RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Relatório de Estágio

Como parte das ações do projeto de prevenção ao uso e abuso de álcool e outras drogas instaurada em 2018 na Escola Municipal Frederico Trotta na Barra realizamos em 14/10/2019 uma reunião com um grupo de professores para verificar se eles percebem a escola como um espaço de prevenção e como se vêem nesse processo?

O total de docentes presentes foi dividido em 03 grupos, cada qual sendo conduzido na reflexão por 02 alunos da pós-graduação. Tivemos em nosso grupo a participação de 06 professores, e a primeira reflexão que surgiu unanimamente foi sobre ausência da família no exercício de seu papel e  transferência de suas responsabilidades para a escola.

“Já tive casos de alunos que passaram a noite fora bebendo e o responsável ligou para a escola, solicitando que o professor conversasse com ele.”

Ainda com relação às famílias alguns profissionais acreditam que estão alienadas ou indiferentes às situações problema ou ainda não se sentem capazes para lidar com eles. Percebemos que os professores sentem-se sobrecarregados com as demandas que surgem no ambiente escolar e não se acham instrumentalizados para dar conta de todas elas.

“A escola está se transformando em um reformatório. São problemas que não temos que resolver.” (Fala do professor B).

“Aqui é uma escola!” (Fala do professor B).

“A escola tem que resolver tudo. E o professor não tem instrumentos para ajudar.” (Fala do professor A)

À exemplo disso, o relato de uma das professoras sobre uma palestra de prevenção ao suicídio na escola por ocasião do Setembro Amarelo. Segundo ela, duas pessoas confessaram ideação suicida.O professor que palestrou sobre o tema não deu continuidade ao trabalho e a escola não tinha instrumental e nem conheciam a rede de apoio para dar conta da demanda.

“Ficamos com a batata quente nas mãos.” (Fala do professor D).

Sobre o uso e abuso de SPA, o álcool e a maconha foram as mais citadas, com evidência maior para a primeira. Há um consenso que a idade para a experimentação e uso tem diminuído ao longo dos anos, sendo percebido entre os alunos do 6° ano( faixa etária entre 12 e 13 anos).Na opinião dos professores isso se dá pela banalização e facilitação do uso de drogas.

“Maconha é só para relaxar.

 “Cigarro faz muito mais mal.” (Fala do professor (a) B)

Banalização associada à falta de informação sobre os prejuízos relacionados ao uso e muitas vezes pelo padrão de comportamento do grupo de convívio.

“Já vi todos os meus 25 alunos bebendo no final da aula.” (Fala do professor (a) E)

Além disso, muitos não sentem interesse pelo tema e não compreendem a necessidade de se apropriarem do tema.

“Eu estudei para ser professora de Matemática. Só isso!” (Fala da professora E)

“O álcool é um problema de todas as classes.” (Fala da professora E)

Relato de uma das professoras sobre sua percepção em uma escola pública na Barra, aonde muitos adolescentes da classe média estudam.