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RESENHA TEMÁTICA DOS ARTIGOS "FAZENDO POLÍTICA EM OUTROS CONGRESSOS: TRAMAS RELIGIOSAS, PRÁTICAS MIDIÁTICAS E A ESTÉTICA DA POLÍTICA NAS PERIFERIAS URBANAS DO RIO DE JANEIRO" E "PRESOS DO LADO DE FORA: COMUNIDADES TERAPÊUTICAS COMO ZONAS DE

Por:   •  19/12/2022  •  Resenha  •  1.044 Palavras (5 Páginas)  •  620 Visualizações

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RESENHA TEMÁTICA DOS ARTIGOS "FAZENDO POLÍTICA EM OUTROS CONGRESSOS:

TRAMAS RELIGIOSAS, PRÁTICAS MIDIÁTICAS E A ESTÉTICA DA POLÍTICA NAS PERIFERIAS URBANAS DO RIO DE JANEIRO" E "PRESOS DO LADO DE FORA:

COMUNIDADES TERAPÊUTICAS COMO ZONAS DE EXÍLIO URBANO" DE CARLY BARBOZA MACHADO1

Alice Rosana Bento de Oliveira

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

MACHADO, Carly Barboza. Fazendo política em outros Congressos: tramas religiosas e práticas midiáticas e a estética da política nas periferias urbanas do Rio de Janeiro. Debates do NER, Porto Alegre, v.2, n. 38, p. 19 - 59, 2020.

Machado, Carly. Presos do lado de fora: comunidades terapêuticas como zona de exílio urbano. Em:

RUI, Taniele; FIORE, Mauricio (editores). Working Paper Series: comunidades terapêuticas no

Brasil. Brooklyn: Social Science Research Council, junho de 2021.

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Carly Barboza Machado é antropóloga, doutora em Ciências Sociais pela UERJ, com mestrado em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social também pela UERJ e possui graduação em Psicologia pela UFRJ. É professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro em cursos de graduação e no programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Atua como coeditora da Revista Religião e Sociedade. É coordenadora do grupo de pesquisa Distúrbio - Dispositivos, Tramas Urbanas, Ordens e Resistências e compõe

  1. equipe do Observatório Fluminense. Atualmente atua no cargo de Secretária Adjunta da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), na gestão 2021-2022 de sua Diretoria.

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O pentecostalismo e suas vertentes político-midiáticas

Os trabalhos da antropóloga Carly Barboza Machado abordam discussões que mostram como o pentecostalismo, ao ser relacionado com a mídia e a política, se torna um dos atributos centrais da política brasileira nos dias de hoje como um novo modo de fazer política; pentecostalismo periférico.

Em seu trabalho, Machado (2020), a autora expõe como a governança pentecostal, nas periferias urbanas, se estabelece na ideia de dar “a volta por cima”, podendo ou não se consolidar:

“O pentecostalismo das periferias urbanas se constituiu como um campo de quedas e retornos, escândalos e glórias, derrotas e vitórias, e em meio a isso, de muitas lutas e provações. É um pentecostalismo que habita as cadeias, as delegacias, as ruas, as bocas de fumo, e assume que é lá, onde mora o "pecado”, que se deve oferecer um projeto de redenção. “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Romanos 5:20). Atravessar o tempo do suplício aguardando o tempo da vitória é parte das possibilidades do campo pentecostal, assim como o tempo da redenção, mesmo quando confirmado o pecado ou o crime, e seu veredicto. A justiça dos homens e a justiça de Deus operam lado a lado, mas não necessariamente juntas. Na moralidade pentecostal, mesmo o caído pode se levantar pela graça.”2

Complementado o pensamento com a leitura do artigo Machado (2021), pode-se compreender como o pentecostalismo faz um trabalho importante nas periferias urbanas no Brasil, com as Comunidades Terapêuticas, dando refúgio para aqueles que buscam escapar do vício das drogas/crimes e até mesmo de ameaças de morte feitas em decorrência de ditos crimes. Fazendo com que a perspectiva da fé pentecostal, antes vista por mim como uma inclinação extremamente rigorosa e inflexível, mudasse. Mas não podendo esquecer, é claro, de como as tentativas de conversão para o cristianismo são constantes e geram uma restrição da liberdade religiosa nessas zonas de exílio urbano que são, em sua maioria, ligadas a igrejas e organizações religiosas.

Com o exílio, Machado destaca que, em conversas realizadas para a formulação do artigo (2021), entrevistados contaram o encantamento de se sentirem acolhidos e de pertencer a um lugar, o poder do abraço, de ser escutado, aconselhado, de se sentir amado e humano.

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  1. MACHADO, Carly Barboza. Fazendo política em outros Congressos: tramas religiosas e práticas midiáticas e a estética da política nas periferias urbanas do Rio de Janeiro. Debates do NER, Porto Alegre, v.2, n. 38, p. 49, 2020.

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"No caso de Silvio, a igreja foi a inscrição urbana que viabilizou sua recuperação até o momento. A partir da igreja, Silvio recuperou seu trabalho de pedreiro, seja nas intermináveis obras da própria igreja, seja na casa de seus irmãos. A comunidade religiosa evangélica na qual Silvio congrega lhe possibilitou um território de vida e de afeto. “Eles me amam, eles cuidam de mim”.3

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