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Dermatite Alérgica à Picada de Pulga em Cães

Por:   •  9/3/2016  •  Monografia  •  2.082 Palavras (9 Páginas)  •  536 Visualizações

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4.1 DERMATITE ALÉRGICA À PICADA DE PULGA EM CÃES (DAPP)

A dermatite alérgica à picada de pulgas acontece pela reação de hipersensibilidade a um ou mais elementos presentes na saliva da pulga. São encontradas na saliva aminoácidos, substâncias aromáticas, compostos fluorescentes, fósforo e polipeptídeos que provocam ação irritativa, espoliativa e inflamatória (AMARAL, 2011).

Inicia-se com a picada da pulga que inocula a saliva na pele do cão, provocando a alergia (RISTOW, 2012).

Esta resposta alérgica pode ter duração maior que duas semanas (AMARAL, 2011).

Trata-se de uma moléstia corriqueira em regiões de clima quente, tendo o seu acontecimento sazonal em outras regiões. Como o clima no Brasil é adequado durante o ano todo, a DAPP pode incidir em qualquer estação do ano (RISTOW, 2012).

Apenas 5% das pulgas são vistas presentes no animal, isso significa que os 95% restantes estão no ambiente completando seus diferentes estágios de desenvolvimento, por isso se torna difícil à erradicação das mesmas e a recuperação do paciente infestado (FERNANDES, 2014).

O diagnóstico definitivo e a aceitação por parte do proprietário se torna trabalhoso devido ao fato dos tutores não encontrarem pulgas no seu animal, mas enquanto isso a DAPP vai acorrendo e se agravando (SLATTER, 2005).

O controle da infestação só será possível com a associação de três pontos principais: erradicar todos os estágios da pulga presentes no ambiente, eliminar as pulgas presentes no animal e realizar um manejo sanitário adequado para evitar novas infestações (FERNANDES, 2014).

O tema abordado nesse relatório foi motivado pelo número de animais atendidos entre eles, um caso em especial. O animal estava em fase avançada da afecção, apresentando lesões de pele profundas e alopecia por todo o corpo do animal e a proprietária já havia tentado inúmeros tratamentos para todo o tipo de doença de pele, porém, os sinais clínicos só evoluíram cada vez mais. Foi quando ela nos procurou para uma consulta domiciliar e pela anamnese, através das lesões apresentadas no corpo do animal, pelo estado do animal, higiene precária e presença das pulgas no animal e no ambiente, foi dado o diagnóstico de Dermatite Alérgica à Picada de Pulga. Foi iniciado o tratamento imediatamente e dada toda a orientação para essa proprietária a respeito do manejo sanitário e a respeito da doença.

Um mês após a consulta, o retorno foi realizado na residência da proprietária onde encontramos melhoras no ambiente, e o animal apresentava significativa melhora em comparação com o quadro apresentado na primeira consulta.

Diante desse caso em especial, me despertou a vontade de falar dessa doença relativamente comum, porém, a falta de informação por parte dos proprietários ou obtenção de auxílio a profissionais não habilitados, faz com que essa doença se agrave casa vez mais e que haja um gasto financeiro elevado e sem necessidade devido ao insucesso no tratamento motivado pelo mesmo ser errôneo.

Como em toda doença, o tratamento é longo e necessita de absoluta dedicação e cumplicidade por parte do proprietário. Deve ser exposto pelo Médico Veterinário a importância dessa patologia, os graves danos causado a saúde e bem estar dos animais e a indicação do tratamento e manejo ambiental adequado. Com essa união de fatores, o sucesso no prognóstico é garantido.

4.2 ETIOLOGIA

Os agentes etiológicos mais comuns que infestam os cães são Ctenocephalides felis, Pulex irritans e Ctenocephalides canis (NELSON & COUTO, 2009).

O ciclo evolutivo das pulgas varia muito, podendo ocorrer em até 12 dias ou levar cerca de 190 dias, sendo fatores determinantes a alta umidade e temperatura variando entre 21 e 27 C (FERNANDES, 2014).

Dos ovos até a forma adulta, as pulgas se desenvolvem por metamorfose passando por três fases larvais e uma fase pupal. Quando ingurgitada, após o repasto sanguíneo, a pulga adulta põe em torno de 20 ovos no hospedeiro. Esses ovos não ficam no hospedeiro e vão parar no ambiente, onde encontram condições favoráveis em uma semana para a eclosão dos ovos e consequentemente, seu desenvolvimento larval (SILVA, 2007).

As larvas se abrigam em frestas escuras e alimentam-se de substâncias orgânicas e fezes de pulgas adultas. De oito a nove dias, duas mudas se completam e evoluem para o terceiro estágio larval onde acontecerá a pupação em um casulo composto por detritos, e esse é o estágio mais resistente a inseticidas tornando difícil a sua eliminação (FERNANDES, 2014).

Em cinco dias as pulgas já se tornam adultas e vão à busca de um hospedeiro para realizar o repasto sanguíneo. Lembrando que essas pulgas podem colocar até 2.000 ovos durante sua vida (FERNANDES, 2014).

Durante o repasto sanguíneo, as pulgas depositam saliva na epiderme contendo substâncias anticoagulantes. A proteína que se encontra na saliva da pulga ativa o sistema imunológico do cão que manifesta a alergia a lutar contra essa proteína e assim desencadeiam-se os sintomas (ALVES, 2012).

Apenas animais alérgicos manifestam a doença. Não é fácil encontrar pulgas em cães alérgicos e a explicação é que somente uma pulga que pica o animal pode provocar a alergia. Geralmente encontramos apenas as fezes das pulgas (ALVES, 2012).

Os caninos podem desenvolver a DAPP em qualquer fase da vida, porém, é difícil apresentarem sinais clínicos abaixo dos seis meses de idade. Normalmente a fase mais comum de manifestação é de três a cinco anos de idade (SILVA, 2007).

4.3 SINAIS CLÍNICOS

A DAPP diferencia-se-se por uma dermatite pruriginosa papular. A picada da pulga leva à formação de uma erupção ou uma pápula que permanece por até 72 horas (SILVA, 2007).

Prurido intenso, alopecia localizada ou generalizada, inflamação ou infecção na epiderme, crostas e odor forte na pele quando a infecção já está agravada (RISTOW, 2012).

O prurido intenso provoca lesões secundárias como escoriações, ferimentos com excreção sanguinolenta e crostas. Os cães tentam aliviar o prurido lambendo ou mordendo as áreas atingidas (ALVES, 2012).

Também podem ocorrer secundariamente a piodermite superficial e otite externa (FERNANDES, 2014).

O desenvolvimento de hipotricose e alopecia acometem especialmente a área das costas, abdômen, região lombar e cauda. Porém, podem afetar uma área qualquer ou generalizar. Na maioria dos cães desenvolve-se a dermatite úmida aguda, em decorrência da coceira

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