O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA (IDEB) EM ESCOLAS ESTADUAIS DE MACEIÓ-AL
Artigo: O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA (IDEB) EM ESCOLAS ESTADUAIS DE MACEIÓ-AL. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: PauloSincartney • 15/11/2013 • 2.821 Palavras (12 Páginas) • 606 Visualizações
INTRODUÇÃO
Quando se trata de ensino público, os parâmetros de qualidade de ensino no Brasil não são muito satisfatórios. Assim, a pesquisa partiu da análise da interpretação de alguns autores bem como da análise prática de estudos de campo realizados com educadores dos anos iniciais do Ensino Fundamental, Coordenadores e Gestores Escolares.
A metodologia utilizada é de caráter qualitativo e a pesquisa foi desenvolvida em duas escolas públicas da área urbana do município de Maceió. Primeiramente realizamos uma entrevista com doze professores sendo seis de cada escola, eram quatro do ensino fundamental, quatro coordenadores pedagógicos e quatro gestores, dois de cada escola.
Por entender que o educador desempenha um papel fundamental no processo de ensino-aprendizagem, apresentando-se com a função de mediador na mobilização do contexto sociocultural, ou seja, vemos o educador como um meio para se atingir fins educacionais de melhor qualidade no ensino principalmente no desenvolvimento de sua ação pedagógica, podendo tornar-se um elo entre o estudante e o mundo como um todo. Esses atributos incluem a educação como apropriação da cultura humana produzida historicamente, e, a escola como instituição que media esta educação sistematizada, um nível básico de competência em áreas gerais, tais como o desenvolvimento das habilidades cognitivas, verbais e resolução de problemas.
A fim de subsidiar o ensino público visando à melhoria da qualidade da educação o Ministério da Educação (MEC), criou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) através do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado em 2007. O PDE foi saudado como um plano que, finalmente, estaria disposto a enfrentar os problemas de qualidade do ensino em todas as escolas de educação básica do país com o objetivo de mudar o perfil da educação brasileira, sendo também a melhoria da qualidade da educação básica, seu foco principal.
O IDEB foi criado pelo MEC a partir de estudos elaborados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para avaliar o nível de aprendizagem em que se encontram os alunos. Também estabeleceu as projeções e metas a serem atingidas, sendo que, supostamente, com base nos índices, os alunos estariam aprendendo mais e desenvolvendo suas habilidades cognitivas, assim a educação do país e os sistemas escolares se desenvolveriam com mais qualidade e equidade social.
DESENVOLVIMENTO
Como procedimento metodológico, a pesquisa foi ancorada no aporte teórico qualitativo. As razões por esta opção metodológica da pesquisa qualitativa fundamentam-se no entendimento de que a abordagem qualitativa está assentada num modelo de análise que possibilita verificar e descobrir as múltiplas facetas de um objeto.
Entende-se que é o melhor caminho para que o participante da pesquisa desempenhe uma interação social no tempo, se localizando dentro de um espaço temporal, posto a prova como modo de construir conhecimentos sobre a realidade social já construída historicamente mais ou menos determinada pelos padrões da política.
Desse modo, deve-se refletir sobre a repercussão que as mudanças históricas e sociais tiveram sobre a aprendizagem, pois como escreve Libâneo “isto traz implicações importantes para o ensino, pois se o que está mudando é a forma como se aprende, os professores precisam mudar também a forma como se ensina. O como se ensina, em princípio, depende do como se aprende”.
Em contraponto a isso, tanto o professor que utiliza o método tradicional quanto o que usa o histórico-crítico objetiva fazer com que seus alunos compreendam, da melhor maneira possível, todos os conteúdos e conhecimentos para eles transmitidos. E, com o objetivo de esclarecê-las, faremos uma análise do uso de cada uma delas.
O professor que utiliza o ensino tradicional enfoca a exposição verbal do conteúdo que são direcionados exclusivamente pelo professor separando e criando uma distância entre o aluno e o conteúdo estudado, afastando-o da realidade social que o cerca. Nesse método predomina a autoridade do professor e a atividade receptiva dos alunos, pois o conhecimento apresenta uma visão cumulativa que propõe a repetição de conceitos e a memorização que visa disciplinar a mente, como afirma Mizukami:
...atribui-se ao sujeito um papel irrelevante na elaboração e aquisição do conhecimento. Ao indivíduo que está “adquirindo” conhecimento compete memorizar definições, enunciados de leis, sínteses e resumos que lhe são oferecidos no processo de educação formal a partir de um esquema atomístico. (MIZUKAMI, 1986, p.11).
Contrário a essa proposta, o método histórico-crítico, que apresenta uma abordagem mais adequada na proposta de aprendizagem, visa relacionar a vida prática do aluno com os conteúdos considerando a experiência concreta deste vinculado às realidades sociais, tomando-os como indissociáveis. Com isso, o professor possibilita a construção do conhecimento por intermédio de vivências concretas e relações estabelecidas de acordo com a realidade do aluno. Para Libâneo o desenvolvimento deve ser compreendido a partir da experiência, da interação social e das influências do contexto cultural.
Piaget e Vygotsky concordam que a inteligência humana somente se desenvolve no indivíduo em função das interações sociais. Afirmam que as crianças são construtoras ativas de seus próprios conhecimentos sobre o mundo. Para Vygotsky, a ideia de aprendizagem inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo, isto é, a relação entre aquele que aprende e aquele que ensina. A esse respeito Libâneo (2001) sustenta ainda que os estudos sobre os processos do aprender destacam o papel ativo dos sujeitos na aprendizagem, e especialmente, a necessidade dos sujeitos desenvolverem habilidades de pensamento, competências cognitivas. Essa posição mostra que o processo de aprendizagem não pode se desvincular da realidade social do aluno conforme propõe o ensino tradicional.
Na perspectiva histórico-crítica o aluno é avaliado de forma contínua, dinâmica, processual, e transformadora num processo de participação individual e coletiva objetivando diagnosticar falhas e observar o desempenho do aluno, valorizando outros instrumentos além da prova. Desse modo, o trabalho escolar é percebido como a comprovação do progresso em direção a noções mais sistematizadas para o aluno, possibilitando-lhes assumir responsabilidades, planejar suas ações, ser sujeito de sua aprendizagem.
Diante disso, vemos o importante papel do professor que, neste método atua como “mediador de cultura em situações
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