A Atividade de Bioética
Por: Francisbaldo • 13/5/2020 • Trabalho acadêmico • 416 Palavras (2 Páginas) • 300 Visualizações
1) Segundo Julian Huxley, o ser humano pode alterar o seu corpo com tecnologia sem perder a sua essência, sem deixar de ser da sua espécie. O biólogo expõe que o transumanismo é justamente a busca pelo verdadeiro potencial e capacidade da espécie. Supostamente, os seres humanos estão limitados por esperanças e ideais que os aprisionam em seus problemas e necessitam, portanto, transcender para uma existência mais próxima da perfeição. Essa transcendência nada mais é do que viver as novas possibilidades da natureza humana, mas sem abandoná-la. Depreende-se dessa ideia que o grau da transformação não limita o processo. Na verdade, o fundamental é que a humanidade acredite de tal forma no transumanismo que ela estará plenamente consciente de seu destino, preservando assim a essência da espécie.
2) Deve-se seguir o preceito de proteção ao indivíduo, sabendo que o bem estar do ser humano é base para a estrutura ética das experimentações. É importante salientar que o autor predispõe que o indivíduo pode mudar, basta o seu querer, contudo, algo como escolher a cor dos olhos impacta bem menos a sociedade do que evitar o envelhecimento por exemplo. Se a base ética é o bem estar do ser humano, é fundamental levar em conta que a preservação do bem estar de um indivíduo se encerra no bem estar do outro, ou seja, não se deve incentivar alterações no corpo que venham a afetar outros seres humanos. Mencionar a supressão do envelhecimento se faz necessário para essa análise, afinal, causaria um grave problema de crescimento populacional descontrolado, o que pode provocar por exemplo crises de abastecimento.
3) Num cenário distópico, onde as alterações nos corpos sejam uma norma de Estado e não mais uma livre escolha das pessoas, diversos problemas se fazem presentes, pois um serviço fornecido pelo governo não alcança a todos necessariamente, o que resulta na marginalização de muitas pessoas. A imposição implica também numa séria afronta às liberdades individuais, o que traz à tona dúvidas a respeito da integridade social do indivíduo que se recuse a transformar seu corpo, afinal, não se sabe qual será sua punição. Para isso, contra uma eventual autocracia do governante, a atuação do poder legislativo e judiciário se faz necessária, pois a bioética e o biodireito predispõem barreiras para que não haja novos moldes de desigualdade social e questionam padrões pré-existentes, construindo valores universais de dignidade humana, o que não vai frontalmente contra o plano de criar uma sociedade pautada em eugenia tecnológica, mas ao menos estabelece os devidos limites.
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