HIPERSENSIBILIDADE AUDITIVA E TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO NO TEA
Por: F.Nanda Moura • 18/2/2020 • Artigo • 2.014 Palavras (9 Páginas) • 412 Visualizações
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HIPERSENSIBILIDADE AUDITIVA E TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO NO TEA
Fernanda de Souza Moura
Professor Diego da Silva
RESUMO: O Autismo foi relatado pela primeira vez em 1943 por Kanner, e classificam indivíduos com autismo aqueles com prejuízos nas relações sociais e atrasos no desenvolvimento motor, da fala e movimentos repetitivos ou estereotipados. O termo Transtorno do Espectro do Autismo tem sido usado como referência para diagnóstico de acordo com o DSM-V. O objetivo deste artigo éapresentar achados audiológicos que acometem indivíduos dentro do Espectro e como é feita a intervenção fonoaudiológica nesses casos. Foram utilizados artigos selecionados de atuação fonoaudiológica em casos de Transtorno do processamento auditivo central e hipersensibilidade auditiva, a fim de reabilitar ou minimizar os prejuízos causados por esses distúrbios. Conclui-se que a atuação do fonoaudiólogo em casos de transtorno do processamento auditivo e hipersensibilidade auditiva é primordial, uma vez que somente o fonoaudiólogo é capacitado para reabilitar o sistema auditivo central ou periférico de indivíduos dentro ou fora do Espectro do Autismo.
Palavras-Chave: Autismo. Hipersensibilidade Auditiva. Processamento Auditivo.
SUMMARY: The Autism was first reported in 1943 by Kanner, and the autistic individuals are those who present difficulty in relating socially, delayed motor development and speech, and repeated or stereotypical movements. The term “Autism Spectrum Disorder” has been used as a diagnostic reference according to DSM-V. This paper’s goal is to present audiological discoveries that affect individuals within the Spectrum and how speech-language intervention is performed. This paper has as its reference several selected articles on speech therapy in cases of central auditory processing disorder and auditory hypersensibility, in order to rehabilitate or minimize the damages caused by these disorders. It is concluded that the speech therapist’s intervention in cases of auditory processing disorder and auditory hypersensibility is crucial, given that only the speech therapist is able to rehabilitate the central or peripheral auditory system in individuals on and off the Autism Spectrum.
Keywords: Autism. Hearing Hypersensitivity. Auditory Processing.
1 INTRODUÇÃO
Segundo o DSM V (2014) o transtorno do espectro do autismo (TEA), caracteriza-se por dificuldades de interação social e de comunicação com déficits comportamentais, podendo ou não ser associado a comprometimento cognitivo.
Dentro do TEA apresentam-se diversas alterações sensoriais, dentro delas a hipersensibilidade auditiva e o Transtorno do Processamento auditivo central.
No TEA a hipersensibilidade auditiva vem associada a ameaça e desencadeia movimentos corporais usados para diminuir a intensidade desse som, como por exemplo, tapar os ouvidos ou se isolar o mais longe possível da fonte do barulho. Porém, em algumas situações o indivíduo não responde quando chamado pelo nome, o que muitas vezes pode estar associado a perdas auditivas, transtorno de processamento auditivo ou apenas tolerância aquela frequência sonora (COLA et al, 2017).
O processamento auditivo central é o desenvolvimento das habilidades auditivas como atenção, localização, identificação, detecção, reconhecimento e memória e essas habilidades estão presentes desde os primeiros meses de vida. Já o transtorno do processamento auditivo é caracterizado por desordens neurológicas ou sensoriais dentro desse desenvolvimento de habilidades (ASHA, 2005).
A fonoaudiologia atua no TEA além das áreas de comunicação e linguagem oral e escrita, também nas áreas de hipersensibilidade auditiva e transtorno do processamento auditivo, os quais são assuntos desse artigo.
As informações que serão apresentadas nesse artigo, se deram com base em pesquisas em artigos, livros, estudos observacionais e ensaios clínicos. Os textos selecionados são com base na atuação fonaudiológica nos transtornos do processamento auditivo central e na hipersensibilidade auditiva, pois são características que os indivíduos no Espectro do Autismo apresentam e somente o fonoaudiólogo pode reabilita-los.
O objetivo desse trabalho é apresentar as possíveis intervenções fonoaudiológicas no transtorno do espectro do autismo, que vão além das áreas comumente associadas aos fonoaudiólogos, que são as áreas da linguagem oral e escrita e a área da comunicação.
2 O QUE É TEA?
Os primeiros relatos sobre o autismo remetem a Kanner (1943) e Aperger(1944) que descrevem o autismo como indivíduos com prejuízos na relação social e déficits ou atrasos no desenvolvimento da fala, nas habilidades motoras e com movimentos estereotipados ou repetitivos.
Pesquisas posteriores ao achados de Kanner e Asperger deram origem a outras denominações devido à variação expressiva nos sintomas do autismo, são elas: TA, Transtorno Asperger e TGD sem outra especificação. O termo TEA tem sido usado como referência a esse conjunto de diagnósticos que tem características comuns com o autismo e foi adotado pelo DSM-V(2013).
Segundo o DSM-V o TEA engloba o autismo, autismo atípico e Asperger e são características do TEA: déficit em comunicação social, interesses restritos e comportamentos repetitivos (DSM-V, 2013).
Os critérios diagnósticos são: déficits persistentes na comunicação social e interação social; atraso, ausência de fala ou ecolalia; déficit empático; dificuldade no contato visual ou expressões faciais (interpretar ou realizar), e por fim déficit na compreensão de relacionamentos.
No que diz respeito a interesse ou atividades restritas ou repetitivas, os critérios diagnósticos são: padrões comportamentais restritos, movimentos motores estereotipados ou repetitivos, inflexibilidade a rotina ou rituais padronizados, interesses fixos restritos que tem intensidade e foco anormais e hiper ou hipo reatividade a estímulos sensoriais.
O TEA é dividido em 3 níveis onde: no nível 3 o individuo necessita de apoio muito substancial, no nível 2 necessita de apoio substancial e no nível 1 necessita de pouco apoio substancial.
No diagnóstico fica especificado: Diagnóstico, com ou sem prejuízo intelectual,
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