COMUNICANDO MÁS NOTICIAAS
Por: isabeladiias • 7/4/2016 • Trabalho acadêmico • 1.425 Palavras (6 Páginas) • 342 Visualizações
COMUNICANDO MÁS NOTICIAS
Relação médico-paciente
A relação médico-paciente levará maior ou menor tempo, dependendo de determinados parâmetros a serem considerados:
- o respeito incondicional à autonomia do paciente
- compromisso com a veracidade
A troca de informações é fundamental para o estabelecimento de uma boa relação médico com o paciente. Cada vez mais estes querem encarregar-se das decisões sobre seu tratamento.
Para que isso ocorra, há a expectativa de que seu médico seja um conselheiro honesto e facilitador, ouvindo-o e fornecendo-lhe as informações necessárias.
Existem 12 Pontos fundamentais para comunicar más notícias de forma humanizada:
1º-Mostrar-se o mais acolhedor possível, estando sempre aberto e receptivo para qualquer necessidade do paciente.
2º-Ter uma escuta qualificada sem julgamentos, sem discriminação, faz com que os vínculos se tornem mais fortes, desenvolvendo assim a confiança e respeito por parte do paciente.
3º-Orientar, atender as expectativas do paciente, mesmo que isso se limite em apenas ouvir.
4º - Estar tranquilo e ter tempo disponível;
5º - Oferecer a possibilidade de novos encontros para resolver dúvidas;
6º - Transmitir afeto, cuidado e companheirismo;
7º - Respeitar preferências pessoais e culturais do paciente;
8º - Evitar falso otimismo e excesso de encorajamento;
9º - Ouvir bem as perguntas pessoais e entender sua cultura;
10º - Dar a informação de forma gradual;
11º - Entender o que o paciente deseja e suporta saber naquele momento;
12º - Usar linguagem simples e clara, evitando termos técnicos.
Comunicação esclarecida e humanizada
O paciente está pronto para receber as informações?
- O que sabe sobre a doença?
- Quando informar o paciente sobre a gravidade da doença?
- Quanto quer saber nesse momento?
- Teve alguma experiência anterior com alguém próximo com o mesmo diagnóstico?
- Como o paciente e sua família reagirão frente à informação?
- Como quantificar a informação sem destruir a esperança do paciente e da família?
Mesmo com o direito de saber a verdade sobre o seu estado de saúde, há a exigência de que o paciente seja poupado de informações que não tenha condições de assimilar naquele momento e que podem contribuir para a piora de seu estado clínico.
Ao perceber que a cura não será possível, o trabalho do médico deve continuar, com a mesma ou maior dedicação:
‘A grande diferença é que, a partir deste momento, o foco deixa de ser a cura e passa a ser o comprometimento em proporcionar uma melhor qualidade de vida, com o mínimo de sofrimento possível pelo tempo que ainda lhe resta’.
Cuidados necessários na Postura médica:
- Ser realista evitando a tentação de minimizar o problema, mas não tirar todas as esperanças.
- Importante manter a esperança do paciente sem omitir a realidade da doença.
- Ter bom senso: falar diretamente ao paciente sobre a doença grave, soa como falta de sensibilidade ao problema, demorar explicando gera muita ansiedade.
- Não só demonstrar que você se importa, mas “se importar realmente”.
- Não mentir nem omitir sobre nada, não iludi-lo com promessas que não poderá cumprir.
O diagnóstico de uma doença grave que envolve risco de morte, incapacidade e outras perdas. Provoca também sentimentos intensos e dolorosos ao médico responsável.
Entre as dificuldades dos médicos em dar más notícias encontramos: o medo de ser considerado culpado, medo da falha terapêutica ou da sensação de impotência e de fracasso.
Por estar na maioria das vezes realizando uma tarefa para a qual não foi treinado, teme dizer “eu não sei’ e expressar suas emoções.
Aspectos emocionais do médico que envolvem e prejudicam o processo da comunicação de um mau prognóstico:
- *Causas:
- Aparece o medo pessoal da doença e da morte.
- O médico tem receio de causar dor ao paciente e desencadear uma reação imprevisível, com isso pode se afastar do caso.
- *Interferências:
Distúrbios de comunicação: ‘conspiração do silêncio’ em que o médico assume uma postura falsamente paternalista que o leva a ocultar a verdade do paciente.
- *Consequências:
Muitas vezes por despreparo,tende a adiar a conversa ou tentar transferir a responsabilidade para outro profissional
Já que é dever do médico informar, previsto em seu código de ética profissional:
A ‘não-comunicação’ só é permitida em casos de ‘pacientes pediátricos’, ou quando suas ‘condições físicas ou psiquiátricas ou psicológicas’ não permitam uma correta compreensão de sua doença sendo neste caso, comunicado à família
SPIKES – Um Protocolo em Seis Etapas para Transmitir Más Notícias
Etapa 1: Planejar a comunicação
- A concentração é uma maneira útil de se preparar para uma tarefa estressante.
- Estar atento ao feedback do paciente.
- Rever seu histórico.
- Buscar ambiente com privacidade e tentar envolver parentes ou amigos.
Etapa 2: Avaliar a percepção dele sobre a doença
- Verificar o que ele sabe sobre a doença.
- Checar se passa por processo de negação, corrigir informações e moldar a notícia para a capacidade de absorção do paciente:
“O que já lhe foi dito sobre seu quadro clínico até agora?”
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