CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO DESPORTO
Por: Diego Oliveira • 20/12/2018 • Trabalho acadêmico • 8.076 Palavras (33 Páginas) • 893 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO DESPORTO
CURSO DE MEDICINA
DISCIPLINA: BIOÉTICA
DOSCENTE: JANE GRACY SOUZA DE OLIVEIRA
DISCENTE: DIEGO OLIVEIRA DE JESUS
CASOS PARA ANÁLISE PELA BIOÉTICA CASUÍSTICA
ATIVIDADE 3-N1
RIO BRANCO – AC
CASO 1
Uma paciente de 68 anos foi internada em uma UTI, com grave insuficiência respiratória, necessitando de respirador. Ela estava plenamente consciente e era capaz de opinar sobre os procedimentos que estavam sendo realizados. Os seus filhos e esposo estavam junto, dando apoio afetivo. A equipe médica, no dia seguinte, fez o diagnóstico de que ela tinha um quadro irreversível e que o seu prognóstico de sobrevida era não superior a 30 dias. A família foi informada desse diagnóstico, mas a paciente não. Os filhos solicitaram que essa informação não fosse revelada à paciente, pois não sabiam como ela lidaria com essa situação. A equipe médica atendeu a essa solicitação. Da mesma forma, discutiram com a equipe sobre quais medidas poderiam ser tomadas, com o objetivo de reduzir o sofrimento da paciente. O médico responsável pelo atendimento, que não tinha vínculo anterior nem com a paciente, nem com os familiares, sugeriu sedar a paciente, pois assim o desconforto do respirador seria menor. Os filhos e noras aceitaram a sugestão e a paciente foi sedada sem ser informada dessa decisão. Após isso, os filhos vieram receber informações e visitá-la uma vez por dia. A paciente foi mantida sedada por mais cinco dias e morreu por insuficiência de múltiplos órgãos. Como avaliar as ações e decisões tomadas à revelia da doente?
- Dados do contexto
- Qual a questão, decisão, problema ou conflito bioético envolvido ?
Artigo XXII do Código de Ética médica (Princípios Fundamentais) - Nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários e propiciará aos pacientes sob sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados.
Na situação antes descrita o médico não passou cuidados paliativos ao paciente, além disso sugeriu que fosse feito uma sedação sem ter conhecimento sob a família e a situação em que o caso se encontrava. O paciente tem o direito de saber o que está acontecendo, pois estava em estado de alerta e disposto a tomar decisões.
O Art. 17 do Estatuto do Idoso estabelece que “ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável”.
Segundo o Código Civil, idosos lúcidos e psicologicamente saudáveis, não alcoólatras, não viciados em drogas ou pródigos nunca são considerados como incapazes a vida civil, independentemente da idade.
- Quem está solicitando a consultoria?
O médico.
- Por que está solicitando a consultoria neste momento?
Pois o mesmo tomou atitudes que não têm espaço para serem tomadas no caso. Não deu oportunidade para que o paciente tomasse qualquer tipo de decisão, mesmo este estando acordado e mentalmente disposto.
- Quem é o responsável por tomar as decisões neste caso?
Os responsáveis foram a família com influência do médico.
Mas quem deveria ter tomado as decisões é a paciente.
- Quais são os fatos?
Paciente de 68 anos, com grave insuficiência respiratório, consciente e capaz de opinar sobre os procedimentos que estavam sendo realizados, diagnóstico de que ela tinha um quadro irreversível e que o seu prognóstico de sobrevida era não superior a 30 dias, paciente não soube do diagnóstico. O médico responsável pelo atendimento não tinha vínculo anterior nem com a paciente, nem com os familiares sugeriu sedar a paciente, os filhos e noras aceitaram a sugestão e a paciente foi sedada sem ser informada dessa decisão. A paciente foi mantida sedada por mais cinco dias e morreu por insuficiência de múltiplos órgãos.
- Quais as circunstâncias importantes envolvidas na situação?
O médico não ter contato com a família nem a própria paciente em questão. A paciente em alerta ser sedada.
- Quem são as pessoas envolvidas ?
Paciente, família e equipe médica com o médico responsável.
- São conhecidos os valores de cada um dos envolvidos ?
Não
- Quais as prioridades de cada um dos participantes ?
Os familiares quem que a paciente tenha menos incômodo possível.
O médico tenta atender esse pedido com uma atitude um tanto quanto precipitada.
A paciente que poderia demonstrar algum interesse ou prioridade foi sedada.
• Alternativas e Acordos
- Existe algum acordo prévio sobre decisões nesta situação ?
Pode-se começar conversando com o paciente que ainda está alerta e pode opinar sobre as atitudes que estão sendo tomadas com a sua vida. Sendo informada e podendo decidir o que faria com os últimos dias de vida.
- Quais são as alternativas no atual curso de ação?
Ações com cuidados paliativos poderiam ter sido tomadas, avisar a paciente do que está acontecendo, porém, a partir do momento em que a paciente já faleceu a única atitude a tomar é tentar ajudar a família e acionar a justiça.
- Quais as consequências, para cada um dos participantes em cada uma das alternativas?
Se fosse comunicado ao paciente este poderia decidir o que fazer em seus últimos dias de vida.
Se for acionado a justiça o médico terá que responder por ir contra o princípio da autonomia.
- Princípios e Direitos envolvidos
- Quais os princípios (Beneficência, Respeito à Pessoa e Justiça) envolvidos?
Principio da autonomia. Beneficência, não maleficência e o Paternalismo.
- Quais os direitos humanos (individuais, coletivos ou de estado) envolvidos?
Direitos Individuais de vida e liberdade.
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