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Resenha Crítica Sobre o Filme da Sala 203

Por:   •  21/10/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.033 Palavras (9 Páginas)  •  378 Visualizações

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COLEGIADO DO CURSO DE ODONTOLOGIA      

resenha do filme escritores da liberdade

ILHÉUS

2019


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COLEGIADO DO CURSO DE ODONTOLOGIA                    

juliane leite de oliveira

thammi duarte santos

resenha do filme escritores da liberdade

Resenha entregue como parte integrante das atividades da disciplina Métodos e técnicas de pesquisa do Curso de Odontologia da Faculdade de Ilhéus.

Docente: Rodrigo Alves Bezerra.

IlhÉUS

2019

Escritores da Liberdade é um filme baseado em fatos reais com lançamento datado em 5 de janeiro de 2007 nos Estados Unidos da América (EUA) com direção e roteiro de Richard LaGravenese, de acordo com sua a ficha técnica.

A trama gira em torno do trabalho desenvolvido pela dedicada professora Erin Gruwell, sendo a mesma recém-formada e que começa a lecionar em uma turma do primeiro ano do Ensino Médio as disciplinas de inglês e literatura. A escola fica localizada na periferia e a referida turma caracteriza-se como “problemática”, onde os jovens se dividem através de gangues onde negros interagem com negros, latinos com latinos e, brancos com brancos. Além disso, esses alunos possuem históricos de lares desestruturados, estando muitos, às margens da sociedade e ainda, histórias de uma infância marcada por traumas e que na realidade atual precisam conviver com os conflitos diários dos bairros pobres de Los Angeles.

O sistema de ensino dos Estados Unidos se diferencia do brasileiro, onde cada estado e cidade têm autonomia para implementar suas diretrizes, e sendo assim, as escolas públicas acabavam sendo custeadas pelos bairros onde estavam, na Folha de São Paulo, Brant (2018) escreve que: 

(...)Nos Estados Unidos moderno, segregar sem precisar usar justificativa racial é fácil. O levantamento da Brookings conclui que, hoje, a divisão responde, sobretudo, a uma dinâmica habitacional: negros e latinos costumam morar nas áreas mais pobres das cidades.

Parte das escolas públicas recebe financiamento a partir da coleta de impostos dos moradores da região ou bairro, explica Matthew Diemer, professor de educação e psicologia da Universidade de Michigan.

“Em áreas mais pobres, a renda é menor, e a coleta também. Logo, menos recursos são transferidos para as instituições de ensino que recebem os estudantes locais”, diz(...).

Visto isso, não é de se surpreender a maneira na qual esses jovens se comportavam em sala de aula, os mesmos, apresentam-se totalmente desinteressados, desmotivados, desunidos, desrespeitos e sem perspectiva de futuro. O filme retrata então o primeiro desafio da professora Gruwell: desenvolver atividades nas quais despertem o interesse nesses alunos, que proporcione esperança e a compreensão de novas possibilidades. Claramente essa não foi uma tarefa fácil para essa profissional tão dedicada.

As primeiras estratégias articuladas pela professora a fim de receber atenção dos alunos não obtiveram sucesso, o que a levou então a reformular seu método pedagógico. Mesmo não tendo colaboração da escola, ao tentar motivar os alunos, dando-lhes algo q sempre lhes fora negado, que seria credibilidade. O simples ato em tentar lhes introduzir à leitura através de livros novos de autores conceituados, foi motivo de negação de parte dos administradores da escola, que demonstravam abertamente o descrédito nos mesmos. Felizmente, Gruwell tinha muito desejo de ajudar esses jovens e dessa maneira não desistiu do seu objetivo. Entretanto, outras dificuldades vão surgindo ao longo do processo, além dos obstáculos em sala sendo esses diretamente com os alunos, Gruwell teve que enfrentar problemas no seu casamento, onde seu marido não se demonstrava compreensivo em relação à dedicação de tempo e esforços que a mesma tinha reservado para o trabalho.

Entretanto, não foi o suficiente para fazer a professora desistir, a mesma continuou buscando novos métodos curriculares e então formulou atividades nas quais aproximavam os alunos uns dos outros e dela mesma. Desenvolveu então, atividades com músicas, estimulação de diálogos e jogos. Dessa maneira, Gruwell foi conquistando a confiança dos mesmos, tornando-os mais participativos e interessados, auxiliando-os a expressar suas vivências e sentimentos.

Como aponta Silva (2007) os docentes capacitados e focados em desenvolver sua profissão com excelência, dedicam-se com mais afinco as atividades que podem promover mudanças em seus alunos e, à atuação desses, pode ser capaz de diminuir ou até mesmo erradicar comportamentos indisciplinares, ou, do preconceito da diversidade na escola,

Contente com as evoluções, Gruwell continua promovendo atividades voltadas para essas expressões, entretanto, outro obstáculo surge, sendo esse o corpo profissional e a cultura da instituição. Enquanto a professora pretendia romper com o padrão vertical entre professor-aluno adotado pela escola, a instituição inicialmente manteve-se de maneira tradicionalista. De acordo com Garbin (2015) o método tradicional traz como ponto principal o professor, e não o aluno, dessa maneira o educando torna-se apenas ouvinte do processo, enquanto o professor aquele que transmite o saber. Tornando assim uma relação vertical.

Sousa (2011) complementa ainda que na relação vertical o educando torna-se objeto de ensino, adotando uma postura de ouvinte e que deve memorizar e reproduzir o que lhe for passado em sala de aula, tomando então uma postura passiva, posicionando-se apenas quando for solicitado. Na relação vertical, destaca-se ainda que há um baixo nível de interação professor-aluno, sendo do educador o poder decisório no que concerne a metodologia, conteúdo, avaliação entre outros fatores que compõe o processo de ensino-aprendizagem.

Gruwell rompe esse padrão a partir das atividades já citadas e manejo das aulas, modificando a forma de conduzir e, trazendo o aluno a uma postura ativa e participativa.  Ao presenciar bullying dentro da sua sala de aula, para com um aluno, em que outro colega o desenhou com traços negros marcantes explicitando gracejos e zombarias, ela comparou aquela atitude a uma discriminação semelhante que acometeu em escala global, sofrida por um grupo de indivíduos. Inserindo além de uma nova palavra, o conhecimento sobre o que por eles era ignorado até então: Holocausto. 

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