OBJETIVO: Contribuir para diagnostico fonoaudiológico, de habilidades auditivas prejudicadas, direcionar terapia
- Avaliação do PAC demonstra o desenvolvimento neurológico das vias auditivas e os riscos para o aprendizado da lgg falada e ou leitura/escrita
Anamnese: encaminhamento, queixa principal, gestação, parto período Peri e pós, comportamento auditivo, comportamento social, desenv global, compreensão da conversação, processo de aprendizagem, fala, ouvir e compreender (ambiente ruidoso x silencioso, 1 individuo x grupo), atenção e memória, localizar fonte sonora, historias: antecedente de otite, dificuldade de fala, fracasso escolar, queixas: desatento, ouve quando quer, preguiçoso para aprender
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