O CÂNCER DE BOCA

O CÂNCER DE BOCA

O câncer de boca ocupa a terceira posição entre os sete principais agravos que acometem a saúde bucal da população, sendo responsável por vitimar milhares de pessoas todos os anos. Ocorre com maior frequência em homens e atinge principalmente pessoas com mais de 40 anos, que possuem vício de fumar, consumo excessivo de álcool, próteses má ajustadas e ineficiência na higiene da cavidade oral.

As características clinicas dessa doença são bastante conhecidas e vão desde simples lesões, restritas ao local de origem, até disseminações subclínicas para gânglios linfáticos. Entretanto, o número de pacientes diagnosticados tardiamente ainda persiste, colaborando assim para a permanência de alta taxa de mortalidade.

Além do tabagismo e do etilismo, o consumo pobre de frutas e vegetais também está relacionado a ocorrência de carcinoma epidermóide bucal, que representa mais de 90% dos casos de neoplasias malignas diagnosticadas na boca. As áreas com maior incidência, observadas em 50% dos casos, é a língua, o assoalho bucal e os lábios, que ocorre com maior frequência em pessoas de pele branca. As áreas que possuem o menor índice de surgimento da doença correspondem a mucosa jugal, região retromolar, gengiva, palato mole e palato duro, que por caracterizarem regiões atípicas de ocorrência acabam sendo tardiamente diagnosticadas.

A aparência clínica do carcinoma, em casos avançados, é bastante característica, facilitando seu diagnóstico. Entretanto, nas situações iniciais da doença, as lesões podem ser, erroneamente, consideradas benigna, atrasando assim o início do tratamento e podendo diminuir as chances de possível cura do paciente.

As lesões mais clássicas da doença são as ulceras e os nódulos fixados aos tecidos subjacentes. Em casos extremos o paciente pode apresentar fístulas cutâneas, sangramentos e anemias intensas. Apesar de haver fortes suspeitas da ocorrência da doença, a realização da biopsia é fundamental para o diagnóstico preciso e definitivo da lesão.

Além dos diversos fatores carcinogênicos externos, como fumo e álcool, o CEB também está relacionado com a predisposição genética, exercendo papel essencial nessa patologia. O HPV, papiloma vírus humano, é constantemente relacionado ao câncer de boca, apesar de ainda não ter sido provada tal participação do vírus no processo de carcinogênese bucal.

A doença e seu tratamento podem causar impactos na qualidade de vida dos pacientes, devido a dor causada e autoestima, já que a aparência é comprometida. Além disso, capacidades para engolir, mastigar, falar e sentir o gosto dos alimentos podem ser afetadas. Esses aspectos devem ser considerados antes, durante e após o tratamento, já que muitos pacientes vão conviver com sequelas que poderão afetar a qualidade de vida por longos períodos.

O tratamento de câncer de boca, dependendo do tamanho e do local onde se encontra o tumor, pode envolver cirurgia, radioterapia e quimioterapia, sendo definido e realizado por médicos cirurgiões de cabeça e pescoço, oncologistas clínicos e radioterapeutas.

Apesar de ser considerado uma doença rara, é extremamente fundamental que o cirurgião-dentista esteja apto a orientar, evitar e detectar as neoplasias orais no momento exato, para que não haja demora no encaminhamento